19.

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O resto do mês de Julho foi de extrema correria. Liliana, Kátia e Dolores vieram para Madrid, e minha mãe fez o mesmo, nos ajudando com a escolha do local da cerimônia. Junto com Inês, nossa cerimonialista, escolhemos o haras da minha família. Já que em comum acordo, eu e Cristiano queríamos um casamento ao ar livre, onde todos os nossos convidados ficariam confortáveis. Quem cuidava de todo o Haras Vasquéz era tio Tadeu, irmão mais velho do meu pai, que de prontidão abriu as portas para nós visitarmos com nossos organizadores. Com isso, a data foi decretada para o dia vinte e nove de setembro, pois de acordo com Inês teríamos tempo de sobra para tudo.

Depois disso, foi a hora de sentar e começar a fazer o meu vestido, e então a minha ficha começou a cair. Eu estava casando.

- Eu estou começando a acreditar que eu vou casar. - falei olhando pra Dani, enquanto ela sentava no sofá, ao meu lado.

- Eu também não, parece um sonho! - Riu, me entregando um pedaço de torta em sua própria colher. - Você vai ser a noiva mais linda do mundo.

- Wow! Meu ego agradece. - Falei mordendo os lábios. - Com quem estava falando?

- Sua atividade favorita agora é ficar controlando minhas ligações, senhora Aveiro? - Gargalhou, me fazendo levantar o dedo do meio em sua direção. - Com o Álvaro, como sempre.

- E como vocês estão com isso?

- Até então estamos bem. Já sabia que isso poderia acontecer antes do pedido de namoro. Mas é tão estranho se relacionar com alguém que tem determinado valor no mundo, tipo, dinheiro mesmo. - Disse fazendo careta. - Estou falando de milhões...

- É bem estranho mesmo, eu tento não pensar nisso. - Ri. - Mas vocês estão lidando bem com isso?

- Eu ainda não sei, porque não me vejo viajando atrás dele todo final de semana ou qualquer tempo que tiver livre, mas também ainda não me vejo morando com ele e totalmente dependente de um homem. Ainda tenho sonhos, trabalhos, você aqui, ou seja, minha vida inteira. - Minha melhor amiga disse, bufando e me fazendo rir. - Mas sinto falta dele, em todo esse tempo eu só o vi três vezes.

- Você não consegue depender de ninguém, Dani. Mas se esse é o seu momento de ser feliz, você pode pensar em opções e alternativas para dar um jeito no relacionamento de vocês, já que entraram nisso sabendo da possível mudança dele.

- O problema é que estou bloqueada e não consigo pensar em nada. Eu tô feliz, mas quero gritar por estar no escuro.

- Bom, antes de descobrirmos a doença do Rico, conversei com algumas pessoas e até pesquisei superficialmente sobre, mas deixei de lado, querendo me focar no Enrico. - Me levantei, pegando minha pasta preta, que estava na gaveta da minha mesa. - Eu acho que agora é a hora perfeita pra isso.

- Do que você está falando? - Se sentou na cama, arrumando o cabelo.

- Nós precisamos aumentar nossa loja, porque além daqui ser a física, também cuidamos da parte online da coisa. E temos muitas encomendas pela internet e tudo dá sold out muito rápido. - Ri, quando ela fez uma cara de quem parecia estar entendendo. - Estudei algumas cidades em que a demanda pela internet é grande, e adivinha?

- Londres é uma delas? - Riu.

- Espertinha. - Apertei suas bochechas. - Mas sério, seria ótimo. Uma de nós duas lá, acompanhando tudo de perto. O que você acha?

- Não sei... não sou igual você que consegue fazer as coisas do dia pra noite, Cate. Preciso pensar, porque, como eu disse: não me imagino morando com ele... ainda. - Ela pegou os papéis, lendo linha por linha. - Wow! - Exclamou, de boca aberta. - Não sabia que era tudo isso.

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