Capítulo 29

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Ficamos ali em silencio por um bom tempo.

- Eu vou me trocar - digo e vou ao banheiro.

Depois que troquei de roupa, volto pra sala.

- Eu já vou ir, nos vemos no colégio.

Estava quase chegando na porta, quando ele me chama:

- Arlete.

Apenas me viro para ver o que ele queria.

- Eu posso te levar embora? - ele pergunta.

- Não, obrigada, eu vou voltar do mesmo jeito que vim.

- Eu posso te levar, é melhor.

- Eu não quero incomodar.

- Não vai ser nenhum incomodo - ele faz uma pausa - Eu nem tenho mesmo o que fazer - dessa vez ele fica com semblante triste.

Fiquei com o coração na mão, ao ver ele daquela maneira, mas eu não posso e nem quero aceitar. Ele só me trata bem quando estamos sozinhos, mas depois volta a ser o mesmo Augusto de sempre.

- Não, eu prefiro ir sozinha mesmo.

- Almoça comigo então? - ele se aproxima.

- Não quero.

- Eu sei que minha companhia não a melhor, mas almoça comigo, eu sempre fico sozinho, fica aqui, sua presença me faz tão bem.

- Eu já disse que não, mas... - faço uma pausa pensado no que falar - Se quiser, vamos almoçar em casa, a comida é simples, mas é muito gostosa, se quiser podemos ir lá - digo.

- Claro - ele me da um selinho na empolgação - Eu só vou me trocar, é bem rápido - ele sai pulando as escadas de alegria.

Eu percebi que Augusto só queria uma companhia, a ausência dos pais o afeta muito.

Fico sentada enquanto espero por ele.

A campainha toca, penso em atender, mas logo a senhora que me recebeu, aparece indo em direção a porta.

- Olá menina Rebecca - ela diz bem simpática.

- Sai da frente - Rebecca é bruta.

A senhora fecha a porta e volta pra onde estava.

Quando Rebecca me vê, ela parece ficar mais irritada.

- Vai embora - ela grita.

- Não - digo bem calma.

- Vai embora agora - ela grita mais uma vez.

- Não - abro um sorriso pra ela.

Ela parece ficar mais furiosa com essa minha reação.

- Seu lugar não é aqui, o seu lugar é no lixão, porque você é uma imunda. Me deixe a sós com o meu namorado - ela da ênfase no meu.

- Eu sou pobre de bens materiais, e você Rebecca? Você é pobre por dentro, você é vazia e podre, nem no lixão você merece ficar, porque você contamina qualquer lugar que você fica com tamanha podridão.

Ela parece afetada com o que eu falei.

- Então por que está aqui junto comigo?

- Pra começar, eu já estava aqui quando você chegou e eu já estou imune a você.

- O que faz aqui Rebecca? - Augusto pergunta.

- Vim ficar com você meu amor - ela se aproxima pra beijar ele, mas ele se afasta.

Era pra ser Você [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora