Capítulo 5

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O sinal toca alto o bastante ás seis horas da manhã, fazendo com que todos acordem, com certeza.

Vou até o banheiro, tomo um banho e coloco meu uniforme.

Bia toma banho logo em seguida.

Me arrumo e espero Bia.

Depois de prontas seguimos para o refeitório, pegamos nosso café da manhã e nos sentamos em uma mesa no centro do refeitório.

Não demora muito para entrar no refeitório a garota do milk shake, com duas amigas e o garoto grosso.

- São eles - digo para Bia apontando com a cabeça.

- Sinto lhe informar que você mexeu com o casalsinho mais irritante do colégio, eles não mede esforços para humilhar ninguém - Bia diz com uma expressão de preocupação.

- Eles me viram - digo apreensiva.

- Calma ta, continue agindo naturalmente.

Faço o que Bia me aconselha e percebo que eles sumiram do meu campo de visão.

De repente sinto algo quente derramado em minha cabeça, se espalhando pela minha roupa.

Todos começam a rir de mim.

- Por que você fez isso? - pergunto me levantando e vendo quem tinha jogado mingal em mim.

- Pra aprender que comigo ninguém mexe, muito menos chega perto do meu namorado.

- Ele me agarrou, eu não tive culpa - digo com a voz embargada por conta das lágrimas que caiam sobre meu rosto.

- Você acha mesmo que eu ia querer algo com uma pobretona como você? Se toca garota, eu não me misturo com esse tipinho de gente como você - ele diz .

- Ela não vale menos por não ser rica, vocês que são uns nojentos, hipócritas que acha que o mundo cai ao seus pés - Bia diz me defendendo.

- Seja bem vinda caloura bolsista - dito isso ela pega o copo de suco da mão de sua amiga e joga em meu rosto.

Todos continuam rindo de mim, eu apenas saio correndo daquele lugar.

Entro em meu quarto e corro para o banheiro chorando.

- Leti entra na segunda aula ta, eu vou conversar com a professora - Bia diz.

- Ta bom, obrigada.

Tomo um banho e volto a me arrumar, e coloco outro uniforme, ainda bem que eles disponibilizam três peças de uniforme.

Assim que me arrumo levo meu uniforme sujo até a lavanderia e deixo lá pra pegar de tarde.

Pego meu material no armário, e espero bater o sinal para a segunda aula e entro na sala.

Me sento ao lado de Bia, muitos me olham dando risadinhas.

- Eu soube o que ouve no refeitório, e graças a isso vocês teram que fazer um trabalho em dupla - a professora diz e todos começam a se olhar para escolher sua dupla - Mas tenham calma, eu vou escolher a dupla - a professora completa - O trabalho é para vocês ficarem duas semana juntos, e em um fim de semana cada um conhecer a realidade um do outro.

- E por que isso? - Rebecca pergunta.

- Por sua causa Rebecca, então todos terão que fazer esse trabalho para aprender a respeitar as outras pessoas, independentemente delas serem ou não da mesma classe social - a professora diz séria.

Ela começa a separar a dupla, eu pensei que eu e Rebecca iria fazer o trabalho juntas, mas me enganei, ela caiu com um garoto bolsista também e para minha surpresa minha dupla era Augusto.

- E como você vai saber se cumprimos o trabalho? - Augusto pergunta.

- Ótima pergunta! Estarei vijiando vocês durante essas duas semanas aqui no colégio e quero que vocês façam um slide com fotos e videos de vocês juntos mostrando que estam cumprindo e um texto relatando como foi a experiência, começando a partir de hoje, sendo assim mudem de lugar e se sentem com sua dupla - a professora explica.

Augusto se senta ao meu lado com a cara fechada.

Participamos da aula em total silêncio.

Depois do almoço saio para caminhar um pouco e me sento na grama.

- Uma hora eles largam do seu pé - o mesmo garoto que eu esbarrei quando fui beber água se senta ao meu lado.

- Eu não fiz nada pra eles me tratarem mal.

- Ninguém faz, mas pelo simples fato da pessoa ser pobre e bolsista eles se acham no direito de humilhar alguém.

- Uma pena que existem pessoas assim.

- Sou Alex, e você como se chama?

- Arlete, mas se quiser pode me chamar de Leti.

- Gostei do nome.

- Sério? Muitos riem do meu nome, dizem que é caipira.

- É diferente, mas não vejo porque rir do seu nome.

- Era o nome de minha vó, minha mãe colocou em homenagem a ela, e pra ser sincera gosto do meu nome.

- Eu também gostei.

Ficamos conversando bastante, Alex era muito legal e não me tratou com indiferença.

Era pra ser Você [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora