Capítulo 22

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Acordo me sentindo muito bem e bem disposta. Apesar da humilhação de ontem, estou bem e isso serviu pra me dar mais forças pra continuar aqui.

Bia e eu nos arrumamos e saímos pra tomar o café da manhã.

Depois seguimos para a nossa sala.

Me sento ao lado de Alex e Bia na nossa frente com um garoto.

A professora chega e nos comunica que teremos que fazer uma apresentação em dupla para a festa de aniversário do colégio, na hora todos se olham já procurando seu par, afinal, vai ser uma dança.

- Ei, muita calma - a professora chama atenção de todos - Vamos formar duplas sim, mas vai ser por meio de um sorteio.

- Professora, desculpe atrapalhar sua aula, mas não acha que pra dançar com alguém precisa ter química? Como vamos nos sair bem se vamos dançar com alguém que talvez nunca nem olhou na nossa cara? - questiono.

- Eu concordo com você Arlete, mas estou lançando um desafio a vocês, vai ser difícil, mas o melhor casal vai ganhar o titulo de casal show, quero que vocês se superem e isso inclui arrasar na dança com alguém diferente.

Ela começa a sortear os nomes formando os pares.

Por sorte Bia vai dançar com Alex, já eu, cai com ninguém mais, ninguém menos que Augusto.

- Professora, eu não quero dançar, pelo menos não com ele - digo.

- Arlete eu sinto muito, mas como bolsista, você deve participar de todos os eventos do colégio e isso vale nota também.

- Tudo bem - suspiro nada feliz com aquela situação.

- Eu não quero fazer par com ela - Augusto diz esnobe.

- Augusto, você também não tem opção, você está com notas muito baixas e se não dançar vai ficar sem nota e vai reprovar.

- Eu não posso reprovar, vou inciar a minha faculdade no ano que vem.

- Então faça.

- Ta bom, eu faço isso - ele diz sem nenhum interesse.

Pra ajudar, a professora disse pra dupla se sentar juntos, então Augusto se senta ao meu lado, mas não trocamos nenhuma palavra. Pelo sorteio que foi feito, vamos dançar tango, já Bia e Alex vão dançar frevo. Rebecca vai dançar funk junto Vítor, confesso que estou muito ansiosa pra ver o resultado.

A aula termina e eu me levanto rapidamente, não quero ter que conversar com ele e nem olhar na cara dele.

***

Depois da janta eu e Bia ficamos andando pelo colégio.

- Que azar dançar justo com Augusto em - ela diz.

- Quero esquecer esse pesadelo, pelo menos até começar a ensaiar.

- Dessa vez não da pra você escapar.

- Infelizmente.

- Arlete - ouço a voz de Augusto me chamar.

- O que você está fazendo atrás de nós? Some daqui - Bia se apressa e diz.

- Eu chamei pela Arlete e não por você - ele diz irritado.

- Não interessa, não vou deixar você fazer mal pra minha amiga.

- A única que você tem né - ele ri esnobe.

- Pelo menos ela é verdadeira, não é como os seus amigos que só são interesseiros, duvido que se você não tivesse nada se eles seriam seus amigos, nem seus pais te aguentam, por isso vivem viajando, pra ficar longe de você, bem longe, você é insuportável Augusto, ninguém te aguenta, só mesmo Arlete pra aturar você, porque ela tem um coração bom, mas você não soube valorizar.

- Bia, chega! - falo mantendo a calma, percebo o quanto aquilo afetou Augusto - Me deixe sozinha com ele - digo.

- Mas Arlete...

- Por favor Bia - digo interrompendo ela.

Ela sai e parece irritada.

Augusto está com os olhos cheio de lágrimas, tudo o que Bia disse era verdade, mas era doloroso, ele se abalou com aquelas palavras.

- Pode falar - digo calma.

- Só quero te avisar que meu pai contratou um professor de tango pra nos ensinar, então na sexta vamos pra minha casa começar os ensaios.

- Tudo bem, até sexta então - me viro e saio dali.

No caminho de volta pro quarto encontro com Alex e ele logo me abraça e me da um beijo curto.

- Parece triste, por quê? - ele pergunta.

- Acho que Bia está brava comigo.

- E porquê acha isso?

- É que... - penso um pouco - Nada não, foi só um desentendimento entre mulheres.

- Logo vocês se resolvem.

- Tomara - abro um sorriso sem graça.

Eu não queria falar que ela saiu irritada porque de certa forma eu defendi Augusto.

- Podemos ficar um pouco juntos?

- Claro, mas vamos ficar em um lugar mais reservado - digo, não quero ficar no meio desses alunos.

Seguimos para a quadra de vôlei e estava completamente vazia e escura. Começamos a nos beija e a cada minuto ficava mais intenso e quente. Alex passou a me tocar de maneira diferente, tinha desejo em seu beijo e em seu toque.

- Alex, aqui não - recuo.

- Desculpe, é que estamos tão sozinhos que me deu vontade, prometo tentar me co trolar mais.

- Eu entendo, mas aqui não é lugar, pode aparecer alguém.

- Você tem razão, mas se quiser podemos ir pro meu quarto.

- É arriscado, seus colegas de quarto podem aparecer.

Na verdade eu estava me referindo à Augusto, não quero que ele me veja lá com Alex, porque apesar de tudo é dele que eu gosto.

- Na verdade amanhã eles vão jogar bola, eu sempre fico lá sozinho.

- Eu ainda não sei, tenho medo.

- Eu não vou te pressionar, mas pensa com carinho, estou louco por você - ele me beija e com mais desejo.

- Tudo bem, podemos tentar.

Eu realmente queria, quem sabe assim eu não me apaixono de vez por ele.

- Arlete - ele chama minha atenção e parece querer falar algo importante, olho pra ele prestando atenção - Eu posso te fazer uma pergunta? É bem íntima.

- Claro, pode falar - presto mais atenção.

- Eu queria saber se você já...

- Não. Eu sou virgem ainda, apesar de ter namorado por mais de um ano com Ricardo, eu e ele nunca fizemos nada, ele até tentou, mas eu nunca senti vontade - interrompo ele.

- Eu imaginei. Se você não quiser não precisar fazer nada, não quero forçar a barra, quero tudo no seu tempo.

- Eu quero e amanhã te encontro.

Dou um beijo nele e depois saímos dali.

Decido voltar pro quarto, quero conversar com Bia e contar a novidade pra ela.

Era pra ser Você [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora