Capítulo 1

1.9K 56 5
                                    

Chegamos à discoteca, passamos na fila enorme que está na porta, cumprimento o segurança, pois já é meu conhecido de longa data de noitadas... Algumas pessoas reclamam mas não quero saber.

Está gente mas não cheia, afinal ainda é cedo, são só 2 da manhã...
Como sou alta, vejo logo o Guga e o namorado Pedro, mais a Mónica.
- Hey gatassssss! - Grita o Guga ao nos ver, entregando-me para as mãos uma vodka morango - Toma!

Assim já estou a gostar. Para quem não sabe até parece que sou uma alcoólica, mas não eu gosto de sair e me divertir, é claro que apanho sempre aquelas pielas de vez em quando... ou muitas vezes mas...
A Mónica aproxima-se e abraça-me.

- Então! Faz quanto tempo!!! - Sim pois muito tempo realmente, quê? 2 Semanas que não vou com ela para a cama? Eu e a Mónica sempre rolamos algo mas nunca passou disso, ela não passa de um corpo bonito e que fodo de vez em quando... melhor toda a gente fode de vez em quando... ela também não se queixa por isso...

- Vamos dançar! - diz a Danny me pegando na mão e levando para a pista, eu protesto mas vou a reboque na mesma - Então alguma em mira?
Eu rio. A Danny é a minha melhor amiga, cabelo pintado de vermelho, curto e rapado de lado, tatuagens um estilo muito próprio.
- Vamos ver - digo olhando em volta, vejo bastantes carinhas larocas mas muito estilo menina do secundário, outras interessantes mas um pouco acanhadas para o meu gosto, até que vejo um belo rabo de saias na minha frente - Aquela - digo apontando.
- Hum não me parece.
- Achas?
- Não me inspira...
Olho para a cara da Danny e com um olhar desafiador, tenho um sorriso maroto.
- Queres apostar que consigo?
Ela risse.
- Só se for eu a comer a Mónica hoje.
Desta vez sou eu que rio.
- Toda tua! - Digo com um tom irónico.
Então aproximo-me confiante com o meu charme de mazona, a verdade é que sempre tive esse estilo, umas calças de ganga, uns ténis da adidas brancos com riscas a preto, uma blusa curta branca e o meu amado casaco de cabedal preto estilo rockeira. Fisicamente? Morena, cabelo preto comprido, olhos castanhos. Beleza oriunda dos traços latinos do meu pai. Bem chego por trás da rapariga, que tem um top cai cai e uma saia bem curtinha, saltos e cabelo atado. Bem gira por sinal.
- Olá - digo ao seu ouvido.
A rapariga gira e sorri quando dá de caras comigo. Aparenta ter a minha idade, 22 anos, loira de olhos claros, maquilhada, talvez não precisasse de tanta, e super gata.
- Oi? - diz com surpresa e olha-me de alto a baixo.
- Desculpa... hum eu sei que parece constrangedor mas... eu conheço-te? - Digo mais uma vez a minha balada de engate.
A rapariga levanta as sobrancelhas - Humm... acho que não - olha-me mais uma vez de alto a baixo - quer dizer que eu me lembre não...
- É que tenho a sensação que te conheço de algum lado... trabalhas, estudas?
- Ah, eu não sei... - Responde meio que envergonhada.
- Que pena, porque estava mesmo com a sensação que conhecia a tua cara, nem que fosse de vista.
Ela consente.
- Desculpa mas não podia deixar de cá vir...- Digo olhando-a de alto a baixo novamente, dou comigo mordendo o lábio, ups...
A rapariga ri-se - Não tem problema, Diana - Diz estendendo a mão.
- Petra - estendo a minha e cumprimentamos-nos - mas podes-me tratar por Pet.
Ela ri-se novamente - Pet?
- Sim, não tenho culpa de ter amigos desvairados...
Ela volta a rir.
Boa passemos para a 2ª fase do plano.
- Mas não tens nada nas mãos! Isso não pode ser anda eu pago-te algo! Como dizem "Balada sem beber não é balada"- Digo desviando e abrindo caminho para o bar, ela fica admirada mas acena com a cabeça.
- Já volto! - Diz para os amigos.
E avançamos até ao balcão do bar, no caminho vejo a Danny a dançar com uma rapariga morena, ela sorri e vejo nos seus lábios as palavras "és terrível".

- Então que queres beber? - Pergunto encostando ao balcão o cotovelo.
- Que sugeres?
- Hum um Torpedo Killer?
- Ena com esse nome... deve ser mesmo para matar - diz em tom de gozo - que é isso?
- Não conheces? É só o melhor shot de sempre - enfatizo - um Torpedo - grito ao barman.
- Só bebo se for acompanhada- diz com cara de inocente.
Olho para o copo de vodka que continua na minha mão, ainda está cheio, então bebo de penálti soltando um pequeno ah no fim.
- Elahhhh! Temos campeã - exclama a Diana.
- Mais um - digo ao moço que se aproximava com o copo de shot para servir.
Ele prepara então dois shots e no final ele usa um isqueiro e a bebida fica com uma pequena chama de fogo azul em cima.
- Bem temos que beber segundo uma ordem - digo pegando no meu copo.
- Ensina-me -diz pegando no seu copo também.
- Bem pegas no shot e tapas com a mão - digo exemplificando.
- Oh eu estava a gostar do fogo - diz em tom de gozo fazendo o mesmo - e agora?
- Agora abres uma brechazinha, bebes e no fim tens que inspirar dentro do copo. Percebeste?
- Sim- diz ajeitando a bebida na mão.
- Pronta? 1, 2... 3!
E bebemos o shot o mais depressa que podemos e de seguida respiramos o ar dentro do copo.
- Wow - exclama
- Eu sei haha.
Esta bebida é o meu cupido do amor, para além de deixar bêbado com a bebida, também faz efeito ao respirar o álcool.
- Demais! - Diz dando uma risada e apoia-se com a mão no meu ombro - Vai mais uma?
- Só se pagares desta vez - Digo.

O ambiente é bom, bebemos mais uns shots, tequilla, absinto...

Eu sorrio, aproximo-me e sussurro ao seu ouvido - Queres sair daqui? - digo e não me afasto muito, fico próxima dela, com a minha boca perto o suficiente para ela num pequeno impulso me beijar. Ela fica a olhar-me meio com um sorrisinho maroto no canto da boca. Parece que a 3ª parte do plano vai funcionar.
- E vamos onde? - pergunta também meio que num sussurro.
- Primeiro até à porta depois logo se vê.

Ela dá um sorriso gigante - Engraçadinha - diz e para minha surpresa ela toma o tal impulso.
Ela beija-me, sinto ainda o sabor da bebida nos seus lábios, ela sobe os braços até ao meu pescoço enquanto eu levo minhas mãos à sua cintura e a puxo para mim. Quando nos afastamos ela morde o lábio inferior, bem ela está muito mais afim do que pensei, até que foi fácil.
- Vamos? - pergunto com olhar safado.
- Vamos - diz firme.
- Precisas de ir buscar algo ou tens tudo contigo?
- Não, podemos ir.
Pego na sua mão e a conduzo até à porta.
Reparo que alguns homens que estavam ao balcão estão a nos olhar... imbecis.
Chegamos à rua, várias pessoas estão a fumar e a conversar à porta.
Está um fresquinho e noto que a Diana está agarrada aos braços para se aquecer, dispo o meu casaco de cabedal preto e dou-lhe.
- Obrigada - diz vestindo.
- Onde queres ir?
- Humm não sei... talvez um sítio mais privado? - Diz se aproximando.
Eu arqueio as sobrancelhas, não estava à espera de ela ser tão rápida.
- Tua casa?
Ela sorri, pega-me na mão e dirigimos-nos para o parque de estacionamento.

Por favor não se esqueça de deixar o seu voto e comentar. Isso me dará motivação para continuar ;)

Apenas ela, só ela...Onde histórias criam vida. Descubra agora