Assim que tive oportunidade falei a Jabes sobre meu primo, o qual não ficou muito contente com a notícia.
A casa já ta cheia, disse ele.
Realmente estava, mas e dai? Quando ele próprio chegou para morar com agente a antiga casa já estava lotada.
Não importa, é só alguns dias ate encontramos uma casa pra gente.
Você também vai se mudar?
Vou sim, esse lugar não estar fazendo bem pra mim.
Tudo bem, mas a filha do Albérico não vai gostar.
Pode deixar que com ela eu me entendo, disse da boca pra fora.
Sair de casa e fui procurar o Albérico por que a ele sim eu devia satisfação e não a uma entre muitas herdeiras intrometidas.
Oi Albérico, como está?
Oi filho, tou bem, sossegado na minha rede.
Que bom, aproveita.
É só o que eu faço a bastante tempo. Ta gostando da casa?
Como dizer: Ela é única seu Albérico...
Que ótimo, minha falecida esposa gostava dela...
Falecida esposa? Repeti espantado.
Sim, ela faleceu já a vinte anos e desde então moro aqui sozinho.
Fiquei boquiaberto por um momento, pensando em histórias sobre fantasmas a muito esquecidas.
Não importava! Eu ia embora e ponto final. Tomei coragem e falei sobre meu primo.
Tudo bem, se é gente sua...
Obrigado Albérico, ate outra hora.
Não tardou para o Fábio chegar no carro preto da nossa Avó. Isso pode ter dado uma boa impressão por que nos quinze dias seguintes que permanecemos ali ninguém nos incomodou nem uma vez.
O Jabes não admitia mas parecia simpatizar com meu primo, já que conversaram bastante nos dias seguintes sobre coisas do exército e pontos de vista em geral.
Não demorou para o cheiro de morfo, o chão encardido, a falta de espaço e a sutileza de Jabes abater os ânimos de Fábio, o que nos levou diariamente a procurar casas vagas a preços justos desesperadamente.
Todo dia esse cara pergunta que dia vamos mudar, queixou-se meu primo comigo.
Logo logo agente muda, relaxa.
Sei não viu, cidade ruim pra achar casa como essa eu nunca vi.
Depois de muitos dias procurando não tínhamos encontrado nada decente para 2 pessoas morarem com certo conforto.
Chegamos ao ponto de perguntamos a estranhos na rua e por mas absurdo que pareça deu certo.
Oh amigo, um momento, falei a um homem simples que passava pela rua.
Sabe de alguma casa alugando?
Rapaz, alugando é?
Sim moço.
Por aqui?
Em qualquer lugar moço, falei já respirando fundo.
Tem não, uma que tinha ali já alugou.
Ha, brigado moço.
Ei, você tem celular?
Tenho...
Eu vou saber lar em casa e passo seu número. Uma amiga de uma vizinha talvez tenha: A filha de finado Augusto.
Ha, ótimo, anota ai, falei já imaginando outra casa assombrada.
Voltamos desanimados para a casa do Albérico onde nos abrigamos de uma potente chuva vinda do nada.
Eram muitos trovões que nem pude falar direito ao celular quando ele tocou no momento.
Quem é?
É sobre uma casa que você deu o número.
Sim e ai
Você quer pra quando por que agora não ta disponível.
Só me faltava essa...
Moça, ta relampejando, agente se fala depois.
Ir é mesmo. Ta bom então. Ate!
Os dias se passaram e eu esqueci daquela conversa maluca, saindo em busca de novas áreas a explorar.
Todas elas se mostraram ruins, o que me levou a olhar o meu registro telefônico.
Não vou perder nada, pensei.
Alo? Disse para quem atendeu
Quem é, perguntou uma voz feminina.
Uma pessoa me ligou desse número sobre uma casa pra alugar.
Ha, foi minha irmã. A casa ta livre, você que vim ver.
Quero sim, disse animado.
Quando?
Agora.
Então venha meu fio.
Onde é?
Após ouvir as instruções arrastei Fábio pra ir comigo( era um lugar próximo do centro mais meio favela)
Mas a casa era perfeita. Toda bonita pintada em branco com piso branco e azuleijos brancos com quartos amplos e uma vista bonita para um pasto amplo e cheio de animais.
Um paraíso comparada a casa do Albérico.
O aluguel é 400 reais meus filhos, disse a coroa que havia atendido o telefone
Ta perfeito. Nós queremos, disse eu muito rápido.
Não é por que é minha casa não, mas ela é ótima.
Estou vendo dona
Jane
Vamos nos mudar imediatamente, falou Fábio
Que isso meus filhos, primeiro vou limpar pra vocês, vou te dar as chaves e ai vocês ficam avontades viu.
Já me sinto em casa, pensei não acreditando que era verdade.
Mas era sim...
Finalmente estaria livre da casa do Albérico e não só livre mais livre para sempre.
Só que não...
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Lá na casa do Albérico
AdventureSer universitário foi um dos maiores desafios da minha vida. Sei que não fui o primeiro e provavelmente não serei o ultimo, nem tão pouco o dono das melhores histórias, mas o tempo que passei na casa do Albérico foram os mais representativos dos me...