Fábio e eu havíamos crescidos juntos como bons primos em Amélia Rodrigues ( interior da Bahia). Amigos de infância: Do tipo que jogam vídeo game, assistem Dragon ball e andam de bicicleta, nos dávamos bem e compartilhávamos coisas em comum.
Na verdade de todos os primos( família grande) tinha um grande respeito pelo Fábio que era 4 anos mais velho que eu.
Talvez por ele ter sido o único a ter me socorrido num dia que me senti mal e desmaiei na rua, ou talvez por sempre ter me deixado jogar super Nintendo com ele ou ainda por me ensinar a paquerar meninas ou simplesmente por te sido o único primo que me carregou nos braços quando ainda era um bebe de colo, ocasião na qual fui travesso e fiz xixi nele enquanto me carregava( Minha mãe sempre contava essa história).
O fato é que não tínhamos contato a muitos anos ( desde que ele tinha se mudado pro Rio de Janeiro). Naquele tempo não existia zap, nem internet e celular era objeto de luxo.
De uma hora pra outra meu velho Nokia toca, apresentando a ligação de um número desconhecido.
Alô? Falei.
Marquinhos, é Fábio.
Que Fábio? Perguntei sem reconhecer a voz
Seu primo Bola( seu velho apelido)
Ah... Bola! Como vai cara?
Me diga uma coisa, disse ele me ignorando. Você mora em Cruz das Almas.
Sim, a 2 anos...
Tem como eu morar com você ai?
O que? Disse eu boquiaberto
Passei num concurso, continuou ele. Começo esse mês
Dei uma olhada pra aquela velha casa do Albérico antes de dar resposta a inesperada pergunta.
Cara... Tem sim!
Me passa seu endereço.
É próximo da praça central. Me liga que te encontro. Quem te deu meu número?
Foi Vera( Nossa tia)
Nem sabia que ela tinha meu número, falei em minha mente.
Legal, respondi.
Já to na praça.
Sério?
Sim, vou trabalhar na prefeitura.
Ha, pega a rua do Correio que eu te encontro no caminho.
Sair depressa de casa, encontrando ele um minuto depois.
Você não mudou nada em, disse para o rapaz branco, forte e gaiato que via em minha frente.
Fábio lembrava aqueles soldados de elite dos filmes americanos, possivelmente por que serviu ao exército e depois a marinha boa parte da sua vida adulta.
Aqui só tem menina delícia em, garotas Fabinho chegou! Dizia ele enquanto dava psiu as mulheres.
Você não perde tempo em.
Perder pra que se a vida é curta, rebateu ele enquanto chegávamos em casa.
Fiquei quieto já imaginando a reação que ele teria ao vê a bonita casa do Albérico do portão da rua.
Você mora aqui? Pow ta podendo em.
Não é pra tanto, você vai vê.
Logo ele avistou a casinha no fundo e entendeu tudo que queria dizer.
Sacanagem esse choque de realidade viu.
Eu sei, disse rindo
Bem vindo ao meu abrigo anti bombas, é contemporâneo aos dinossauros como pode vê.
Aqui moram quantos, disse ele mais objetivo.
Com você agora são 4 ( Esse número me persegue?)
Já morei numa casa desse tamanho com pessoas, mas o que o pessoal acha de mim.
Eles não tem que achar nada e pra falar a verdade quero me mudar daqui.
Ótimo, por que eu também quero. Esse lugar é uma merda.
É incrível como partilhamos a mesma opinião.
E o almoço?
Cada um faz o seu
Eu vou ter que cozinhar, perguntou ele pouco animado.
Só se quiser comer, disse de maneira honesta.
Esse sempre foi meu defeito. Espero que ele não desista, disse depois dele ter saído de maneira muito rápida...
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Lá na casa do Albérico
AdventureSer universitário foi um dos maiores desafios da minha vida. Sei que não fui o primeiro e provavelmente não serei o ultimo, nem tão pouco o dono das melhores histórias, mas o tempo que passei na casa do Albérico foram os mais representativos dos me...