De Volta à Vida

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– Então eu fui envenenado pela minha tia? – Perguntou Blanche Nieves. – E eu acordei depois de ser beijado por Lorenzo?

– Falando assim, parece pouca coisa... – Murmurou Hiram, tentando trazer graça para a casa.

      Era basicamente um milagre para os outros, enquanto para Blanche era demais para um dia. Para eles, se passaram quatro dias, para ele, apenas alguns segundos. Não parecia ter se passado tanto tempo como disseram. A última lembrança que tinha era uma maçã vermelha e suculenta. Blanche não estava entendendo nada. Depois de acordar em um esquife de vidro, se assustou com o fato de que seria enterrado em questão de minutos, mas depois seus sete amigos explicaram o que aconteceu, enquanto Lorenzo contou como o encontrou na floresta, pelo acaso. Eles voltaram à cabana, onde poderiam se esconder de quem pudesse vê-los e assim explicariam tudo o que aconteceu durante aqueles dias que passaram como segundos.

      De acordo com as palavras dos sete príncipes e princesas, quando chegaram na cabana pela madrugada, encontraram o príncipe de Misthezan caído no chão com uma maçã próxima a ele. Logo examinaram o corpo para encontrar algo que pudesse salvá-lo, mas nada encontraram.

– O estranho era que tua respiração continuava, mas teu coração parou de bater. – Contou Boonie. 

– Tentamos acordá-lo a noite inteira – Disse Lorraine, com sua voz doce e inocente, como a de uma criança. –, mas não acordava.

      Sem coragem de enterrá-lo, os amigos coletaram todos os diamantes que tinham naquele dia e compraram um esquife feito inteiramente de vidro e ouro, colocando-o em uma clareira, próxima a cabana, assim, todos os dias eles poderiam passar um tempo, como se estivessem esperando o príncipe acordar e suas vidas voltarem ao normal.

– Mas como pode ter sido minha tia se eu estava com uma velha senhora? – Perguntou Blanche.

– Velha senhora? – Repetiu Maxine.

– Si... – Blanche não conseguiu terminar de falar, raciocinando melhor. – Vocês acham que...

– Era sua tia? – Hiram terminou por ele. – Sim, é a única explicação.

      Como Blanche pôde ter sido tão burro? Todos os sinais estavam ali: sua voz era mais jovial do que aparentava ser, parecendo um pouco forçada, seus olhos eram do mesmo castanho dos de Millicent, sua maneira de falar era muito parecida. Tudo, agora, se encaixava. Todo esse tempo, Nieves deixou a Rainha Má entrar na cabana, enganou-o para que ele pudesse comer a maçã envenenada.

– O que faremos agora? – Perguntou Lorenzo.

– Como assim "o que faremos"? – Questionou Leonora. – Agora procuramos um novo esconderijo para que ninguém nos ache, Andrew estava certo, não podemos baixar a guarda, temos que nos esconder em um lugar melhor, onde nenhuma Rainha Má ou qualquer um nos ache.

– Realmente vão continuar vivendo como se Blanche não tivesse sido envenenado? – O príncipe de Gwindelth começou a se enfurecer. – Eu não sei como funciona as coisas por aqui, mas de onde eu venho, não deixamos essas pessoas vencerem! A rainha queria a coroa de Misthezan apenas para si e fará o mesmo com Gwindelth, não podemos deixá-la vencer! Blanche quase morreu por causa dela, quem dirá que não haverão próximos?

– Não temos escolha. – Ela rebateu. – O que quer que façamos? Nós somos apenas nove! O jeito de vencermos é continuar com nossas vidas.

– Como assim ela fará o mesmo com Gwindelth? – Perguntou Blanche.

– A rainha Millicent e meu pai vão se casar. – Respondeu Lorenzo.

– O quê?!

– Não posso deixar que isso aconteça! – Exclamou. – Meu pai não pode se casar com aquela bruxa! Ela está tentando dominar a floresta! Blanche, venha comigo! Podemos fazê-la pagar por tudo que fez a você!

Os Reinos Ligados pela Floresta: Blanche (Branca de Neve)Onde histórias criam vida. Descubra agora