Prometi a mim mesmo que hoje iria dormir, numa boa. Dormir como um cara normal, que chega de um dia normal, pra se ter um sonho normal. Transando alguém talvez. Mas a noite insiste em me cutucar. As palavras me sufocam e eu escrevo elas aqui para me aliviar. Quanto mais os dias passam, mais percebo que algumas coisas da vida perderam o brilho pra mim. E eu ainda não perdi nem um pouco do meu cabelo. Coisas como gostar de alguém.
Lembrei que tem alguém que está gostando de mim, muito, muito acima do normal. E eu não faço ideia de como agir como um cara normal. As palavras delas são bonitas, e as minhas são de um idoso que não vê nada de empolgante na vida. A visão dela é colorida e alegre, e tudo que eu vejo são cinzas e tristezas, mas, lá no fundo, eu vejo um pouco da silhueta dela. Tudo que eu sei fazer é ficar sem fazer nada enquanto ela me encanta. Eu gosto do jeito que ela me ama. Não sei se ainda consigo fazer algo assim. Os filmes sempre vem a minha cabeça. Mas enquanto ela não me espetar, eu vou tentar. Tentar cair de vez nesse precipício que lá no final nós vamos nos encontrar. Não sei o que me espera lá. Mas pra que esperar tanto? O sono não espera e ele chegou para mim.
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Memórias do meu futuro esquecido
PoetryCom uma forte influência após ler o livro "O capitão saiu para o almoço" de Charles Bukowski, decidi escrever essa obra em forma de diário, com poesia adicionada ao meu cotidiano. A vida nua e crua mesclada com uma poesia revestida de melancolia e s...