— Você encontrou ela, Keith?!? – Sophie praticamente pulou em cima deles em sua forma humana quando pisaram fora do elevador. — Ela está bem?
— Espera! Como vocês sabiam que eu estava em perigo? – Alice se assustou um pouco com o abraço.
— O Keith sentiu que estava em perigo e foi atrás de você, mas antes nos contou o motivo de estar saindo da nossa reunião pouco antes dela terminar. – Sophie explicou, finalmente soltando-a do abraço.
— Ele sentiu? Como assim?
— Esqueça. Sua pobre mente humana não é capaz de entender isso. – Keith se intrometeu na conversa e abriu caminho entre os líderes. — Com licença, vou mostrar a ela seu quarto.
— O quarto dela? – Alina, Tom e Sophie falaram simultaneamente.
— É só por hoje. Não se animem. – Ele respondeu ainda andando e puxando a garota consigo.
— Ei! Cuidado comigo! Não sou um objeto para ser arrastado. – Alice puxou o braço com força, soltando-se. — E se não queria que eu ficasse aqui, por que me trouxe?
— Você vai ficar aqui porque ainda precisamos de você viva e eu não poderia largá-la na rua após quase ter sido atacada por um estranho mascarado. – Ele respondeu sem alterar sua expressão, ainda andando rapidamente para obrigar a garota a segui-lo.
— Você tem ideia de quem é aquele cara? – Alice ainda podia sentir calafrios correrem sua coluna ao lembrar.
— Não. – Keith não sabia ao certo o motivo que o levava a mentir, mas não queria assustá-la ainda mais. — Este é o seu quarto.
Abriu uma das portas do corredor de dormitórios e revelou um quarto bonito e acolhedor. Não tinha muitos móveis, mas parecia muito confortável. A janela dava vista para o jardim dos fundos, aquele que a havia encantado tanto no outro dia.
— Obrigada por me deixar ficar aqui. – Alice entrou devagar, analisando cada canto do lugar. Foi até a janela aberta e sentiu o ar fresco que vinha lá de fora.
— Só não esqueça de desligar seu aparelhinho. – E gesticulou em direção à mochila, onde ela mantinha guardado o celular.
— E o que eu vou ficar fazendo até ter sono? Não tem nada aqui!
— Você é muito ingrata. – Keith resmungou, revirando os olhos. — Aqui temos livros. Por que não tenta aumentar um pouco seus conhecimentos?
— Eu estava no colégio até quase agora! Acha mesmo que quero continuar estudando? – Alice retrucou, indignada.
— Acho que vai gostar dos livros que temos aqui. São diferentes de tudo o que já viu.
— Então pode me mostrar onde fica a biblioteca?
— Siga-me. – E saiu pela porta sem esperar que ela o acompanhasse.
— Ei! Espera! – Alice correu atrás dele, largando a mochila jogada sobre a cama.
Quando chegaram na biblioteca, depois de passar por alguns corredores escuros, Alice não conseguiu acreditar em como aquele lugar era grande. Já havia estado ali antes, ao fazer o tour, mas ainda assim a surpreendia.
A quantidade de livros também era impressionante. A biblioteca da escola não tinha tamanha quantidade de exemplares, nem mesmo a biblioteca da cidade possuía.
Ela passou as pontas dos dedos pelas lombadas dos livros e notou que não estavam empoeirados. Isso a fez pensar no pobre coitado que era encarregado de limpar tudo aquilo.
— Eu tomaria mais cuidado ao tocar nos livros daqui. – A voz de Keith, próxima ao seu ouvido, fez com que desse um pulinho de susto.
— O quê? Por quê? – E instintivamente afastou-se das estantes enormes.
— Hum... – Keith passou os olhos pelos livros, pegou um deles e entregou a ela. — Por que não descobre por si mesma?
— Não é perigoso, é? O que esse livro faz? – Ela pegou o exemplar verde musgo de capa dura e folhas amareladas, mas lançou um olhar desconfiado ao garoto.
— Está mais desconfiada do que eu. – Ele sorriu de leve. — E olha que sou um gato.
— Hunf! Vindo de você, vai que uma cobra pula do livro e me ataca?
— Eu já disse que não odeio você. – Disse cruzando os braços em frente ao corpo. — Não quero você morta.
— Ótimo. Obrigada pela consideração. – Retrucou ironicamente.
— Abra logo esse livro!
Alice obedeceu a ordem impaciente dele, mas antes seguiu até uma poltrona e sentou-se. Keith, em forma de gato, rapidamente pulou em seu colo.
— Eii!
— Não pode ir sozinha.
— Como assim? Não estou indo a lugar nenhum!
— Abra o livro.
— Hum... Ok.
Assim, ela abriu o livro, leu o índice e escolheu um capítulo que falava sobre a Floresta Encantatio, provavelmente se tratava de um livro de fantasia. O título era “Mundos Mágicos: Reinos, Criaturas e Outros Lugares Mais”.
Quando tocou a página escolhida, um vento tão forte começou a soprar que teve que fechar os olhos e se segurar mais forte no lugar. Ao abri-los novamente estava tão espantada que mal conseguia falar.
— E essa... é a Floresta Encantatio. Os livros da biblioteca dos CATS podem fazer isso. E também podem liberar criaturas horríveis para te atacar ou te engolir dentro de suas páginas. – Keith explicou pulando do colo dela no chão e voltando a se transformar em humano.
— É... Tão linda! – Os olhos dela buscavam analisar cada detalhe da paisagem. Era surreal. Tão magnífica!
Muitas árvores de todos os tamanhos e formas se misturavam entre si. Era um show de cores e luzes, tudo iluminado e bonito. Seres minúsculos, como fantasminhas de energia, flutuavam para lá e para cá suavemente.
— O que são eles? – Perguntou estendendo a mão para tocá-los.
— Não. – Keith segurou seu pulso com delicadeza. — Não toque. São Ninfasmas.
— E...? Isso deveria me ajudar a entender o quê?
— Eles liberam uma descarga de energia mortal quando são surpreendidos. Só pode tocá-los se pousarem em você.
— Ah. – E se afastou rapidamente dos bichinhos. — Nós estamos mesmo aqui? Ou é tudo ilusão?
— Estamos aqui, mas não podemos interferir em nada. – Ele explicou, observando as reações dela. — Para isso teríamos que atravessar um portal.
— Então essas coisas existem mesmo? Não são só invenções de filmes de ficção?
— Essa pergunta é mesmo séria? – Keith a encarou de um jeito que a fez sentir-se burra.
— Desculpa. Falei sem pensar.
— Deveria pensar mais, então. – E deu de ombros. — Vamos voltar agora. Encerrare Livrem.
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CATS - A Sociedade Secreta
Fantasy🐾 Livro 1 da Duologia CATS 🐾 Alice Riedel, 16 anos, um senso de aventura muito apurado, porém não o seu senso de perigo. Sempre foi uma garota quieta e esforçada, daquele tipo que ninguém tem do que reclamar. No entanto, sua amiga Liza sabe bem do...