Capítulo 3

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Olá, pessoal! Obrigada pelos votos e comentários!

Finalmente chegou a hora da Maggie arregaçar a saia lápis e se equilibrar no salto quinze para pagar sua aposta. Será que isso vai dar certo? Se tratando do temperamento apocaliptico dela e da brutice genética de Zoran, não, não vai dar nada certo! Mas nem sempre o errado é ruim, né? Bem, descubram logo aí embaixo!

Não deixem de conhecer a págida de "O Perfeito Oposto" no Facebook, e de comentar, votar e divulgar! Vamos apresentar esse homem das montanhas e essa lady dos arranha céus ao mundo! Beijos ;**

Os pássaros cantavam do lado de fora e eu queria gritar para que voassem assustados e me deixassem em paz. A chuva parou, deixando apenas a quietude pós-tempestade. O cheiro delicioso de natureza se enfiltrava pelas frestas de madeira, deixando claro que eu iria embora naquela manhã. Desanimada, para não admitir chateada, levantei e vesti minha roupa suja de ontem. Não queria nada de Zoran em mim. Nem seu cheiro, suas roupas ou a lembrança do seu rosto. Se não o teria, era melhor não guardar souvenirs para me torturar com o que não aconteceu futuramente. Saí do quarto e passeei pelos cômodos atrás deles, não o encontrando em lugar algum. Pela janela, pude ver o brilho forte do aço no ar, captado por um raio certeiro de sol. Me aproximei, curiosa como sempre e meu coração engasgou uma batida, parando de vez. Zoran estava sem camisa, jeans surrado baixo nos quadris e todo músculos flexionados enquanto descia o machado em um pedaço de madeira. Ele era o deus da guerra, não era possível. A arma se encaixava em sua imagem como uma extensão de si e ali, brilhando de suor, esbanjando aqueles biceps e abdómem de tanquinho, ele se encaixava a tudo aquilo. Não adiantaria jogá-lo em uma cidade grande, vestí-lo em um terno de marca e esperar que se adaptasse. Zoran era selvagem e indomado, as florestas fazendo parte de quem ele era mais do que seu sobrenome ou seu sangue. Eu não queria amansá-lo, como se faz com um animal selvagem e prendê-lo em uma coleira. Queria ele aqui, agora, suado, intenso e livre como o ar que corria por entre os galhos, na lama ou na grama ou pendurada em uma maldita árvore. Queria tanto que chegava a doer, o nó em minha garganta só dizia o quanto aquele sentimento me traria problemas. Me recompondo, ergui a cabeça e vesti um sorriso falso. Ainda teria que derrubar uma árvore e aquela parecia a parte fácil de tudo aquilo.

- Bom dia! - Floreei, me aproximando. Sua expressão era a mesma, cara de Zoran. 

- Bom dia. Tome, corte logo a árvore e vamos embora. - O que? Fiquei pasma, olhando impressionada para sua cara. Como alguém conseguia ser insensível? Tomei o machado da sua mão e juro, por mais que o quisesse dentro de mim, a lâmina ameaçou arrancar o que tinha entre as pernas. Estava tão revoltada, que corri para a árvore mais grossa que consegui encontrar e enterrei o machado ali, não causando nem uma ranhura na casca grossa dessa. Foda-se, eu passaria um ano ali, mas cortaria aquela árvore e depois esfregaria o quanto EU era para ele. Minha determinação e a minha paixão e a minha insistência, enquanto ele era um bronco, metido em uma floresta porque não conseguia agir como um humano normal. Continuei a bater sem cessar, um golpe após o outro, fechando os olhos para evitar as lascas de madeira. Meia hora depois, meus braços tremiam, entretanto eu já tinha o triunfo de ter atravessado a casca. - Chega, vamos. - Zoran puxou o machado que pendia para o lado em meu cansaço, mas eu puxei de volta bruscamente. Quem ele pensava que era?

- Escuta aqui, cara! Se você não queria que eu tivesse vindo, porque não me levou de volta ontem a noite? Porque incentivou essa aposta? Me deixasse na estrada, eu com certeza arrumaria um jeito de voltar sozinha. Você não é o único aqui que está sozinho tempo o suficiente para ter que aprender a viver por si só. - Eu estava vermelha novamente, as veias do meu pescoço ameaçavam explodir. - Eu queria poder arrancar a sua cabeça fora por ser tão insensível, mas apesar de tudo, você me ofereceu um teto ontem a noite, mesmo que a contra gosto. Então obrigada, Zoran e pode deixar que eu vou encontrar o meu caminho para casa. Para longe da sua casa e desse maldito país. - Soltei o cabo do machado e corri para dentro, apanhando minha bolsa e sapatos e correndo para a estrada de terra. 

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