Gwindelth

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Foi tudo feito às pressas. Blanche Nieves precisava de roupas novas e de alta costura, o suficiente para os dias que iria passar em Gwindelth com a tia. Depois do almoço, o castelo de Emerald foi invadido por costureiros e sapateiros, todos em prol de fazer Nieves ter roupas apropriadas para um príncipe novamente, além de finalmente conhecê-lo depois de anos isolado, vivendo em segredo. A decepção para esses foi grande ao verem que seu futuro rei usava uma máscara a qual não poderia tirá-la sob nenhuma condição.

      Millicent esteve presente o processo inteiro, para se certificar que tudo ocorreria a seu gosto, mas parecia estar impaciente, desejando que tudo acabasse o mais rápido possível. Quando estava em seu auge de impaciência, ela começou a sair de hora em hora e passava um bom tempo fora. Foi quase como um milagre toda a costura acabar naquele mesmo dia. Por ordem da rainha, tudo tinha que estar pronta até a hora de sua viagem, por isso, ela proibiu que os costureiros fizessem qualquer outro trabalho que não fosse criar peças de roupas para Blanche e vestidos novos para ela.

      Durante aquele dia inteiro, todos os costureiros, sapateiros e o príncipe ficaram presos em um quarto, sem poder sair até que tudo estivesse pronto. Todos trabalharam tanto que somente ao anoitecer teriam acabado seu trabalho, podendo, finalmente, sair do castelo e voltar a suas vidas normalmente, exaustos de cansaço.

      Tudo o que foi feito para o príncipe teve que passar pela aprovação de Millicent. Cada peça foi vista e revista por ela até que foi pudesse ser permitido Blanche de vesti-las em Gwindelth. Ao final, a Rainha Má estendeu seu braço ao sobrinho e deu a ele uma nova máscara. Completamente branca, também cobria seu rosto inteiro, mas era mais elegante que a que usava no momento.

– Essa máscara que usa não servirá – Disse ela. – para um baile, usará essa enquanto estivermos em Gwindelth, entendido?

– Sim, majestade...

– Ótimo, apenas tire-a for dormir.

      Blanche Nieves assentiu.

      Quando se pensou que a noite seria seu momento de descanso, Millicent exigiu que Blanche estivesse presente no salão do trono, onde receberia suas últimas ordens para se comportar em Gwindelth. Ele não era mais um garoto de cinco anos. Dez anos haviam se passado desde então, ele já havia amadurecido mais do que o necessário. Blanche precisou envelhecer muito rápido para não sofrer mais do que já sofria e suportar toda a dor que sentia e menosprezo de sua tia. As vezes, Nieves imaginava como ele seria se nada daquilo tivesse acontecido. Ele seria o mesmo ou uma pessoa totalmente diferente?

      Aquele aniversário, com certeza, não acabara do jeito que Blanche imaginava que seria. Poderia não ter sido o melhor, mas, também não era o pior. Afinal, ele conhecera Lorenzo, alguém que ansiava para rever, mas tinha medo de sua reação ao descobrir sua verdadeira identidade e, além disso, teria a chance de voltar a sua vida de príncipe novamente, mesmo que por poucos dias. Teria chances de rever rostos conhecidos que, àquele ponto, não passavam de memórias distantes. Ele, finalmente conheceria outros lugares. Um novo reino.

      Gwindelth.

      Como seria o reino rival de Misthezan? A ansiedade matava Blanche. Estava muito curioso para saber como era Gwindelth, seu castelo, os costumes de seus moradores. Tudo. Mas, agora, faltavam alguns minutos para sua partida e finalmente teria suas respostas. Estranhamente, estava tudo muito escuro. Blanche não conseguia ver nada. Estava tudo preto. Ele conseguia ouvir vozes, mas não sabia de quem eram. Estava confuso.

      Logo, tudo fez sentido. Blanche não via nada porque estava com seus olhos fechados, desmaiado. Aos poucos, ele começou a abrir os olhos e ver com mais clareza. A primeira coisa que viu foi Horatio muito próximo a ele, desesperado. Blanche estava sendo sacudido, na esperança de ser acordado, o que, felizmente, aconteceu.

Os Reinos Ligados pela Floresta: Blanche (Branca de Neve)Onde histórias criam vida. Descubra agora