O perímetro

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Depois de ter "conhecido" a moça dos olhos cor de mel, voltei para o acampamento, tomei um banho, coloquei a ração Do Gastón, e fui dormir.
No outro dia...
Acordei sentindo meu rosto molhado, quando abri os olhos reparei que Gastón estava em cima de mim.
- Eca, cachorro idiota- fui no banheiro e lavei o rosto, quando estava saindo, encontrei Amélia no meu quarto olhando com uma cara de cahorro molhado.
- Ah, você, aconteceu alguma coisa ?- falo enquanto troco de roupa
- É... Queria ir na cidade, vê o perímetro, e iria chamar você pra ir comigo, vamos ?- ela diz envergonhada enquanto me olha trocando de roupa.
- Não estou muito afim, mas posso pedir algum soldado pra ir com você- digo sem importância.
-  NÃO- ela aumenta o tom de voz- quer dizer... Desculpa, é que queria ir com você e colocar o papo em dia- ela diz se aproximando e colocando a mão em volta do meu pescoço, tiro com gentileza a mão dela.
- Esta bem, eu irei, mas só vamos olhar o perímetro e conversar socialmente- falo me rendendo.
- Tudo bem- diz com um sorriso no rosto, vira as costas e sai andando.
Me abaixo pra colocar a coleira do Gastón.
- Cada uma que me aparece- digo, reparo que estou falando com um cão e sacudi a cabeça pra voltar ao normal.
Coloco a coleira do Gastón e vou correr um pouco, será que encontro a moça novamente ?
! Pq estou pensando nisso ?!
........
Depois que voltei da corrida tomei um banho e fui comer, hoje a moça não etava la, até vi uma carinha triste no Gastón kk acho que não foi só eu que queria ver ela.
Depois de 2 hrs Amélia aparece na minha porta para irmos, sempre com a farda e cabelo preso.
- Vamos ?- ela diz animada.
- Vamos - digo sem energia.
Pegamos o carro e fomos em direção a cidade, tudo aqui é muito deserto, pessoas pobres na rua, descalços, com roupas surradas... Nem tinha percebido que ja tinhamos chegado. Viagem rápida!
- As cidades daqui são muito agitadas- Amélia me tira do meu desvaneio- Vamos aonde primeiro ?
- Podemos tentar acessar a internet, ja estou com falta, você não ?- digo olhando curioso pra ela.
- Na verdade não, quando estamos com uma boa companhia, não precisamos de nada não- ela diz olhando pra mim com uma cara... Conheço muito bem essa cara.
- Então vamos só andar- tento mudar de assunto.
- Lucas, eu sei que você não sente a mesma coisa que eu por você- ela me olha nos olhos e segura minha mão- mas queria que a gente tentasse deixar acontecer alguma coisa.
Começo a olhar em volta constrangido, mas ainda bem que tem ninguém olhando.
- Amélia, ja te disse e irei repetir- digo calmo e controladamente- não.gosto.de.você- ela me olha com os olhos cheios de água, mas se segura e consegue não chorar.
- Tudo bem, mas não desistirei- ela diz, caramba, que mulher complicada.
Quando começamos a andar ouço um grito vindo do beco, toco no ombro de Amélia para fazer ela parar.
- Caramba Lucas, já entendi que você não quer, agora vamos continuar andando- ela diz em um tom alto- por favor.
- Não Amélia, você não esta ouvindo os gritos não ?- ela para e me encara perplexa- vamos lá.
Fomos até o beco, estava começando a anoitecer ja, me abaixei para tentar enxergar pela janela, é tudo escuro, mas consigo ver uma mulher sendo torturada, do lado direito tem dois homens, parece ser vigias, e têm um cara com alicate na mão, eles estão mesmo torturando ela! - Amélia, ele estão torturando a mulher- digo baixo, mas um tom que ela possa ouvir.
Ela abaixa e olha e volta com uma cara assustada.
- Eu vi, mas não podemos ajudar, vamos sair daqui- ela me puxa pelo braço, mas continuo parada- vamos!
- Não vou deixar ela ser tortuda, não importa quem seja- digo firme
Ela balbucia alguma coisa, mas nem me importo.
- Aaaaa sempre teimoso- ela diz revirando os olhos- beleza, vamos ajudar, mas qual vai ser o plano- ela diz e fico animado pela vitória, mas qual é o plano ?!
- Não sei, mas pensarei em algo- digo e começo a andar, Amélia se coloca ao meu lado.
- Vamos fingir que somos turistas perdidos, aquilo parece ser um bar, então iremos pedir informações- digo animado- fingimos estar a procura de um hotel e vemos o que vai rolar.
- Meu pai, tudo bem- ela diz insegura- vamos, mas esta me devendo uma bebida- concordo balançando a cabeça.

Amor Entre A GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora