Capítulo 8

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**Luna embala o pequeno Mateus nos braços, pedindo a Deus que o pequeno adormecesse. Olha ao relógio, é bem tarde e nem sinais de Nuno.
- Oh boneca! - Grita a senhora Margarida, a sua sogra que de flor não tem nada - Trás me água para tomar os remédios!
Então o pequeno se revolta no colo de Luna, despertou com o grito da avó.
- Shhh meu amor, está tudo bem! - Tenta acalmar - Tens que dormir meu bebé...
Aos poucos o menino acalma-se. Quando finalmente parece fechar a pestana, ela coloca no berço. Então vai buscar o copo de água para a sogra.
- Até que enfim! - Reclama a mulher na cama - Tanto tempo para um copo de água! Deves estar à espera que morra!
Luna limita-se a suspirar.
- Não me faças essa cara sua sonsa! Com tanta rapariga bonita, o meu filho tinha logo que escolher a ti, que não sabes fazer nada! Nem cuidar do teu filho sabes!
- Ah claro... - Luna está tão farta da mesma conversa que desiste.
- É verdade, não sabes cuidar do teu filho nem do teu homem! Já viste as horas? És tão desgraçada que até já nem motivas o meu filho a ficar em casa, passar a noite contigo!
A senhora Margarida nunca gostou de Luna, sempre a achou uma mimada, riquinha, que não sabia nada da vida. Ao inicio foi dificil para Luna, pois ela sempre viveu tendo pessoas que faziam tudo por ela, por isso quando alí chegou não sabia cozinhar, arrumar a casa... Algo que para a sua sogra era motivo para a desvalorizar. Mas o Nuno a defendia do mau génio da mãe, porém faz uns tempos que isso não acontece, Nuno tem vindo a ficar sisudo, já não a protege, até a rebaixa, tanto ou mais como a mãe...

Um barulho de chaves vem do hall de entrada, o Nuno chegou.
- Oh finalmente Nuno - Luna encaminha-se ao seu encontro - Estava a ver que... - Luna cala-se ao ver o estado de Nuno.
Encostado à parede ele olha-a com os olhos semi serrados e afundados nas orbitas. Está bêbado e tresanda a tabaco e álcool.
- Nuno... o teu estado - Luna sussurra.
- " Nuno... o teu estado" - Nuno imita um tom de voz feminino e gozão - Bah! Vais dizer que te importas agora? - Diz tentando caminhar na direção do quarto, mas segue aos tombos contra os móveis e as paredes.
- Tu estás podre de bêbado! - Luna grita - Como és capaz de estar nesse estado! Eu estava preocupada! - Ela segue reclamando atrás dele, Nuno ao chegar ao quarto deixa-se cair sobre a cama como uma pedra.
- Não acredito que foste apanhar uma bebedeira porque eu arranjei um trabalho - Diz Luna num tom arrogante. - És mal agradecido!

Naquele momento Nuno parece que ganha vida e levanta-se da cama, encaminha-se para Luna e a empurra contra a parede.
- Tu - Nuno fala prendendo Luna contra a parede com uma mão no seu pescoço - Nunca! Mas nunca mais me faças frente! Ouviste!
- Estás...a... me... magoar... - Tenta Luna dizer enquanto se esforça por se livrar da sua mão.
- Eu sou quem manda aqui! - Grita Nuno - EU! - E num cesto Luna embate contra o chão, esta cai projectada pela sua força.
Por um momento Nuno fica a arfar no seu lugar, enquanto Luna começa a chorar, um choro contido, tentando que Nuno não notasse.
- Levanta-te - Diz Nuno num tom baixo. Mas Luna não se mexe, não tem mais motivações para além de chorar - LEVANTA-TE! - Nuno grita e pega Luna pelos cabelos, esta grita de dor.
- Se eu te mando levantar tu levantas! - Grita o jovem a empurrando para a cama - Tu fazes o que eu mando! Ouvis-te?! - Nuno começa a despir Luna, esta tenta se opor aos seus gestos, mas é em vão, ele tem mais força que ela - Eu sou o teu namorado! EU! - Ele rasga a blusa de Luna - Eu sou o pai do teu filho! EU!
Luna num ato de desespero, cospe para a cara do namorado, que por sua vez dá um soco no rosto de Luna. Esta contorce com dor e no momento a seguir Nuno está em cima dela, se movendo.
- Nuno não... Pára por favor... - Implora Luna, entre lágrimas...
Mas ele não pára.
Ao fim do que parecia uma eternidade Nuno adormece na cama, roncando como um monstro. Luna, olha o rosto daquele que chama de namorado, já não sabe quem ele é, o que é. Decide enxugar as lágrimas e levantar sem fazer barulho. O que menos quer é ver Nuno acordado outra vez.
Não suporta mais aquilo, aquele lugar, foi a gota de água. Segue até ao armário, pega na mochila que utilizava para ir ao ginásio e começa a encher com tudo o que lhe pertence, roupas, sapatos... Veste-se quente.

Ao passar pelo berço do pequeno, dá-lhe um beijo na testa.

- Amo-te muito meu bebé, a mãe vai voltar para te buscar sim? - Murmura enquanto o menino continua a dormir o sonho dos deuses.
Olhando uma última vez para Nuno, esta suspira e sai do quarto. Sai porta fora, sai de casa.


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