Blanche congelou e seu coração parou.
Haviam lhe seguido? Antes que pudessem dar seu primeiro beijo, alguém entrou na sala. Lorenzo e Blanche estavam paralisados, iguais a duas estátuas. Ainda estavam na mesma posição, prestes a se beijar, quando Lorenzo virou sua cabeça para ver quem havia entrado ali. No mesmo instante, ele se separou de Nieves, nervoso. Blanche, então, viu a pessoa quem lhes chamara a atenção.
Ou melhor, as pessoas.
– P-pai? – Disse Lorenzo, em choque. – E-eu pensei que estavas no baile.
– Eu também pensei o mesmo, filho.
Ambrose e Millicent estavam lado a lado, caminhando até os dois jovens, sem perder sua postura e poder. Os garotos estavam assustados pela presença dos dois adultos naquela sala. Blanche não parava de olhar para a tia, com os olhos tão raivosos e vermelhos de fúria. Aquele olhar era como o de uma medusa, capaz de petrificar qualquer um que olhasse. Blanche engoliu em seco, se preparando para o que viria a acontecer em seguida. Com certeza seria algo muito doloroso. Talvez passar dias sem direito a comer, ou ficar preso em seu quarto, sem poder sair, ser torturado por um dia inteiro ou pior: mais uma tentativa de assassinato.
Lorenzo pareceu ter notado o medo em Blanche, porque, conforme a Rainha Má se aproximava dos dois, ele se colocou na frente do príncipe de Misthezan, na intenção de protegê-lo. Blanche não conseguiu evitar um pequeno e discreto sorriso por aquele ato. Lorenzo parecia um príncipe encantado saído de um livro infantil.
– O que os dois estão fazendo aqui? – Perguntou Millicent.
– N-nós... – Blanche gaguejou.
– Eu já escolhi alguém com quem quero desposar, pai. – Disse Lorenzo, direto. – Não irei me casar com nenhuma daquelas garotas do baile nem com alguma que passar em um teste idiota com ervilhas, eu escolho Blanche Nieves para casar, queira você ou não.
Todos entraram em choque, inclusive Blanche. Ninguém esperava que Lorenzo fosse tão direto e falasse tudo. Ele realmente era corajoso o suficiente para expor seus sentimentos ao mundo. Nieves ainda não acreditava no que escutara. Lorenzo realmente estava disposto a desafiar o próprio pai apenas para se casar com quem realmente amava. Millicent parecia furiosa com aquela relação, enquanto Ambrose estava indecifrável, mas com o olhar tenebroso. O rei ficou de frente para os dois garotos que deram as mãos, com medo do que iria acontecer naquele momento.
Mas, então, uma surpresa veio.
– Tu realmente soubeste escolher o par perfeito – Falou Ambrose. –, digno de governar.
Lorenzo e Blanche se entreolharam, surpresos e confusos.
– P-pai? – Gaguejou Lorenzo. – Estás realmente nos dando tua benção?
– Bem, benção é uma palavra muito forte, eu diria – Disse o rei. –, digamos que estou apenas oficializando um acordo de paz entre Gwindelth e Misthezan como sei que os falecidos Mordecai e Sarah Elizabeth, que o Senhor tenha lhes dado a paz, desejavam.
– O que quer dizer com isso, Ambrose? – Perguntou Millicent. – Como sabe que meu irmão queria desejava um acordo de paz?
Millicent estava tão chocada quanto os dois príncipes. O rei Ambrose Iloinen era conhecido por ser temido por todos, seu poder era inigualável, sempre nomeando os mais bravos cavaleiros. Ele era um rei fechado com uma grande base religiosa. Ninguém esperaria que ele apoiasse seu filho e outro garoto. Ambrose estava cheio de segredos e era apenas questão de tempo para que ele tivesse que revelá-los.
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Os Reinos Ligados pela Floresta: Blanche (Branca de Neve)
Fantasía(1º LIVRO) Todos conhecem o conto de 'Branca de Neve', mas, e se, em vez de uma Branca de Neve, fosse um Branco de Neve? Em vez de sete anões, fossem sete príncipes e princesas que fugiram de seus reinos? E se a inveja da Rainha Má significasse mais...