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Bom dia Amietes, bom, pela campanha e pela intenção, vou liberar mais um capítulo. Rsrsrsrsrsrs. Obrigada pelas leituras, recepção e votos. E ah! Quero avisar, não se apaixonem pelo Diego, ele é terrível.

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Diego nunca em toda sua vida podia acreditar que estaria num lugar daqueles, com uma mulher negra colocando as mãos em cima de si. Nem em todas encarnações possíveis e o mais estranho é que diferente de todas as vezes anteriores não conseguia sentir nojo. Pelo contrário, estava agradecido por ela saber o que fazia, pois apanhara um susto grande ao perceber que sangrava.

─ Pronto. ─ Dior terminou de trocar o curativo e suspirou. ─ Aconselho a não fazer movimentos agitados.

Ele prensou os lábios, negando qualquer palavra de agradecimento que a sua educação insistia em proferir, mas bem lá no fundo e mesmo que não dissesse, estava completamente grato.

─ Não acredito que sejas enfermeira. ─ Para isso, sua boca abriu com rapidez.

─ E posso saber por quê? ─ Enquanto colocava a sujidade num saco descartável, ela voltou o rosto de maneira acusadora. ─ Deixa que respondo... Talvez porque preto só serve para limpar o chão?

Ia responder que dentro da sua empresa, eles nem para isso serviam, mas pensou melhor afinal estava de momento a mercê daquela estranha que o recebia sem hesitar.

─ Isso tu que o dizes. ─ Rebateu e apertou o lençol que ainda o cobria.

─ Pois bem, mas para o teu governo sou licenciada em Bioquímica. E entendo um pouco sobre os processos químicos que ocorrem nos organismos vivos. ─ Tirou a língua de fora em provocação, mas voltou a colocar dentro quando viu a admiração um tanto preconceituosa por parte dele. ─ E isso não é de sua conta!

Diego não queria acreditar que ela podia ter um curso igual ao seu, como se pudesse ser quase uma ofensa, mas mesmo assim se manteve calado o suficiente, enquanto Dior desaparecia de sua visão e voltava minutos depois. Lhe atirou uma toalha, um conjunto de roupas masculinas e deixou o telemóvel em cima da mesa.

─ Não farei mais nada por ti. ─ Declarou sem demonstrar nenhum pesar na voz.

─ Roupas do teu namorado? ─ Diego levantou a sobrancelha em descrença. Tinha certeza que não o serviriam.

─ Por favor! Não me diga que no meio disto, tudo o que conseguiu enxergar foram essas roupas? ─ Levantou os braços ao ar. ─ Não que queira algo mais vindo de ti, mas sinceramente, calado és mais atraente.

─ Nunca vesti roupas usadas. ─ Se levantou completamente ultrajado.

─ Isso é um problema exclusivamente teu. ─ Dior riu na cara dele, mas depois o analisou. ─ Um menino rico mimado certamente ─ constatou.

─ Minha vida não te diz respeito. ─ Diego apanhou a toalha e as roupas, algo há muito tempo esquecido bateu em seu peito. Lembrou de sua família destruída, seu passado dolorido e muita coisa que não iria esquecer.

─ Então engole essa cara de limão azedo logo de uma vez. ─ Ela bufou de raiva e se dirigiu para a cozinha ainda a gritar impropérios.

Diego andou devagar e entrou no cubículo que era o quarto de banho. Ainda assim era muito limpo, com decorações em cor-de-rosa e um espelho iluminado por uma luz amarela. Não reconheceu o próprio reflexo e se perguntou se sua pele estava diferente ou se era por causa da luz. O rosto bonito estava coberto de barba por fazer e percebeu que repousava há alguns dias, assim como os olhos cinzentos se mostravam cansados.

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