Epílogo

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- Oi, Catezina! - Junior falou eufórico do outro lado da linha. - Sinto saudades, quando você volta?

- Oi, meu amor, volto em breve. - Ri, já imaginando ele revirando os olhos do outro lado. - Como foi seu jogo hoje?

- Ganhamos, nada demais.

- Você fez um hat-trick! - Eu falei animada.

- Sim, pela segunda vez consecutiva. - Riu como se aquilo fosse completamente normal.  - Tia, a Eva quer falar com você,  vou chamar ela. - Os ruídos no telefone indicaram que ele estava correndo pela casa, atrás da irmã mais nova. - Eva, a mamãe tá no telefone.

- Mamãe! - Ouvi sua risadinha, o que só aumentou minhas saudades. - Você tá vindo embora?

- Ainda não, mas em breve eu estou ai, mi pequeña. Cadê seu irmão Mateo?

- Jogando bola com o tio Iago.

Eva era mais falante que Mateo, ela quase não errava as palavras, e sempre tentava copiar tudo que os irmãos mais velhos faziam. O que gerava várias risadas e uma cara emburrada de Mateo.

- Depois eu falo com ele então, preciso falar com o papai, você chama ele?

Sem nem me responder, pude ouvir a caçulinha correndo pela casa, atrás do pai.

-Sinto sua falta aqui. - A voz de Cristiano soou imediatamente do outro lado, me fazendo sorrir.

- Eu também, meu amor. - Suspirei, segurando minha vontade de rir. - Mas eu preciso te falar uma coisa muito séria.

- O que você fez, Caterine? - O jogador pediu com urgência.

- Eu não tô te cobrando nada, mas você lembra quando me contou sobre os gêmeos?

Antes mesmo dele responder, eu completei. - Você sabe que vim pra África com o coração aberto pra dar muito amor e ajudar com o que puder, como sempre fiz e sempre quero fazer.

- Cate, por favor... - Ele voltou a pedir, e eu pude imaginá-lo revirando os olhos.

- Eu tenho uma conexão fora do comum com esse lugar, e isso com toda a certeza é coisa de outras vida. - Sorri. - Hoje eu tive a convicção que eu pude encontrar uma das minhas missões aqui. E quero muito que você me escute, por favor.

- Amor, fala logo. Eu tô te ouvindo.

- Eu encontrei nossa filha aqui, Cristiano. - Nesse momento já era impossível segurar minhas lágrimas. - Ela é linda e foi surreal. Sempre falei em adotar uma criança daqui, mas eram planos para o futuro... mas é ela, é ela. Eu tenho certeza, amor.

- Como assim? - riu. - Como foi isso?

- Cris, hoje iriamos visitar o último orfanato, eu quase perdi o horário e não acordei. Mas graças a Deus eu consegui acordar e ir - passei as mãos pelo meu rosto, tentando limpar. - Cada voluntário foi em uma sala e a última sobrou pra mim, então eu bati e ela abriu. Ela sorriu, ficou me olhando e abriu os braços pra mim. A cena ficou em câmera lenta, eu só conseguia enxergar ela, mais nada e nem ninguém. Só ela e eu.

- Você tá falando sério?

- Sim, ela foi feita pra gente, amor! - Ri. - Ficamos um ótimo tempo brincando, eu conversei com a diretora daqui e é muita burocracia, mas eu não saio daqui sem ela. Eu quero tê-la todos os dias, ela adorou ver as fotos da nossa família, eu ainda sinto ela aqui em meus braços...

- Como ela se chama? - Disse prontamente, me intrometendo.

- Seu nome é Chinue e eu já procurei o significado. - Ele gargalhou, me fazendo rir em meio às  lágrimas. - Seu nome significa benção de Deus. - Eu gargalhei. - Eu tô sentindo uma sensação maravilhosa, parece que tivemos outro filho.

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