27- Lola

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Justiça: É tão injusto o quanto essa poderosa palavra é desconsiderada desde o início dos tempos.

O que é justiça para você?
A pessoa que te fez mal, pagar de forma justa?, Ou de qualquer maneira?, mesmo que seja algo que não equilibre a balança, desde que ele pegue pelo seu crime?.

Infelizmente Nós vivemos em um mundo aonde a justiça é considerada cega. Ela privilegia as pessoas de classe alta. Enquanto isso algumas outras pessoas que não tem esse privilégio, vão tentar fazê-la com as próprias mãos, já que é a única maneira de se sentirem justiçados.

Mas ironicamente, isso é principal ferramenta para fazer com que o justo, vire injusto.

E eu pergunto mais uma vez, isso parece justo?.

— Isso é muito bom. Mas parece mais uma garota indignada com a justiça do país, do que um trabalho para a escola.
Falou meu pai, sentado ao meu lado na sala, usando seus óculos de grau que o faziam soar mais intelectual. Enquanto ele lia minha redação pelo notebook.

— Isso foi o máximo que consegui. Eu não tô com saco pra escrever texto idiota pra uma escola idiota.
Respondi cruzando os braços e me jogando para trás do sofá

— Tudo bem... algum motivo específico para você ter resolvido falar sobre isso?
Perguntou ele fechando o computador

— Nada, eu só odeio a injustiça que é esse mundo.

— Olha filha, você é uma escritora talentosa.
Disse ele e eu revirei os olhos, me mantendo na mesma posição.

— Eu não gosto de escrever.

— Bom, isso é uma pena. Porque não é por que você é minha filha, mas você tem um grande potencial.
Disse ele e eu não o respondi.
E peguei me pensando em quando era criança, e sempre que me perguntavam o que queria ser quando crescesse eu sempre dizia que queria ser escritora como meu pai. Mas com o tempo eu meio que desisti, coloquei na minha cabeça que não nunca conseguiria ser uma grande escritora, e acabei deixando essa ideia de lado.
— Sabe, Eu andei recebendo uma ligação da escola, dizendo que já faz 2 dias que você não vai na aula.

— Eu estava com cólica.

— Cólica?

— É pai, cólica, coisa de garota... eu sou uma garota.

— Querida, você sabe que se tiver algo de errado você pode conversar comigo ou com sua mãe, seja o que for.

Eu olhei para ele enquanto ela falava.
E por nenhum segundo me passou pela cabeça em contar para ele o que estava acontecendo. Eu já tinha pensado sobre isso antes, meu pai, assim como eu e meus irmãos gastamos todo dinheiro que ganhamos para os remédios e tratamento da minha mãe. Seria egoísta da minha parte pensar em mim. Porque se eu contasse, meus pais iriam querer processar os Prescott e pra isso, precisaríamos de um advogado. E não temos condições de contratar um no momento. Não enquanto eu puder lhe dar com isso sozinha.

—  Você parece diferente.
Disse meu pai

— Eu não acho... Ainda sou a mesma.
Respondi olhando para ele, e enquanto falava a porta foi aberta e entrou Mason, Nick e o Guss e mais dois amigos dele fazendo fiasco. Eles estavam com roupas de esporte e entraram com uma bola de basquete, então presumi que eles estavam jogando.

— Vocês voltaram, como foi o jogo meninos?
Perguntou meu pai dando toda atenção para eles

— Ganhamos, graças a mim claro.
Disse mason e os amigos dele riram

— Diz o cara que tropeçou na bola, e caiu no chão.
Falou nick

— Pelo menos eu fiz uma cesta.

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