Capítulo 1.

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A minha vida nunca foi algo interessante. Pode ser pra algumas pessoas, mas eu só as escuto dizendo que sentem muito por todas essas coisas terem acontecido. Eu odeio demais fazer drama com essa trama toda, mas mesmo assim, seria meu dever contar, cedo ou tarde vocês iram descobrir.

Sou a Violet, eu tenho 16 anos. Tenho 16 e fui adotada quando eu tinha 11. Agora você já pode parar de sentir pena, por favor. Meus pais me largaram em um orfanato qualquer quando eu tinha 1 ano, acredita? 1 ano. E aí eu era o tipo de menina que só lia os livros velhos da pequena biblioteca que tinha lá, e escutava os melhores discos dos anos 80 que você pode imaginar. Eu arrumava os discos com o Greg, ele era nosso médico. Íamos nele sempre, e sempre que eu ia vê-lo, ele me aparecia com um disco seu de quando era criança. Ele era meu único amigo. Nós sempre conversávamos e ele me contada sobre sua vida, sobre os seus filhos e a filha que ele teve, ele me disse que eu era parecida com ela. Ela adorava os seus discos e os livros que eu lia. Aquilo me deixou feliz, porque eu gostava de lembrá-la, ele a amava, e talvez pudesse me amar como uma filha. Quando eu tinha 7 anos até pensei que ele me adotaria. Mas acho que ele não podia.

Mas então um casal veio me adotar, saí daquele inferno aos 11 anos. Eu fiquei triste por ter que deixar os livros da biblioteca, os discos de Greg, e principalemente, Greg. Até hoje me pergunto como ele está. O casal era como o outro, não podiam ter filhos e eram com o bolso cheio de dinheiro. Os casais desse tipo sempre procuravam os orfanatos mais pobres, o que era bom, eu acho. Eles foram até lá e fizeram milhares de perguntas pra várias garotas, e pra mim também. E então, me escolheram. Eu fiquei feliz, porque eu tinha irmãos depois daquilo, eram adotados também. Agora eu vivo com eles, e são meus pais agora. E é difícil chamá-los de "pai" ou "mãe"? Bem, era bem estranho, mas você acostuma. Agora que já contei minha história incrivelmente chata, eu vou contar o que rola hoje em dia.

Bem, como eu disse, tenho 16, e tô no segundo ano do ensino médio. E pode ter certeza, o ensino médio é pior que o fundamental. Bem, por milhares de coisas, por matérias incrivelmente chatas, por professores incrivelmente chatos, e todo o resto da escola. Mas talvez seja chato pra mim por eu ser o tipo que prefere ficar em casa jogando video game com meus irmãos em uma noite de sábado do que ficar se esfregando em caras, nas festas que dão. Eu posso parecer reclamar de tudo, mas você vai saber porque isso tudo é um saco.

Talvez deve ter escutado falar em "Why Don't We". Uma bandinha de garotos completamente chatinhos. E pra piorar, as gracinhas estudam na minha escola, e moram pertinho da minha casa. Daniel é meu vizinho. Ele era meu melhor amigo quando eu eura pequena, mas ele cresceu, ficou famosinho e agora é o desejo de 90% da escola. Ele e o resto dos amigos. Tá bom, tenho que confessar, os caras são uma graça, mas eles só param pra falar com você quando querem te beijar ou transar com você. É nojento, eu sei. Eu ajudo o Jonah em física. No começo era legal, mas ele fica me cantando e pedindo meu número. É tão escroto. Mas ele só presta atenção em algo relacionado á matéria porque tem que ter notas boas pra jogar no time. Já o resto, eu nunca conversei. Trocamos algumas palavras em sala de aula como "Que dia é hoje?", ou "Faz esse trabalho pra mim? Eu te pago.", e outras coisas sem noção que esses garotos falavam.

Bem, eu to me preparando pra amanhã. Seria só mais um dia naquela escola. Não que a odeie totalmente, eu tenho amigos legais. Megan e Leon. Acho que não tinha nada pra reclamar deles, eram as melhores pessoas que havia conhecido, até agora. Os veria amanhã, como vejo todos os dias, e também teria que aguentar Megan babando no Zach. É, é um dos idiotas que eu citei lá em cima, ela é apaixonada por ele desde pequena. Tá bom, agora eu preciso dormir.


Boys. 💛 Why Don't We. - (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora