Capítulo 12

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** O pequeno Mateus chora no seu berço.

Nuno se revira na cama.
- Luna! Olha o bebé! – Grita Nuno tapando a cabeça com a almofada.
Mas o choro continua.
- LUNA! – Volta a gritar mas nem sinais de a situação estar resolvida.
Então Nuno levanta a cabeça, nota que está sozinho no quarto. "Mas que raio..." pensa.
Caminha até ao quarto do pequeno Mateus que chora e braceja os seus pequenos braços, está perturbado, com certeza com fome ou a fralda por mudar...
Nuno pega-o ao colo, acalma-o.
- Calma filho o pai está aqui – Diz um tom afetuoso – Luna? Olha o teu filho! – Desta vez o tom de voz não é tão doce...
Mas Nuno não recebe qualquer resposta, qualquer sinal, nada...
Caminha pela casa, não está na sala, nem na cozinha... Não há sinais dela.
Nuno coloca o menino no ovinho com cautela.
- Luna? – Volta a chamar, mas mais uma vez apenas existe o silêncio. Segue até ao quarto. Após observar vê que a porta do guarda-roupa está entreaberta. Rapidamente abre a porta e tem uma surpresa ao ver o interior.
- Não... - Exclama ao ver que as coisas de Luna não estão lá – Não é possível!
Não querendo acreditar no que vê Nuno remexe o quarto, os sapatos, acessórios, bijuterias... Tudo o que é dela desapareceu também.
- Como foi capaz! – Branda furioso – Filha da puta!

Mateus volta a chorar na sala. A cabeça de Nuno está uma desordem. Olha o telemóvel então sem demoras digita o número da namorada.
A chamada toca por alguns segundos mas cai no atendedor de chamadas.
- Caralho! Atende! – Grita para o telemóvel.
Volta a tentar mas sempre acontece a mesma coisa...

Está para além de irritado, está furibundo! Suas mãos tremem de raiva, então manda com força o telemóvel contra a parede!

- Sua cabra! Se achas que te livras de mim! Estás enganada! – Vocifera entre dentes!**

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A luz da manhã entra pela janela do quarto de hotel. Estou acordada já à algum tempo, não sei bem ao certo quanto, mas despertei e decidi ficar quietinha no meu sítio para não acordar Luna. Fiquei o tempo todo a observa-la, como serena dorme. As suas sardas nas maçãs do rosto fazem-na mais bela, rara até. A luz difusa que entra da janela faz os seus cabelos castanhos/ dourado parecerem mais claros. Depois do pesadelo de ontem, é bom vê-la assim, tranquila. Olho as marcas que tem no pescoço, umas manchinhas que começam num tom vermelho e ao centro são meio roxas esverdeadas. O golpe na cabeça quase que passa despercebido tapado com o cabelo, mas também não está nada bonito. O meu peito fica mais pesado, agonia-me que tenha sofrido nas mãos do "namorado".

De repente o seu telemóvel vibra na mesa-de-cabeceira, rapidamente o alcanço e vejo no visor o nome de contacto "Boy ♥", imagino quem seja... Decido ignorar a chamada, espero que desligue. Quando o nome desaparece, coloco o telemóvel em silêncio. Assim aquele merda já não vai incomodar.
Luna mexesse na almofada, espreguiça-se e graciosa acorda. Eu sorrio.
- Dormiste bem? – Pergunto.
Ela sorri de volta.
- Sim e tu? – Ela pergunta se colocando apoiada no cotovelo.
- Também – Respondo.
Ela sorri.

- Então que fazemos hoje? – Ela pergunta-me encarando bem disposta.
Penso um pouco. E olhando para ela a resposta é rápida.
- Primeiro vamos ao hospital – Mal eu falo o seu sorriso desaparece.
- Petra eu estou bem! – Ela fala séria – E para além disso os médicos iam querer saber como fiz isto – Ela aponta para as marcas – E acho que um "caí nas escadas" não ia ser convincente...
A sua cara já não é mais de anjinho... Está séria.
- Ok! Está bem! – Admito antes que ela parta para cima de mim com o olhar bravo que está – Tens razão! Foi uma má ideia, mas tens que tratar disso...

Ela bufa...
- Isto não é nada que não se aguente... - Retoca levantando-se da cama.
Ela estende as mãos no alto, espreguiçando. Bem... Parece que as horas de sono fizeram-lhe bem à alma, ao corpo...
- Pet! - Ela grita, ao que parece não a estava ouvindo...– Vou tomar um duche ok?
- Ok... - Sussurro ainda a olhando de alto a baixo. Ah Pet! Recompõe-te! – Ok! – Afirmo voltando com a cabeça ao lugar.

Apenas ela, só ela...Onde histórias criam vida. Descubra agora