Sou interrompida de meu choro excessivamente dramático quando minha mãe se enfia dentro do quarto. Ah não! Tudo o que eu menos quero é ter os olhares de pena queimando sobre minha pele.
Falho estupidamente ao tentar esconder meu rosto, porque como dizem, mães possuem olhos de águia.
- Meu Deus, menina! Toda vez que olho pra tua cara você ta chorando. – Senta-se na maca, com o olhar carregado de preocupação. – O que foi dessa vez?
Interessante que desde que BTS se esbarrou na minha vida, todos ao meu redor estão falando em coreano. Um ótimo exemplo disso é a mamãe, que praticamente durante o dia todo vem praticando a língua constantemente e que por um motivo desconhecido até em um momento frágil como este, continua a esquecer a existência do português como língua materna.
- Me de-deixa só! – Digo em meio a soluços, tentando me esconder com as mãos. Mesmo que eu tentasse explicar ela diria que aquilo era apenas uma paixonite boba, que daqui alguns anos já teria o esquecido ou algo do tipo.
- Vem cá, minha XingLing! – Abre os braços e logo me jogo neles de uma forma desajeitada. Talvez não importasse o quanto eu crescesse, minha mãe sempre faria questão de me chamar com aquele apelido bobo que havia criado quando eu era menor.
Deixo-me chorar em seu ombro por alguns minutos até que as lágrimas encontraram-se esgotáveis. Apenas aprecio o leve carinho em meu cabelo no meio àquele silêncio.
- Quer me contar agora? – Diz quebrando o silêncio.
Murmuro um "sim" e me desapego daquele abraço aconchegante, pronta pra ver a reação da minha mãe quando disser que era tudo por causa dele...
- Eu... – Vasculho em minha mente palavras certas. – Só me sinto mal por ter perdido quase tudo, mãe. Eu nasci pra poder ver aquele sorriso pessoalmente, eu amo muito aquele sorriso. Tudo ficou perfeito quando eu pude abraçá-lo e sentir seu cheirinho e me dói, me dói muito saber que daqui algumas horas ele vai voltar pra Coréia e nunca mais vou vê-lo. Até porque chances assim são únicas, e meu estoque de sorte já se esgotou sobrando apenas o azar.
Mal percebi que havia voltado a chorar, e tudo que eu menos queria naquele momento se transformou realidade. Minha mãe me encarava com pena, pena de uma filha fracassada que chora por um garoto que talvez nunca a notasse.
- Você realmente deve gostar dele, né filha? – Afirmo com a cabeça sentindo um vazio no peito.
- Então lute por ele! – Diz limpando uma lágrima em meu rosto. – Quanto mais você ficar aqui se lamentando, mais impossível vai ser.
- Você diz isso como se fosse fácil, mamãe. Ele vive ocupado e cercado de centenas de garotas que o desejam. O que sou eu perto disso tudo?
- Você é Kim Molly, minha filha! Tem coisa melhor que isso? – Rio soprado, às vezes eu queria ter um pouquinho da auto-estima da minha mãe.
- Olha, se você vai desistir ou não, a escolha é sua. – Diz já se levantando. – Eu no seu lugar não desistiria, aliás, a esperança é a última que morre e ela a qualquer momento pode bater à sua porta.
- Como assim? – Pergunto confusa. Aonde ela queria chegar com isso?
Mamãe estava realmente tentando falar um ditado? Acho que dessa vez ela o estragou de vez...
- Esquece! – E assim some do quarto, me deixando apenas com pontos de interrogações voando sobre a cabeça.
Bufo de frustração ao perceber que ela não voltaria para explicar aquilo direito. Deito-me sobre o travesseiro nada macio e fecho os olhos, na expectativa de tentar esquecer todo o desgosto em meu peito e dormir de vez.
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Like a Dream ★ J-Hope ( Hiatus )
Fiksi PenggemarOnde Kim Molly nunca imaginou que um simples erro poderia destruir sua vida. Deveriam ser apenas um conjunto de fantasias durante seu precioso sono, nada demais. Aliás eram somente sonhos... Que mal teria? "Me acorde antes que seja tarde demais...