Capítulo 15

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Ficamos na piscina por horas até eu aprender a nadar. Num estava totaltelmente boa, mas o que aprendi era suficiente para conseguir me defender. A cada dia que passar eu vou ficar treinando pra não me esquecer.

- Bom acho que agora consigo me defender de Rebecca, já que ela vive pra me jogar na piscina, na verdade ela vive pra me atormentar - digo.

- Você aprendeu bem rápido pra quem não sabia - Alex diz.

- Não é tão difícil e eu aprendo rápido quando quero - digo.

Bia já tinha ido pro quarto, ela estava cansada, então só estava eu e Alex na piscina.

Um clima entre nós surge e ele se aproxima de mim, fico paralisada no mesmo lugar, sem me mover, apenas esperando que ele tomasse a atitude. Ele passa a mão por minha cintura e faz com que nossos corpos fiquem colados, ficamos nos olhando por um instante e quando está prestes a me beijar, somos interrompidos.

- Saiam dai agora, o diretor está vindo aqui - Augusto grita.

Sem pensar duas vezes saímos da piscina correndo, junto minhas coisas e corro para meu quarto.

Assim que entro, bato a porta com força e a tranco.

- O que foi menina? - Bia pergunta.

- O diretor quase nos pegou - digo ofegante.

- Meu Deus! Você poderia ter sido expulsa.

- Eu sei, por isso estou assim - digo.

- Fica calma.

- Vou tomar banho pra me acalmar - digo e vou ao banheiro.

Assim que tiro minha roupa e estou prestes a entrar de baixo do chuveiro, o diretor bate a nossa porta.

- Abre a porta, é o diretor Germano - diz ele do outro lado.

Me enrolo na toalha corro pra cama debaixo das cobertas e finjo estar dormindo.

Bia me faz um sinal e se levanta pra atender a porta.

- Boa noite diretor, estava dormindo já - ele mente.

- E Arlete também? - pergunta ele.

- Sim, ela já foi dormir faz tempo, nem jantou - diz ela.

Sinto que ele se aproxima e me observa.

- Tudo bem, eu já vou indo, estou de olho em vocês - ele diz e sai.

Assim que percebo que Bia fechou e trancou a porta me levanto da cama.

- Essa foi por pouco - digo aliviada.

- Toma mais cuidado ta.

- Ta bom, obrigada por me ajudar.

- Não foi nada, sou sua amiga e vou te ajudar no que for preciso.

- Bom agora vou tomar meu banho.

Volto para o banheiro e enfim tomo meu banho.

***

Já estava na sala de aula quando o secretário do diretor me chama.

Saio da sala e vou até a sala da direção.

Bato na porta e logo entro.

- Bom dia, o senhor mandou me chamar? - pergunto ao entrar na sala.

- Sim, sente-se - diz ele bem sério.

Me sento e fico encarando ele, esperando que ele dissesse algo.

- Arlete, fizeram uma grave acusação sobre você ontem, você pode me falar algo sobre isso?

- Eu não sei do que o senhor está falando - minto.

- Ontem você estava na piscina com um aluno, não consegui flagar vocês, mas quero que isso não se repita.

- Senhor, eu realmente não sei do que o senhor está falando - continuo mentindo.

- Arlete, não minta pra mim, uma aluna veio me contar.

- Aposto que foi Rebecca, ela implica comigo desde que cheguei aqui, ela faz de tudo pra me prejudicar - digo.

- Arlete chega - ele grita - Eu vi pelas câmeras de segurança, não tente me enganar.

- Se o senhor viu isso, acredito que também viu o Augusto tentando me agarrar, a Rebecca me jogar mingal e ainda me jogou na piscina duas vezes e em uma delas eu quase me afoguei, aliás eu só estava lá ontem pra aprender a nadar, justamente para que não se repetisse ou que acontece algo grave comigo, imagina se um dia num tem ninguém pra me salvar, eu poderia morrer, mas acredito que ninguém liga, afinal eu sou uma bolsista e isso não faz diferença pra ninguém - digo com a voz embargada.

- Eu vi tudo isso sim e só não tomei nenhuma providência mais severa, justamente porque foi uma boa ação. Arlete, eu assim como você, eu fui bolsista, não tinha nada e hoje valorizo muito os alunos bolsistas, fundei essa escola que é meu orgulho, mas se algo como isso se repetir eu terei que tomar medida mais drástica. Você não é como eles, tente ficar no seu canto e andar na linha - ele diz.

- Já entendi - digo e saio dali correndo aos prantos.

Muitos me observam curiosos, Rebecca estava em um canto com as amigas rindo da minha cara, provavelmente se sentindo vitoriosa.

Continuo correndo me afastando de todos aqueles olhares, chego em uma parte isolada do colégio, olho ao meu redor e nada de câmeras, pelo menos assim me sinto melhor para chorar.

De repente vejo Augusto vindo em minha direção, eu apenas corro e o abraço, faço de seus ombros lenços para minhas lágrimas. Deslizo junto com ele até o chão e ficamos ali por um bom tempo com ele me acalmando.

- Fique calma, eu estou aqui - diz ele.

- Obrigada, por hoje e por ontem.

- Não tem porque agradecer, eu só não queria que nada grave te acontecesse, sei o quanto você precisa e gosta de estudar aqui.

Deixo me levar e nos beijamos.

Era pra ser Você [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora