19/08/2017 00:16

16 4 2
                                    

Hoje é uma daquelas madrugadas pesadas. Daquelas que nada precisa acontecer para que tudo pareça tão vago, tão inútil. Mais um segundo ou um ano, não importa. Fé ou ateísmo, não importa. Amor ou ódio, não importa. No fundo no fundo, ninguém se interessa, e o que você encontra é só lama. Só uma multidão que lhe ensina a dar um murro mas que lhe dá um outro por você ter sido violento. A maior mentira é a de que existe uma verdade.

As pessoas procuram alguém para se relacionar, se encaixar; mas hoje eu tô afim de chutar esse quebra cabeça, porque, no fim, faltará uma peça. Sempre. Por mais que você tente achar, encontrando a outra você perde a si mesmo. E ao olhar pra trás, se dá conta de que todo o seu trabalho para montar esse quebra-cabeça sumiu, e você está só. Só. Está só para continuar procurando outro lugar para se encaixar. É tão irônico que até um disparo, uma bala, te acha e você não se encontra nesse mundo.

Sabemos que todo mundo está precisando de atenção, as pessoas estão sedentas por carinho, cheias de tudo e vazio de si. Mas nós somos todo mundo, contrariando nossas mães, sim mãe, eu sou todo mundo. Caí para fora do meu berço e já não me encontro mais no esconde esconde.

A dor na minha cabeça é apenas uma agulha, nesse palheiro de sofrimento. Vivo nessa rotina que cada dia a mais me desatina, me faz desacreditar que na próxima semana haverá algo novo.

Memórias do meu futuro esquecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora