Capítulo 26 Desenlace.

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Leiam ao som de Already Gone.

Leiam ao som de Already Gone

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— Desenlace... — Noah me dissera certa vez em uma tarde quando raramente fazia sol em Londres, havíamos saído para o jardim da casa tentando aproveitar o clima e a companhia um do outro — é o momento em que uma história misteriosa se esclarece, uma história que tem muitas perguntas e nenhuma resposta — ele suspirou e deu uma boa olhada no livro com o título desenlace — geralmente o desenlace é o que não se espera...





— Ethan... Ethan... — Me libertei de seus braços com muito esforço e o fitei sem entender nada do que passava — o que está acontecendo?

— É o Mayson — ele disse aflito — ele está... Está morrendo Juliete...

É o momento que toda história se esclarece...

— Mas... Mas...

— Temos que ir — Ethan voltou a segurar meu braço e puxá-lo — agora...

Não recordo exatamente como tudo aconteceu, a ciência diz que esse mecanismo é uma forma que nosso cérebro encontra de lidar com o trauma... O esquecimento... Lembro vagamente que quando entramos na carruagem tia Sophia já estava lá soluçando, ela dizia: Pobre rapaz tão jovem... Ethan também parecia está perdido em seu mundo, distante... Quanto a mim estava aérea, não conseguia entender bem o que estava acontecendo.

Isso não podia ser verdade, não podia ser. Tinha que ser uma mentira, ou uma brincadeira, uma brincadeira de muito mal gosto. Eu... Eu não aguentaria perder outra pessoa.

Mas você não pode evitar. A voz cruel soou em minha mente.

Não demoramos quase nada para chegar à casa de Mayson, subimos os degraus e quando adentramos a sala tivemos a visão de uma duquesa cansada, triste e desolada, ao seu lado estava o médico eu suponho lhe explicando...

— Mayson sabia que não lhe restava muito tempo... — Ele disse com pesar sem notar nossa presença — em sua última viagem a Londres eu lhe deixei a par de toda situação.

— Como ele pôde? — a duquesa exclamou com dor — sabíamos que isso aconteceria, mas como ele pode esconder de nós que estava tão mal...

— Eloisa...

— Oh Sophia — elas se abraçaram compartilhando do sofrimento — estamos perdendo ele, estamos perdendo ele.

Tinha que ser um pesadelo... Por favor que seja um pesadelo...

— Juliete...

Acorda...

— Ela irar desmaiar — alguém falou vindo ao meu encontro, mas não consegui reconhecer.

Acorda!

— Senhorita Dclair...

Acorda...

Então tudo escureceu.

***

Quando abrir os olhos novamente tive certa dificuldade para identificar onde estava, talvez em um quarto, não me recordava direito. O que estava fazendo aqui?

— Recobrou os sentidos — um rosto familiar entrou e se aproximou me dando uma visão mais apurada de quem era.

— Docrs — sussurrei sem forças. Ele era o médico do Mayson?

— Como está se sentindo milady?

— Onde estão todos? — ignorei sua pergunta, o meu estado não importava tinha que ver Mayson.

— No quarto ao lado com a vossa graça — ele fez uma pausa para medir meu pulso.

— Eu preciso vê-lo — falei tentando me levantar.

— Se encontra forte o bastante para isso?

Assenti. Embora soubesse que não era verdade.

Docrs me ajudou a chegar ao quarto. Ethan, tia Sophia e Eloisa já estavam lá a beirada da cama quando me viram uma expressão de calmaria tomou suas faces, mas logo depois a angustia voltou.

— Vamos deixá-los a sós por um momento — Eloisa sugeriu se retirando, tia Sophia fez o mesmo logo em seguida e Ethan também, mas antes de ir depositou um beijo no topo da minha cabeça.

— Eu soube que você desmaiou — Mayson sussurrou com carinho em quanto eu me aproximava e sentava ao seu lado — como está agora?

Suspirei. Como eu estava? Era ele que estava mais pálido que o normal seus olhos não tinham mais brilho e parecia estar tão frágil... Então eu senti a primeira lagrima descer por minha face, e pareceu-me que ela incentivara as outra porque quando dera por mim, meu rosto estava banhado.

— Ei... O que combinamos aquele dia? — ele afagou meu rosto com carinho — você me prometeu, me prometeu que seria forte, lembra?

— Eu não posso — desabei encostando a cabeça em seu braço — por favor não me deixe, por favor não me deixe... Eu preciso de você aqui comigo. Você faz parte de mim agora, eu te amo tanto, eu te amo tanto.

— Juliete — ele me abraçou com carinho.

- Eu nunca vou amar alguém de novo. - Engoli o choro e toda a sensação ruim que vinha com ele tentando me acalmar. – Eu...

Como poderia?

— Juliete, nós sempre fomos destinados a dizer adeus. Sabíamos que não daríamos certo, que eu não tinha muito tempo. — Mayson disse com dificuldade, sua fala estava começando a ficar arrastada, ele fez uma pausa e depois continuou — eu quero que você saiba que você não poderia ter me amado melhor, foi uma boa vida Juliete... Estou feliz por tê-la passado ao seu lado.

Meneei com a cabeça.

Será.... Você não irar morrer, não posso perder mais ninguém que amo. Deve haver alguma coisa em 2017 que ajude, alguma coisa que... Eu precisava falar com Juliete.

— Não se esqueça de mim... Lembre-se que eu te amo... — Ele disse se deixando vencer pelo sono — estará aqui quando eu acordar?

Assenti segurando sua mão.

Quando você acordar tudo estará bem, tudo estará perfeitamente bem.

Assim que seus olhos se fecharam eu beijei seu rosto e desci as escadas, passei pela sala sem que ninguém percebesse, eu teria que ser rápida, teria que ser muito rápida para salvá-lo....

— Freya! — Juliete teve um sobre salto quando eu entrei no quarto ofegante — o que ouve?

— Todo esse tempo você sabia — falei sem força — sabia que ele estava morrendo... Por que? Por que não me disse?

— Eu não poderia — Juliete respondeu desesperada — não poderia.

— É por isso que vai se casar? Por que Mayson está morrendo?

Ela me fitou por um longo momento e quando pensei que não falaria nada disse:

— Sim...

Meu coração falhou e senti que minha cabeça girar.

— Todo esse tempo me fez acreditar que você é um monstro, por que?

Juliete suspirou e grossas lágrimas começaram a dançar em seu rosto.

— Você chegou à conclusão de que ele era mal eu não poderia permitir que pensasse isso dele. — Ela suspirou enxugando as lágrimas — Mayson é a melhor pessoa que existe nesse mundo, não merece o desprezo de ninguém.

— Mas...

— E você o ama — Juliete afirmou de uma vez — achei que você deveria ter a chance de conhecê-lo como ele realmente é.

— Juliete...

— Está tudo bem Mayson merecia ser amado por alguém tão bom quanto ele.

— Eu... temos que fazer alguma coisa, talvez em 2017...

— Não a nada que possa ajudar — ela murmurou — Mayson tem o que chamam em seu tempo de cardiomegalia, o coração dele cresce de uma forma anormal, nem mesmo se levássemos ele para 2017 conseguiríamos salvá-lo, não podemos fazer nada — Juliete admitiu com dor — eu tentei, falei com médicos, fiz de tudo — sua frase foi cortada por um soluço de choro.

— Então Mayson vai... — Desabei na cama sem força — isso não pode ser real... Como, eu... Como isso aconteceu?

— Eu soube a pouco tempo sobre o seu estado, foi logo depois de conhecer Nathan... — então seu olhar voltou a se perder.



- Meu irmão se encontra em casa? – perguntei ao mordomo enquanto passava pelo corredor assim que cheguei da casa de Nathan.

- Sim milady, o milorde está em seu escritório com visita...

Finalmente.

- Certo obrigada – agradeci descendo as escadas o mais rápido que poderia.

Primeiro eu falaria com Ethan, lhe contaria tudo... A princípio ele ficaria bravo é claro, mas não permitirá que eu me casasse se não o amasse, era certo que ele e Mayson eram muito amigos, mas ele me amava e ficaria ao meu lado. Depois que falasse com Ethan seria a vez de Mayson, ele não demoraria a chegar de Londres então logo tudo estaria esclarecido...

Mayson...

Eu sentia por ele... Nos conhecíamos desde a infância e eu tinha muito carinho por ele, acho que havia me acostumado a ideia de que pertencia a ele até Nathan aparecer e seria tão mais fácil se o que Mayson sentisse por mim fosse o mesmo que eu sentia por ele, apenas um carinho de infância, mas não era, Mayson me amava já havia dito e demostrado de várias formas e por isso eu sentia, porque iria magoá-lo. E ele não merecia, não merecia isso.

- Fico feliz que tenha voltado... – ouvi Ethan sussurrar do seu escritório. – Como foi em Londres?

- Como esperávamos... – Meu coração quase saltou do peito ao ouvir a voz de Mayson... Ele só deveria estar de volta daqui alguns dias... – Docrs disse que não me resta muito tempo. Ao que tudo indica é o mesmo que ocorreu com meu pai, um coração fraco...

Eu tive que me apoiar na mesinha ao lado... Não... Isso não... Podia ser verdade.

O pai de Mayson tinha falecido a um tempo, seu coração era muito fraco e não resistiu e se Mayson estava afirmando para Ethan que tinha o mesmo, isso significava que ele...

- Eu sinto muito meu amigo, sinto muito... Sua família.

- Todos já sabem.

- E Juliete? Quando pretende lhe falar?

Fez-se um silencio por um longo tempo depois Mayson pronunciou:

- Logo...

- Irar, irar desmanchar o noivado?

- Não posso condená-la a viver ao lado de um moribundo.

- Não pode escolher por ela

Alguém suspirou imagino que tenha sido Mayson.

- Eu não vim para brigar Ethan. Eu preciso de um favor, preciso que me prometa que irar cuidar da minha família quando eu me for... Minha mãe meu irmão, cuide deles para mim.

- É claro meu amigo.

Tive que exigir muito esforço para a subir as escadas novamente rumo ao meu quarto, eles não poderiam me ver assim eu tinha que... Meu Deus... Como... Ele estava morrendo, estava... Não, não poderia ser verdade... Mayson era tão novo, e sempre tão disposto. Mas eu deveria saber que alguma coisa não estava certa, ele estava muito distante nos últimos dias, sempre viajando para Londres sem me falar o motivo e parecia tão triste, desolado... Deus, ele estava morrendo, Mayson estava morrendo...

***

No dia seguinte Mayson estava na minha sala de visita com o seu doce sorriso que ele sempre destinava a mim quando me via.

- Juliete... – Ele veio ao meu encontro e segurou minhas mãos com carinho – como você está?

- Feliz que tenha voltado – sussurrei e o abracei com força.

Eu estava arrasada, mas tinha que ser forte, por mim e por ele.

- E eu estou feliz por estar aqui – Mayson me fitou com intensidade como sempre fitava quando iria falar algo sério.

Era agora. Eu sabia o que ele iria falar e sabia o que eu diria.

- É melhor sentar – falou me encaminhando para a poltrona – sei que você tem andado curiosa porque tenho indo tanto a Londres.

- Eu sei o que você vai falar – murmurei em voz baixa – ouvi sua conversa com Ethan ontem.

Seu rosto me pareceu um pouco surpreso, mas logo ele se recuperara.

- É o mesmo mal que acometeu meu pai.

Assenti. Não estava conseguindo falar mais nada. Um nó tinha se formado em minha garganta, de angustia, medo e tristeza por nós dois.

- Então você sabe que não podemos continuar o noivado – ele disse arrastando a voz.

- Não pode decidir por mim – sussurrei sem força tentando conter a onda de choro, mas falhando miseravelmente. – Não pode – afirmei mais uma vez...

- Juliete... Eu prefiro te deixar partir que ser sua prisão.

- É minha decisão – disparei quase gritando – e eu decido ficar ao seu lado!

- Não posso permitir...

- Estávamos ao lado um do outro quase toda a nossas vidas e não será diferente agora – segurei seu rosto com minhas duas mãos – que Deus me castigue se qualquer coisa me separe de você, qualquer coisa que não seja a morte... E quando acontecer eu estarei ao seu lado.

- Juliete...

- Por favor Mayson – supliquei deitando em seu ombro – por favor... Eu prometo que serei forte, prometo que serei forte...



— Agora você entende? Eu não poderia deixá-lo. — ela disse nervosa — eu amo o Mayson como amo o Ethan ele é importante para mim e agora eu preciso me despedir, prometi que estaria ao lado dele quando tudo acabasse.

Minha boca se abriu, mas voltei a fechá-la. Não sabia bem o que dizer.

— Eu esperarei você do outro lado — falei encolhendo os ombros — até que você traga notícias.

Ela assentiu.

— Tente descansar — disse enquanto nos encaminhamos para o espelho.

E lá estávamos nós... Eu não imaginaria que voltaria mais quebrada para 2017...

— Você irar ficar bem, eu não demoro. — Juliete me abraçou e ficamos assim por alguns segundos e logo depois eu voltei a atravessar o espelho.

A sensação foi estranha. Está de volta era estranho.

— Irar me trazer notícias dele? — perguntei fitando seu reflexo no espelho.

Juliete assentiu.

— Estarei de volta assim que... — Juliete se interrompeu quando um som de espelhos quebrando soou, fomos surpreendidas ao ver que o espelho começava a se quebrar de baixo para cima.

— O que está havendo? — exclamei assustada.

— Eu não sei. — A rachadura foi subindo e subindo, subindo... — Talvez não possamos mais nos ver quando se rachar por completo...

— Mas...

— Tem escapamento atrás do espelho, procure por uma...

Então sua voz se foi, o espelho rachou por completo e depois voltou a sua forma normal como se nada tivesse acontecido... Mas diferente das outras vezes só havia eu...

— Juliete... – Gritei desesperada - Juliete...

Não...













Segurem seus corações queridos leitores, ainda não é o final

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Segurem seus corações queridos leitores, ainda não é o final.

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