10º Capítulo

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Sai da festa e peguei o primeiro táxi que encontrei, passando o endereço com pressa. Só cerca de vinte minutos depois chegamos na casa, e eu já pensava que Martin não estaria lá. Ainda assim, fui até a porta e toquei a campanhinha. Segundos depois, a porta se abriu, e eu tive a imagem de Martin sorrindo.

- Eu sabia que viria. – Ele disse, sem parar de sorrir.

- Pensei em não vir. – Confessei – E acho que teria sido melhor se eu não viesse...

- Agora que veio... – Ele me puxou pra perto dele e fechou a porta com rapidez.

Ele olhou em volta checando se todas as janelas e cortinas estavam devidamente fechadas, já que não queríamos ser interrompidos. Estando tudo em ordem, ele me beijou e foi me levando até a cama que ficava no quarto próximo da sala. Ele me despiu lentamente, como se quisesse que aquele momento durasse para sempre. Quanto mais lentamente ele agia, mais eu me questionava sobre o que estava fazendo. Mas eu não podia pará-lo. Eu não queria pará-lo.

E eu não o parei.

O despi o mais rápido que eu pude para poupar tempo, afinal, eu não tinha a madrugada toda. Pouco adiantou, quando dei conta de mim mesma, o sol já aparecia.

- Martin, está amanhecendo! – Eu disse, olhando os raios de sol que passavam a janela fechada e a claridade ia tomando conta do ambiente.

- Meu Deus, não sei o que dizer pra Amanda. – Ele disse, enquanto se vestia velozmente.

- Eu vou dizer ao Ben que dormi na casa da Andressa.

- É uma boa desculpa. – Ele esperou que eu terminasse de me vestir – Vamos?

- Vamos. – Eu me levantei e passei na sua frente, mas acabei parando e olhando para trás. – Devo esperar uma ligação ou mensagem sua?

Ele limpou a garganta e me encarou por uns segundos.

- Bem. – Ele disse – Eu acho que nós não temos mais nada.

- O QUÊ?! Por quê?!

- Eu pensei que você quisesse assim, Lucy.

- Na verdade eu não queria que tivesse acontecido, mas já que aconteceu, você não precisa me jogar fora assim!

- Eu não estou te jogando fora.

- É o que parece!

- Então me desculpe, eu só estava pensando que seria melhor pra gente colocar um fim aqui mesmo. Esse ano eu completo dez anos com a Amanda, e eu pretendo ainda ter ela do meu lado para comemorar isso.

- Eles não vão descobrir, não era você mesmo quem dizia isso?

- Eu estou um pouco confuso.

- Martin, se eu passei essa madrugada com você, não foi porque eu simplesmente quis trair o meu namorado. Eu gosto de você, se eu não gostasse, não estaria aqui.

- Eu sei, Lucy. Eu também gosto de você.

- Mas você entendeu que eu estou apaixonada por você? Apaixonada, Martin.

- Nossa. – Ele coçou a cabeça – Olha, eu também acho que eu estou me envolvendo demais com isso, na mesma intensidade que você e é por isso que eu acho que nós devemos começar a implantar regras aqui se formos realmente ter um caso.

- E que tipos de regras?

- Você nunca, em hipótese alguma, vai dizer que me ama. É a regra básica.

- Tudo bem.

- Não vamos nem sequer trocar olhares fora daqui.

- É óbvio.

In My Life IIOnde histórias criam vida. Descubra agora