Capítulo 14 Segredo revelado.

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— Mas devo dizer que a qualquer coisa de diferente em você desde que voltei de Londres

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— Mas devo dizer que a qualquer coisa de diferente em você desde que voltei de Londres... Olhe para mim — Mayson sussurrou enquanto eu mantinha meus olhos em meus próprios pés.

Olha, me desculpa por ter fingindo ser sua noiva, não foi por mal, eu sinto muito... Preparei minha desculpa mentalmente, em todo caso era melhor prevenir.

— Eu disse para olhar para mim — ele falou elevando meu rosto com a ponta do dedo, me analisou atentamente, foi estranho e assustador, Mayson fitou cada traço, cada traço do meu rosto...

Olhos azuis, duas sardas no meio do nariz, lábios finos... Éramos iguais, éramos iguais. Eu tentava me convencer, não tinha como ele saber que eu não era a Juliete.

Depois seus olhos passaram para meu cabelo...

Vermelho, vermelho...

— Há... O que, eu... — suspirei tentando me acalmar — Mayson, o que está havendo?

— Eu por um momento pensei — ele meneou a cabeça — não, não é nada.

Engoli um seco me sentindo desconfortável, não era bem isso que eu esperava.

— Não estou diferente... Deve ser coisa da sua cabeça — proferi tentando soar calma.

Mayson me fitou atentamente por alguns segundos antes de responder:

— Sim, deve ser coisa da minha cabeça, o que me faz recordar que gostaria que fosse ao baile dos Droics comigo.

Suspirei me sentindo mais calma por ele mudar de assunto.

— Baile?

— Sim, sei que você tem evitado aparecer em público nos últimos dias por conta da euforia das pessoas em relação ao casamento, mas os Droics são meus amigos de longa data e regressaram a pouco tempo, eu esperava que você fosse comigo.

Franzi os lábios impaciente. Eu não queria ir a baile nenhum!

— Como seu noivo e futuro marido, eu sei que tenho o direito de exigir o que você deve fazer, mas meu amor por você me obriga a lhe fazer apenas um pedido — Mayson destinou um lindo sorriso para mim — por favor, Juliete, venha ao baile comigo.

Aquilo foi estranho, e assustador, estranho, assustador e fofo.

— Sim, claro. Porque não. — Respondi retribuindo o sorriso, deveria ser isso que Juliete faria.

— Agora que nos entendemos podemos voltar — Mayson tomou meu braço novamente para si — antes que venham a nossa procura.

Assenti com um suspiro, enquanto fazíamos nosso caminho de volta para a mansão Graien, logo em seguida eu e tia Sophia partimos para nossa casa, e embora a ocasião já tivesse passado, ainda assim as palavras de Mayson não saiam da minha cabeça... Diferente, o que ele poderia achar de diferente em mim? Afinal eu e Juliete não tínhamos a mesma aparência? Quanto a personalidade, bom, eu estava interpretando bem o papel dela, ou ao menos achava...

— Juliete, está tudo bem? Esteve tão calada toda a tarde. — Tia Sophia perguntou enquanto caminhávamos de volta para casa.

— Sim, estou bem — respondi, mas a verdade era que não estava, tinha medo que Mayson descobrisse toda a verdade, e estava triste por logo ter que voltar a minha vida — só estou cansada — continuei tentando mudar de assunto.

— Terá muito tempo para descansar até o jantar, o que me faz lembrar de Ethan, acha que ele já chegou do contador?

— Imagino que sim, a não ser que tenha ido a outro lugar logo depois — pensei alto, alto demais.

— Que outro lugar poderia ser? — Sophia me destinou um olhar curioso.

— Hum, da última vez que fomos ao contador, ele me deixou comprando laços sozinha e logo depois ele estava todo animado em meio a uma conversar com Catarina Hilman.

Sophia esboçou um sorriso curioso.

— Hilman? Não conheço nenhuma Hilman.

— Eu também não, ele me apresentou quando nos vimos, ao que parece Catarina é filha de uma costureira.

— Costureira... Bom, acho que seria um ato muito gentil de nossa parte convidá-la para um chá, já que ela e Ethan são amigos, deveríamos conhecê-la.

Olhei para Sophia sem entender. Não parecia está interessada em Catarina só por ela e Ethan serem amigos.

— Sei que você não gosta muito das amizades do Ethan, principalmente quando são femininas — ela soltou um risinho — mas você tem que superar todo esse ciúme, Juliete, mais cedo ou mais tarde ele terá que se casar.

Ah então era isso.

Dei um grande suspiro.

— Não é que eu sinta ciúmes, eu só não quero que nenhuma aproveitadora se aproxime dele.

Não queria com o Noah, e não quero com ele.

— Eu entendo, mas por ele ser um conde e ter o que tem, sempre existirão pessoas por perto querendo se aproveitar. Ethan não está livre disso.

Conde... Charles sempre gostou de se gabar por ter tido sangue nobre no passado dos Dclair.

— E é por isso que eu sempre irei protegê-lo tia Sophia — falei sorrindo no exato momento que chegamos à residência. — Meu irmão está em casa? — perguntei quando o mordomo veio ao nosso encontro.

— O milorde se encontra em seu aposento senhorita.

— Vou falar com ele — falei subindo as escadas de dois em dois.

— Tente não se acidentar no processo — ouvi tia Sophia protestar.

— Tentarei — gritei do topo das escadas com um sorriso. — Ethan? — chamei batendo a porta antes de abrir — posso entrar?

— Sim, estou na varanda.

Abri a porta e atravessei o quarto me aproximando, ele estava encostado na varanda, tinha o olhar perdido, parecia estar ali só em corpo.

— O que faz aqui tão escondido?

— Eu estava esperando que vocês chegassem — ele me destinou um sorriso — como foi na casa da duquesa?

— Ocorreu tudo bem, ela e tia Sophia estavam bastante eufóricas.

O sorriso de Ethan se fez mais amplo.

— Passará quando você finalmente casar.

— Sim passará, o que me faz lembrar que ela cogitou a ideia de convidar a senhorita Hilman para um chá.

Ethan me olhou surpreso.

— Você está de acordo? — ele perguntou.

— Estarei se você estiver.

— Iria gostar que vocês se conhecessem melhor, e seria bom que alguém tirasse a péssima impressão que Nicoleta deixou.

Revirei os olhos com um sorriso.

— Como sempre eu terei que limpar a bagunça desse ser insuportável.

Ethan gargalhou.

— Esse ser insuportável fará parte de sua família em breve.

— Uma pena, realmente uma pena.

1818Onde histórias criam vida. Descubra agora