Era pra ser Você [Concluída]

Capítulo 13

Assim que nos afastamos de todos aqueles olhares, Alex me acompanha até a porta do meu quarto.

- Obrigada por tudo, não sei o que faria se não fosse você - agradeço.

- Não foi nada, sempre que precisar pode contar comigo, apesar de tudo o que aconteceu, me agradou muito passar o dia com você.

- Eu também gostei - digo.

Ficamos sem dizer nada, apenas nos encarando. Um clima sem graça surge entre nós.

- Eu já vou entrar ta - digo.

- Vamos nos encontrar mais tarde no jardim?

- Pode ser.

- Te espero lá.

Me despeço dele e entro em meu quarto.

Me jogo na cama pensando em tudo o que me aconteceu esses últimos dias.

Logo Bia entra no quarto aplaudindo.

- Parabéns, você conseguiu roubar toda atenção do colégio, inclusive a do casal insuportável.

- Fiquei com vergonha de tantas pessoas ficarem me olhando.

- Não deu pra perceber, você estava muito confiante.

- Que bom que consegui transmitir isso.

- Adorei a mudança de visual.

- Foi necessário, estava precisando disso.

- Aconteceu alguma coisa? - ela pergunta.

- Muitas coisas - faço uma pausa - Descobri que meu namorado estava me traindo, mas não era com qualquer pessoa, era com a minha irmã, no meu quarto, na minha cama, perdi o chão quando vi aquela cena, pra piorar tudo meu pai também os viu e teve um infarto, não sabia o que fazer pra ajuda-lo, mas graças a Deus ele está melhor, foram tantas decepções que senti que precisava mudar, não só por fora como por dentro, então decidi radicalizar e estou me sentindo renovada.

- Meu Deus, quanta coisa, logo tudo isso passa, o importante é que você tem pessoas boas e que te amam de verdade.

- É isso que me conforta.

- É só nisso que você deve pensar.

- Alex me chamou pra encontrar com ele mais tarde, vamos também?

- Não quero ficar de vela.

- Você num vai ficar, somos apenas amigos, vamos só conversar pra distrair um pouco.

- Ta bom eu vou.

Mais tarde Bia e eu saímos para encontrar com Alex.

- Amiga, vai indo encontrar com Alex, daqui a pouco eu encontro vocês, vou no banheiro antes - digo.

- Ta bom, não demora.

Entro no banheiro e dou de cara com Rebecca, e claro que ela tinha que me provocar.

- Não pense que só por que você mudou de visual e colocou uma roupinha mais ou menos você vai ficar com Augusto, você continua sendo a mesma imunda de sempre, não vai ser uma roupa ou um corte de cabelo que vai te transformar em uma garota como eu.

- Eu não quero ser como você, estou muito bem sendo eu mesma, posso não ter dinheiro, mas garanto que sou melhor que você, você não vai chegar a lugar algum com esse seu jeito esnobe, a vida ensina Rebecca - dito isso saio do banheiro para não causar uma confusão.

Continuo caminhando pelos corredores até dar de cara com Augusto. Ignoro ele e continuo fazendo meu caminho até o jardim, mas antes que eu chegue sinto uma mão fria segurando meu braço, respiro fundo e me viro já sabendo quem era.

- Me solte, por favor - peço.

- Eu só queria te ver - Augusto diz.

- Já viu, agora pode me soltar.

- Podemos conversar?

- Eu não quero conversar com você, me deixa, me esqueça.

- Você está muito linda.

- Obrigada.

- Arlete, não me ignore.

- Eu só não quero te contaminar, afinal eu sou um lixo né.

- Me desculpe por aquilo, eu me deixei levar, não deveria ter te tratado daquela maneira.

- Mas você tratou - digo.

- Eu sinto muito.

- Eu não - digo e me solto dele saindo dali.

Chego até onde combinei com Alex, ele também não estava sozinho, levou alguns amigos também.

Fico conversando com eles, porém, por mais que eu tente me enturmar, meus pensamentos estão distantes.

- Pessoal eu já vou indo ta - digo.

- Eu vou com você - Bia diz.

- Não precisa, vou dar uma volta, quero ficar um pouco sozinha - digo.

- Qualquer coisa é só chamar - Alex diz.

Saio caminhando pelo colégio.

Estou preocupada com meu pai, tenho medo que aconteça alguma coisa com ele, tomara que Angela não faça nada que o aborreça.

Decido ir até a piscina, fico descalça, me sento na beira e coloco meus pés na água.

O silêncio do ambiente e o barulho que a água fazia conforme mexia meus pés era relaxante.

Estava tudo tranquilo até Rebecca chegar. Será que ela não tem outra coisa pra fazer além de me atormentar?

- Está sozinha? - ela pergunta.

- Estou rodiada de pessoas, não está vendo? - sou irônica.

- Garota, eu vou te ensinar a nunca mexer com alguém como eu - ela ameaça.

- Rebecca, será que você não tem nada mais interessante pra fazer não? Tem que ficar atrás de mim o tempo todo?

De repente ela me empurra na piscina e o desespero toma conta de mim. Grito e me debato pedindo ajuda. Percebo que Rebecca e as amigas estão rindo de mim.

Quando menos espero sou salva, sinto mãos fortes me segurando pela cintura, quando olho para ver quem me salvou, me deparo com Augusto.

Uma adrenalina toma conta do meu corpo, ver Augusto molhado daquela maneira para me salvar me deu vontade de beija-lo, e assim faço. Beijo ele, e dessa vez sem culpa.