13.

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Por ter setenta por cento da minha família formada por excelentes médicos e nunca ter tido alguém tão próximo a mim necessitando de uma cirurgia e um tratamento tão agressivo, eu não tinha a menor condição de tentar ficar calma ou pensar em alguma coisa.

Nós havíamos arrumado o dinheiro necessário para a cirurgia, meus avós nos ajudaram a escolher um bom hospital e um excelente médico para o Enrico.

- Você falou com o Cristiano? - Dani falou, estacionando o carro.

- Aham, não entrei muito em detalhes. Só a Dolores que sabe, talvez ela venha aqui, mas o Cristiano teve jogo pela seleção e tudo mais... aì não quis ficar enchendo a cabeça dele. - Peguei minha bolsa e algumas sacolas que estavam no banco de trás e saí do carro.

- Como que está sua relação com o Júnior?

Minha amiga fez o mesmo, acionou o alarme do carro e fomos em direção a entrada do MD Anderson Cancer Center.

- Ele é um bom menino, o Cris conversou com ele sozinho. Eu achei que era um momento dos dois, então não quis participar. Mas no dia que passamos o dia tomando sol ele me falou que está muito feliz. - Eu ri. - Mas a gente sempre inclui ele.

- Eu acho a história dele muito delicada, mas o Júnior foi muito bem educado, ele sabe lidar bem com as coisas.

Passamos pelas portas de vidro e fomos direto para recepção pegar nossos crachás de visitantes.

- Hola, estamos entrando! - Empurrei a porta que estava encostada e vi meu menininho sentado na cama.

- Tia Cate, achei que você não vinha mais. - Ele riu e abriu os braços para me abraçar.

- Oh, meu amor. - Sorri e apertei ele nos meus braços. - Claro que eu iria estar aqui e ainda vou estar quando você acordar.

- Desculpa atrapalhar, mas eu preciso fazer um penteado novo no Enrico.

Uma enfermeira entrou no quarto puxando uma mesa que continha todos os acessórios para corte de cabelo.

- Mas tia, eu não sei se vou gostar de tirar todo o meu cabelo. - Meu menininho falou baixinho, apenas para eu escutar. - Eu nunca fiquei com o cabelo tão curtinho assim...

- Rico, - Dani se sentou no outro lado da cama dele - cabelo cresce rapidinho. Logo o seu vai estar gigante novamente...

- O Cristiano Ronaldo também cortou o cabelo bem curtinho. - Dona Su falou com o filho com a voz embargada.

- Ah, o Júnior também. - Peguei meu celular, abrindo a galeria de fotos. - Olha aqui.

- Ficou muito legal, tia. - Ele riu - Tudo bem, mas vai doer? - Arregalou os olhinhos para a enfermeira.

- Não dói nadinha, Rico. - Ela riu. - É bem rapidinho.

Vi que o Cris estava online no WhatsApp e estava digitando algo para mim, mas fui rápida e iniciei uma vídeo-chamada.

- Hola, amor! Já está no hospital? - Ele sorriu se ajeitando na cama.

- Já sim, olha quem está aqui comigo. - Me aproximei de Rico, encaixando ele na frente do celular também. - Ele está com medo de cortar o cabelo.

- Ah, rapaz. - O jogador riu, levando Enrique a soltar uma gargalhada. - O cabelo cresce logo, olha o meu, já está crescendo...

- Mas tio, eu não sabia que tinha que cortar tanto assim do meu cabelo. E se não crescer mais? - O mais novo falou, arrancando risadas de todo mundo.

- Se não crescer o tio corta o cabelo para sempre, pra ficar igual o seu. Tudo bem?

- Hm, ta bom! - Balançou a cabeça - Eu também quero chocolate.

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