O silêncio nos rodeia, ou melhor, o nosso silêncio porque apenas é possível ouvir os ponteiros do relógio da cozinha a ecoar pelo vazio do apartamento, carros passar lá em baixo na estrada e as nossas respirações. Nós...
Ela segue ali, parada, me olhando. Que está à espera? Que espero eu que ela faça?
- Não vais fazer nada? - Digo.
Luna encolhe os ombros.
- Por mim ia dormir, mas tu não deixas... - Ela responde enquanto volta a esfregar os olhos.
Como pode ela ser assim? Será que foi isto que fez ao Jake na outra noite? Dá esperanças mas depois age como se não tivesse passado de um piscar de olho? De que é feita afinal?
Um barulho de um peso a cair nos chama a atenção. Vem da entrada, olho para Luna que continua ali especada, rolo os olhos, avanço até à porta do apartamento e abro-a.
Nesse momento vejo o Jake diante da porta do nosso apartamento, deitado no chão a rir perdidamente, Denis e outra rapariga tentam levantá-lo.
- Hey help! - O Denis fala com algum desespero.
Eu suspiro, desculpem mas não vou aturar bêbados... Assim sendo fecho a porta na cara deles.
- Que estás a fazer? - Luna avança - Esse era o Jake?!
- Ah já me esquecia que vocês são amiguinhos coloridos...
- Quê? - Ela me olha com algum espanto no rosto - De volta a essa conversa? - Nisto ela volta a abrir a porta e desta vez Jake já se encontra pendurado ao ombro do amigo.
- Ai Luna queres aturar bêbados atura tu... - Respondo sem qualquer tipo de paciência.
- Onde está o teu sentido de compaixão? Vocês são amigos! - Luna fala como se eu estivesse a apunhalar o Jake pelas costas... Drama.
- Por ele? Não preciso, tu tens por nós as duas - Respondo tirando o casaco e pousando no sofá.
Agora quem se fartou disto fui eu.
- O q... - Ela olha-me, engole em seco e então prossegue, mas desta vez o seu tom de voz é mais sério - Eu vi-te ser arrastada no outro dia, podre de bêbada! Por isso que moral tens tu para dizer que não aturas bêbados?
Ok. Queres pegar por ai? Está bem...
- Acho que não me lembro muito bem dessa noite - Caminho até ela, fecho a porta com força mesmo depois do grupo de amigos do Jake finalmente conseguirem entrar e encaminhar-se para o seu quarto - E advinha por culpa de quem?
Luna e eu ficamos a nos olhar. Ferozes como à uma hora atrás nos olhávamos. Isto vai ser sempre assim? Uma luta constante entre beijos e dentadas?
- Onde queres chegar com essa conversa? - É a vez de Luna agora ripostar.
Eu bufo. Mexo no cabelo. Que devo dizer? Não sei o que fazer, sentir... Sento-me no sofá olhando-a. Como é possível aquela mulher linda que à momentos me beijava, agora me provocar tanta raiva?
- Aff Petra... - Luna atira os sapatos de salto pelo chão - Fartei-me!
Nisto avança até ao meu quarto. Eu fico intrigada por seguir até ao "Meu" quarto, visto que não é o local onde agora dorme, sigo-a.
Da porta do quarto fico a observa-la remexer nas suas roupas e abrir a sua mala.
- Que pensas que estás a fazer? - Digo de braços cruzados.
Luna olha-me rapidamente e logo desvia o olhar para os seus afazeres.
- Vou embora. Claramente enganei-me a teu respeito... Pensei que podíamos ser amigas mas... Afinal eu nunca aprendo mesmo não é?
- Que merda de conversa é essa? - Não estou a entender o que quer dizer.
Luna se levanta, tem os punhos serrados e com a voz afetada tenta atacar dizendo:
- Acabo sempre por confiar nas pessoas, mas já aprendi da pior forma que não é possível isso acontecer...
- Calma ai... - Me aproximo e começo a desfazer tudo o que ela arrumou entretanto.
- Que estás a fazer! - Ela grita e me olha feroz.
- Pára de agir assim! De cabeça quente que nem uma criança! - Digo enquanto retiro as roupas das suas mãos e jogo tudo no chão - Onde pensas que vais agora? Vais fugir a meio da noite é? Sair de casa assim? Sem mais nem menos?!
Luna fica calada me encarando. Está ajoelhada no chão junto da sua mala de ginásio, a mesma que trouxe a sua roupa quando saio da casa do ex.
- Esta não é a minha casa... Eu não pertenço aqui por isso que diferença faz sair? - Ela fala se levantando lentamente.
- Quê? Então onde é a tua casa então? Com o Nuno? Ah não espera! Já sei a casa dos teus pais.
- Fartei-me vou mesmo assim! - Luna dá meia volta, pronta para sair mas rapidamente lhe puxo o braço para mim e a agarro, pego ao colo e jogo na cama - Deixa-me! - Ela grita mas não ligo.
- Não! Pára porra! - Grito agarrando os seus pulsos enquanto ela braceja e se remexe tentando sair dali - Deixa de ser criança! - Levo os seus pulsos a ficarem presos sobre a sua cabeça.
Continuamos ali, nos debatendo por mais uns segundos até que o clima se acalma. Luna bufa.
- Larga-me - Ela diz mais pausadamente mas severa.
- Promete que se te largar não vais sair fugindo - Digo enquanto nos olhamos nos olhos. - Promete que ficas?
E num momento inesperado Luna beija-me.
Um beijo suave, delicado, que me fez desprender alguma da força com que agarrava os seus pulsos.
Levanto o olhar e a admiro, surpresa com a sua iniciativa repentina, vejo aquele olhar azul intenso se fixar no meu. Agora sou eu que devolvo o beijo.
Numa pegada mais forte, sinto as suas pernas se entrelaçarem na minha cintura, deixo os seus pulsos finalmente escapar, pois agora tenho certeza que aquela mulher linda não irá a lado nenhum.
As suas mãos vagueiam pelo meu pescoço me puxando cada vez mais para si.
Um calor emana dos nossos corpos, retiro o seu body que antes tinha vestido no meu carro, a sua pele se revela, nem tinha reparado que não tinha vestido o sutiã desta vez.
Beijo os seus ceios e levo minha mão entre as suas pernas... Está húmida e quente.
Sinto os seus dedos no meu cabelo, seu corpo se contorce com os movimentos dos meus dedos e muito subtilmente, como que num sussurro, Luna solta gemidos que me fazem deliciar.
Mas do nada ela vira o jogo, me agarra e num instante está em cima de mim, me beija intensamente, entre gemidos continua cavalgando nos meus dedos humedecidos do seu liquido do paraíso, que entram e saem cada vez mais rápido de dentro de si.
Luna procura retirar as minhas calças, ajudo e mal estão baixas o suficiente, sinto sua mão delicada me tocar. Assim seguimos por mais uns minutos, nos beijando e olhando como nunca tinha acontecido antes, nos viemos em conjunto.
- Não me deixes ir... - Luna diz pousando a sua cabeça no meu peito.
- Nunca - Respondo enquanto afago os seus cabelos.
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Apenas ela, só ela...
RomancePetra é uma garota mazona, que pensa que tem o controle sobre tudo, mas um dia conhece Luna... Ela não é como as outras... É diferente, especial? "Apenas ela, só ela..." é um romance lésbico totalmente fictício, uma históri...