20- Theo

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Estávamos na mesa do jantar, tudo o que se ouvia eram os barulho dos talheres quando encostavam nos pratos. Meus pais volta e meia se entreolhavam, deixando o ambiente mais desconfortável possível.

— Vocês são sempre chatos assim ou só porque eu tô aqui?
Perguntou adam, fazendo que o meu pai o fuzilasse de imediato

— Quando é mesmo que você e aqueles vagabundos que você chama de banda vão voltar para o Canadá?
Perguntou ele

— Quando pintar algum show.
Respondeu adam me olhando. Porque eu era o único que sabia que a banda dele tinha parado com esse lance de tour, e ele pretendia ficar aqui definitivamente.

— Bom filho, hoje no piquenique da empresa, eu quero que conheça a filha do Maxwell, ela é uma grande herdeira, que vai ser muito útil se tivermos do nosso lado quando o pai dela bater a botas.
Disse meu pai
— Que deus o livre mas o senhor Maxwell não passa desse ano. E temos que ser prevenidos.

— Em que ano a gente tá? 1890? Aonde os casamentos são arranjados?
Perguntou adam

— Eu não falei com você, e eu não estou falando sobre casamento.
Disse meu pai

— Além do mais, se Theo for casar melhor que seja uma menina que esteja a altura dele.
Disse minha mãe, e eu apenas dei um sorrisinho para ela que não tirava os olhos de mim, quando na verdade eu queria me matar aqui mesmo.

— Claro, é melhor Theo casar com uma rica ordinária do que uma garota que ame ele, que exemplo.
Disse adam

— Você cala a boca!
Disse minha mãe

— Qual é coroa, nem o Theo aguenta a merda que vocês ficam obrigando ele a fazer.

— Isso não é verdade, não o obrigamos a nada, ele faz porque que e é um garoto educado que temos orgulho, diferente de você.
Disse minha mãe parecendo bastante alterada. Meu pai passou a mão nas costas dela e ela tomou uma taça com água.

— Filho, cale a boca do seu irmão e diga se por acaso te obrigamos a fazer algo?!
Perguntou meu pai me encarando. Eu nunca me senti tão pressionado, eu olhei para adam, ele estava me olhando esperando que eu dissesse a verdade. Olhei para meus pais e eles estavam esperando que eu dissesse o que eles queriam ouvir.

— Não, eu faço por que quero.
Respondi de cabeça baixa. Meu pai encarou adam mais uma vez como quem mandasse ele ir longe só com um olhar. Olhei para o adam e ele balançou a cabeça em sinal de negativo e voltou a comer. E ninguém mais disse nada depois disso.

Depois que terminamos fiquei um pouco no meu quarto, minha mãe estava mexendo no meu closet separando qual roupa eu iria usar no piquenique da empresa.

— Aí olha pra isso, essa camisa está toda amarrotada.
Disse ela com uma camisa social azul clara nas mãos, ela então colocou sobre minha cama. Eu revirei os olhos porque não era a primeira vez que ela estava fazendo isso.
— Filho, chama a Joana pra mim? Eu preciso de alguém pra passar isso.

Eu não respondi ela, mas sai do quarto, quando estava andando pelo corredor adam me parou e disse:

— Que porra é aquela de "Eu faço por que eu quero" Você é mais covarde do que eu pensei irmãozinho.
Disse ele colocando a mão sobre meu ombro

— Eu não sou covarde. Se eu me rebela-se depois que você chegou, eles iriam culpar você.

— Ah que bonitinho, me usando para justificar o porquê você não consegue dizer não pra eles.

— Eu consigo sim!
Respondi

— Ah claro, eu percebi.

— Okay, tá bom eu não sei dizer não. A Lola vive me dizendo a mesma coisa que tenho que dizer não para eles, mas vocês não sabem o que é estar no meu lugar.

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