Capítulo 16

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Olá, pessoal! Primeiramente me desculpem o atraso e feliz dia dos pais para todos os papais da vida de vocês! Agora estamos entrando em uma fase conturbada do livro, com muitos ressentimentos e medos com relação a ser pai, mas deixo claro aqui que, não existe sentimento mais bonito que o amor de pai para filho, seja ele seu pai natural ou não. Então deem muito amor a seus pais/esposos/avôs/irmãos e bora ler!

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...

Esperei o suficiente para conseguir me erguer sem a ajuda de Zoran. As duas horas seguintes foram um borrão impreciso de ansiedade e ação. Ouvia ele me fazer algumas perguntas as vezes, mas agora, sentada na poltrona de um voo direto para Belgrado, não me recordava de quais foram e muito menos quais as minhas respostas a elas. O avião já havia decolado. Zoran segurava seu iPhone justo na orelha, esbravejando com alguém em sua língua natal. Seu cenho franzido e lábios apertados pescaram uma memória no poço profundo da minha mente, algo sobre Ivan estar usando o jato particular da família e esse ser o motivo de estarmos em um voo comercial. Não importava. A prioridade ali era chegar na velocidade da luz até o nosso destino para salvar outro. Desgrudei os olhos da janela a tempo de ver uma aeromoça arraso passar arrastando um carrinho de bebidas. Suspirei aliviada e esperei que se aproximasse.

- O que deseja, senhora? – Zoran olhou da porção de garrafas para mim, mas preferiu voltar para sua conversa.

- Tem tequila, meu bem? – Ela concordou com a cabeça. – Tenho medo de voos, então me prepare um daquelas para dormir como um anjinho abençoado. – Como um robô ela sorriu e fez o que eu pedi. Misturou uma porção de bebidas, até restar um líquido marrom escuro em um copo baixo e largo. Aceitei contente meu drink, tomando um golinho. A coisa desceu como o demônio pela garganta lambendo meu interior com labaredas. Era a única coisa que me deteria de ir perguntar para o piloto se ele precisava de alguma ajuda para pilotar aquilo com mais rapidez. A lindinha sorriu para Zoran, perguntando, em sérvio, se ele desejava algo. Ele respondeu alguma coisa longa demais para ser um simples “não” e a moça assentiu, partindo para a próxima fileira.

Zerei o copo alguns minutos depois e me escorei na almofada de pescoço, capotando.

- Maggie! – O grito me fez saltar do banco e bater a cabeça no painel acima. Minha cabeça gritou histérica de dor e meu estômago revolveu, assim que levantei. Tentei entender o que estava acontecendo e encontrei Zoran e a aeromoça me olhando com apreensão nos olhos. Esfreguei os meus e peguei minha bolsa no acento. Já devíamos ter chegado, o avião já estava vazio. Me sentindo doente, passei para o corredor, entre os dois e notei a mão da moça repousando sobre o ombro de Zoran. Voltei a olhar pra trás e a danada continuava, como se não houvesse amanhã. Olhei bem pra cara dela, mais me divertido do que enciumada e perguntei.

- Problemas de equilíbrio, meu amor? – E apontei para sua mão com um gesto de queixo. Ela notou e constrangida, retirou a mão dali. Enfiando o rabinho entre as pernas, deu a volta com o carrinho e partiu. Mas que diabos! Imagine o quanto a cidadã não deu em cima de Zoran enquanto eu babava no meu próprio decote. O loiro finalmente se ergueu e me guiou para fora, com a mão nas minhas costas. Assim que pisamos no terminal de embarque, sua mão agarrou com força meu pulso, me trazendo mais para perto de seu corpo.

- Não faça aquilo novamente. – Sussurrou predatoriamente. Segurei a risada jocosa que tinha na garganta. O que? Ele tinha levado o lance de swing a sério?

- Porque? Não sou o suficiente para o garanhão? – Seus lábios quentes tocaram minha orelha, enviando arrepios direto ao meu ventre.

- Não, porque eu não posso foder você no meio de um voo. – Seu aperto diminuiu e Zoran guiou minha mão para trás da mala de mão, apertando-a contra sua ereção. – Só não repita isso. – Finalizou mordendo o lóbulo da minha orelha e me deixando tão molhada que poderia escorrer pelas minhas pernas se eu não vestisse calças no momento. Totalmente desperta, segui com ele até a saída, onde um carro já esperava por nós. Joguei minha mala no porta malas do sedan preto reluzente e entrei, encontrando um senhor pálido como uma vela e com um bigode belamente aparado. Pelo retrovisor, devolveu minha avaliação e se apresentou como Vladimir, motorista dos Zivcovik. Zoran o cumprimentou e entramos em movimento pelas ruas da cidade. Não consegui aproveitar a vista. Fiquei procurando um prédio escrito “orfanato”, mas como ler qualquer coisa naquela maldita língua? Isso vinha sendo um grande impasse, precisaria dar um jeito nesse assunto.

O Perfeito OpostoOnde histórias criam vida. Descubra agora