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Mamãe já havia assinado o aviso declarando que se responsabilizava por minha suspensão. Agora só falta guardar mesmo.

Vou á procura da minha mochila que se escondia no meu quarto. Ao chegar no local, Lucas estava folheando um caderno, muito curioso por sinal.

Fico atrás do mesmo, que estava sentado á mesinha de estudos que meu quarto contém.

Tão concentrado, que nem percebia minha presença atrás de si. Por estar tão perto do garoto, sentia-se o cheiro do seu doce perfume.

Por mim ficaria o dia inteiro ali, apenas aspirando seu perfume. Mas a curiosidade se fez presente, fazendo com que eu lesse alguns pequenos trechos do caderno em suas mãos.

"Não suporto mais viver sem ti, Hope."

"Eu preciso de você, garoto."

"Porque continuo te amando? Mesmo sabendo que não sabes de minha existência?"

Minhas cordas vocais foram capazes de produzir um dos mais finos gritos existentes, e por minha proximidade ao ouvido do garoto a minha frente, fez com que o mesmo enfartasse do coração.

Enquanto se recuperava do susto, puxo rapidamente o caderno em suas mãos. Ele estava mesmo lendo o caderno dedicado a minha esperança?

- Ai, doida!

- Cala a boca, seu...

- Lindo? – Ele me corta, com um sorriso malicioso estampado em seu rosto.

Se ele leu isso aqui e está achando mesmo que vou gostar dele só por ter uma fucking descendência coreana, super parecida com o Min Yoongi. Ele está completamente enganado

( N/A: Sabe de nada inocente )

- O que você quer com meu caderno? – Mudo de assunto, pondo o caderno contra meu corpo, abraçando-o, como se pudesse protegê-lo de tudo em volta.

- Temos uma iludida aqui, não? – Refere-se ao meu caderno, aos meus sentimentos ali escritos para Jung Hoseok.

Ele começa a rir debochadamente de minha cara. Sinto a raiva me consumir por completo. Eu só não enfiava esse caderno garganta abaixo do mesmo, porque eu amo demais esse simples objeto para desgastar com inúteis. 

- Crianças, hora de mimir! – Mamãe que estava na sala, diz alto o suficiente para que todos naquela casa pudessem ouvir. Inflo as bochechas, deixando um suspiro pesado sair entre meus lábios.

- Omma, são 22:34 e não somos mais crianças. – Ouço Julia resmungar para a mais velha.

- São sim! Aliás, principalmente você que vai dormir cedo. – A mesma ordena para a menor, fazendo-a engolir em seco. – Acha mesmo que eu não sei que você mal dorme, assistindo esses olhos rasgados?

- Mas mãe...

- Mas nada. Quarto, agora!

Lucas estava atrás da porta do meu quarto, tentando ver a situação presente na sala. Rimos em conjunto, Julia realmente é uma peça.

Ao ver que o teatro acabou, fecha a porta trancando-a, me fazendo ficar um pouco nervosa. O mesmo deita em minha cama e começa a encarar o teto, o nervosismo começa a me tomar por completo.

Na tentativa de disfarçar, pego meu celular o desbloqueando e visualizando as mensagens ali presentes.

Sinceramente só havia mensagens de boa noite da minha família. 

"As meninas morreram?" - Penso comigo mesma.

Bloqueio o tão precioso aparelho o jogando em algum lugar da cama. Lucas, que estava quase cochilando, acorda assustado me encarando de olhos arregalados.

Impossível não rir daquilo. E assim foi feito, o mesmo jogou um travesseiro na minha cara e pude escutar o menino Park resmungar um "Cala a boca!".

Tentativa falha, pois, só fez com que eu risse ainda mais alto.

Após me controlar entro no banheiro e tranco a porta. Vai que aquele doido tenta entrar?

Tiro minhas roupas e entro no chuveiro. Graças a G-Dragon a água estava morna, por conta do chuveiro elétrico.

Após o banho me enrolo na toalha e saio do banheiro, andando de fininho em direção ao meu guarda-roupa, para não acordar Lucas.

Porque a anta vulgo eu, esqueceu de pegar o pijama. Ao revirar minhas gavetas, não encontrando meu pijama. Suspiro e pego um moletom cinza qualquer e um short um tanto curto. Eu iria dormir, ninguém iria ficar olhando pra minha roupa. Certo?

Pego as demais roupas e entro no banheiro novamente, vestindo-as.

Penteio meus cabelos e os deixo soltos. Estava chovendo lá fora e o clima está tão frio que nem parece Belo Horizonte. 

Faço o resto da minha higiene e saio do banheiro, deitando-me do lado de Lucas. Ele dormia serenamente, parecia um anjinho, quer dizer, só parece mesmo.

A luz do luar adentrava o cômodo, refletindo no rosto angelical do menino. Seus cabelos em uma tonalidade azul pastel estavam bagunçados, e os seus lábios rosados que se destacavam em sua pele branca formavam um biquinho tão fofo que eu não me segurei.

Toquei seus lábios com meu dedo indicador, apenas por não ter me controlado. E ali mesmo deslizei meu pequeno dedo para sua bochecha,  acariciando a mesma. Apenas imaginando como seria bom poder senti-los. Deus, eu preciso me controlar. Me segura!

Arrocho suas bochechas de leve, o mesmo parecia um bolinho de arroz. Se bem que ele pode parecer um anjo, mas de anjo não tem nada em sua personalidade.

Deixo um selar em sua bochecha e solto uma fraca risadinha.

Ao voltar a minha antiga posição percebo que o mesmo continha os olhos abertos, me encarando com seus olhos negros, eu podia jurar que ali era o céu estrelado.

- Você ainda está acordada? - Sua voz soava quase arrastada, em um volume baixinho. Ele esfrega seus olhinhos o deixando mais fofo.

Sinto minhas bochechas esquentarem. Será que ele viu o que fiz?

Não consigo o responder, a vergonha tomava conta do meu corpo.

- Yah, eu falei com você. Responda-me! 

Junto coragem o suficiente e o respondo.

- Tá meio na cara, não?

- Aish, grossa.

A chuva lá fora cada vez mais ficava mais forte. Até que um raio atinge um lugar bem próximo da minha janela.

Me jogo em cima de Lucas, o agarrando fortemente. Meu corpo estava sobre o dele,  meus braços estavam envolta da sua cintura e por final meu rosto estava enterrado em seu peitoral. Eu podia escutar seus batimentos cardíacos, mas estava ocupada demais tendo meus ataques para dar atenção.

- Aiiii. Tá louca? 

- De-desculpa. - Gaguejo percebendo a segunda merda que eu já tinha feito só naquela noite.

Mais raios atingem o solo, me fazendo o abraçar mais forte e soltar um grito agudo.

Ele apenas ria do meu desespero.

- Po-posso dormir abraçada com você? Eu tenho medo. - Peço ao mesmo em um tom de súplica, já prevendo a resposta do garoto.

- Não. - Ele responde friamente, me desgrudando dele e se virando de costas para mim.

Terceira merda da noite. Por que eu só faço merda?



Like a Dream ★ J-Hope ( Hiatus )Onde histórias criam vida. Descubra agora