Capítulo 41

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Finalmente conseguem tirar aquela louca de cima de mim.

Eu nem consegui me defender,  eu estava tão impactada com a notícia de que venci que não consegui me mover pra nada.

- Ela não merece! Pobre! Imunda! - ela grita destilando ódio.

Não dou a mínima para tudo o que ela falou, estava não feliz que aquilo não ia me abalar.

O diretor se aproxima e tenta contornar a situação. Ele entrega dois troféus, um pra mim e outro para Augusto.

Depois saímos dali e o diretor continuou falando, será que ele não cansa?

Fico do lado de fora do banheiro masculino esperando por Augusto, um homem se aproxima e ele era muito familiar. Era o pai da Rebecca, espero que ele não seja como a filha.

- Parabéns pela vitória, você mereceu e desculpe por Rebecca - ele diz.

- Obrigada. Eu não ligo mais para o que a Rebecca faz ou fala.

- Esse colar... - ele diz parecendo conhecer o objeto.

- Era da minha mãe, infelizmente ela faleceu e é a única lembrança que tenho dela.

- Qual seu nome?

- Arlete.

- Esse era o nome da sua vó - ele afirma.

- Sim, como sabe?

- Por acaso você tem uma irmã gêmea?

- Sim, mas como sabe de tudo isso? Você conheceu minha mãe?
Ele fica sem fala e coloca a mão no peito e parecia que não estava se sentindo bem. Me aproximo dele e fico assustada, ele estava sem reação, grito pedindo ajuda.

- O que você fez com meu pai sua imunda? - Rebecca aparece.

Nunca pensei que diria isso, mas fiquei feliz em ver ela ali.

- Ele começou a passar mal, eu não fiz nada.

Ela apoia ele em seu ombro e sai com ele.

- Quer que eu te ajude? - pergunto.

- Não - ela diz apenas e continua caminhando com ele.

Me encosto na parede e fico pensando nesse homem, algo nele era muito familiar e não era só porque ele era o pai da Rebecca, tinha algo nele que fazia eu admirar ele, ele me lembrava alguém, mas não conseguia me lembrar. E o fato dele me conhecer me assustou um pouco, ele sabia coisas que só alguém muito próximo da minha família iria saber. Eu preciso ir atrás dele, preciso saber qual a ligação que ele tem com a minha família.

- O que foi? - Augusto pergunta me tirando dos meus pensamentos.

- Você conhece o pai da Rebecca?

- Sim, conheço, ele é muito legal é super do bem, o contrário da Rebecca. Bom, mas na verdade ele nem o pai biológico dela, mas porque quer saber?

- É que ele esteve aqui, ele conhecia minha família e do nada começou a passar mal.

- Talvez ele conhece seu pai ou já conheceu a sua mãe, é só bobagem da sua cabeça. 

- É, deve ser mesmo.

Pego na mão de Augusto e fomos encontrar nossos pais.
Ele nos acompanha até o quarto e me ajuda a pegar minhas coisas. Estava muito triste por sair desse colégio como expulsa, mas tudo o que vivi aqui e as pessoas que conheci, apesar dos pesares, valeu muito a pena.

- Tem certeza que não quer nossa ajuda? Podemos pagar a sua mensalidade, não vai nos fazer falta - Melissa insiste.

Eu sei que eles podem pagar e não faria falta, mas meu coração está pedindo para não aceitar, eu não devo.

- Obrigada, mas eu vou ir embora mesmo, aqui é muito diferente de tudo o que eu estou acostumada, prefiro voltar para o meu antigo colégio.

- Se você está certa disso, tudo bem, eu entendo.

Termino de pegar minhas coisas e olho pela última vez meu quarto.

- Vou sentir sua falta amiga - Bia entra no quarto e me abraça.

- Eu também vou.

- Prometo que vou sempre te visitar nos fins de semana.

- Vou esperar por você.

- Eu também vou sentir muito sua falta, você é a garota mais incrível que eu ja conheci, mas seja sempre a Arlete que eu conheci e não aquela dos últimos dias, aquela não era você - Alex diz e também me abraça forte.

- Eu concordo com ele, até porque eu me apaixonei pela outra Arlete, a que chegou toda tímida e perdida - Augusto diz.

- Eu não vou deixar que nada me mude de novo, vou sempre ser eu mesma - abraço todos eles e saímos dali.

Como era domingo, Agusto teve que ficar no colégio. Me despeço dele e saio do colégio. Vai ser uma pena não poder ficar com eles ali.

Fui embora o caminho todo calada, eu nao conseguia para de pensar no pai de Rebecca, eu senti um carinho por ele de imediato e quando ele passou mal eu me desperei de verdade, não sei porque senti tudo isso, já que ele era só um desconhecido para mim.

Era pra ser Você [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora