~~ Freya
- Devo dizer que você está exuberante, como sempre. — Ouvi um sussurro familiar.
— Mayson... — Sorri ao me virar e vê-lo. — Pensei que não viria — afirmei. Não saberia ao certo se conseguiria comparecer ao baile ele alegara hoje cedo que tinha muito trabalho e talvez não poderia chegar a tempo. — De qualquer forma me alegro muito que tenha vindo — disse com um suspiro de felicidade.
— E eu estou feliz por estar aqui — ele falou passando o olhar por todo o salão — está bem cheio, não é verdade?
Assenti.
— E já me bombardearam de perguntas sobre você.
— Mesmo? — Mayson franziu o cenho.
— Sim. Nós nos convertemos no casal do ano, segundo eles o mais apaixonado.
— E o que você acha disso? — ele perguntou bastante interessado.
Suspirei. Não sabia bem como responder. Durante a noite quando todos vinham ao meu encontro perguntar por Mayson ou dizer-me que formamos um bonito par eu só assentia e sorria, afinal o que mais poderia fazer quando afirmavam que eu parecia tão apaixonada? Aquilo era muito estranho e eu estava tentando fugir daquela constatação. De fato sentia um grande carinho por Mayson, mas não era amor, não poderia ser amor porque no final ele não era meu, não pertencia a mim e embora Juliete não o merecesse ela que ficaria com ele, já seria difícil partir e deixar Ethan, não tornaria ainda mais doloroso alimentando um sentimento que não deveria existir... Não existia.
— Que estão todos certos — disse lhe oferecendo um sorriso tremendamente doce — afinal nos amamos muito, não é verdade?
Mayson retribuiu o sorriso.
— Agora eu sei que sim.
Aquilo me surpreendeu sobre maneira. O que ele poderia significar tal afirmação?
— Aquela é Cibele? — Mayson perguntou com um olhar um pouco distante antes que pudesse pedir que me explicasse o que havia acabado de falar.
Segui seu olhar para encontrar Cibele mais uma vez.
— Quer ir cumprimentá-la?
— Hum... Claro, porque não...
Mayson me estendeu o braço que eu prontamente segurei e começamos nosso caminho até Cibele que assim que nos viu assumiu uma postura diferente da que eu achei que teria.
— Mayson... — Ela sorriu com olhar destinado a ele — que alegria em vê-lo, já faz um longo tempo desde a última vez.
— Igualmente Cibele — Mayson retribuiu o sorriso e lhe beijou delicadamente a mão — vejo que a Grécia lhe fez muito bem.
— De fato. Gostei bastante.
— Tive a chance de ter com Harry quando estava em Londres ele falou muito a seu respeito.
Cibele sorriu desta vez um pouco mais encantada.
— Estive com ele na volta da Grécia. Eu e meu irmão ficamos alguns dias em Londres — ela afirmou depois passou o olhar para mim — Juliete — proferiu sem emoção.
— Cibele.
Então produziu-se um silencio muito incomodo.
— Eu imagino que vocês tenham o que conversar. Irei cumprimentar Ethan, estarei com ele se precisar de mim — Mayson aproximou-se mais um pouco para me sussurrar — tente fazer as pazes, sei que as duas sentem falta uma da outra.
Dito isso ele voltou o olhar para Cibele com um comprimento e se afastou.
— Ele com sua mania de querer concertar o que se passou com a gente — Cibele foi a primeira a falar — sempre tão gentil.
— Eu... — Suspirei — sinto muito Cibele por tudo.
Embora eu soubesse que Juliete não teria dito isso. Não me importava, era a coisa certa a se fazer.
— Custo a acreditar — disse ela quando seus pálidos olhos azuis se concentraram em mim.
Engoli um seco.
— Eu sei — declarei suavemente.
Antes que ela pudesse proferir mais um insulto ouvimos uma voz familiar.
— Juliete...
Nós duas nos surpreendemos, estávamos tão concentradas na conversa que não vimos quando Nathan se aproximou. Eu não sabia que ele estava aqui, não o tinha visto.
Cibele olhou para ele de maneira triste antes de falar.
— Já estava indo Nathan, terminei por aqui. Podemos ir.
— Um minuto Cibele, eu preciso falar com Juliete.
Ela suspirou cansadamente.
— Não precisa fazer isso Nathan, a muitas pessoas aqui. Mayson está aqui.
— Só irar levar um minuto.
Cibele assentiu depois de um momento, olhou para mim e logo em seguida se afastou.
— Eu... Ah — Nathan começou com certo desconforto — eu estive analisando você, e o que as pessoas estão comentando ao seu respeito e ao duque.
Eu só assenti porque não tinha vontade de falar.
— Você o ama...
Oh...
— Sei disso porque olha para ele como costumava me olhar.
Nathan fez uma pausa e olhou para o lado. Não parecia que tinha ódio dentro de si, mas parecia profundamente abatido e triste.
— Não sei quando aconteceu, nem como, mas algo mudou em você e agora você o ama...
— Nathan...
— Está tudo bem, quero que você seja feliz e se sua felicidade está ao lado dele está tudo bem, Juliete.
Está... A minha, não a de Juliete e naquele momento eu percebi que não dava mais para fugir disso. Eu amava o Mayson... Eu amava o Mayson, mas ele não era meu.
— O senhor Eleal recomendou-me que eu e minha família mudássemos para Londres, estarei à disposição dele lá. Eu... Talvez não nos vejamos mais, só quero que saiba que está tudo bem e que sempre irei te ama... Até os fins dos meus dias...
Nathan suspirou e me fitou atentamente.
- Nem toda história de amor tem um final feliz não é... Mas foi bom.
Ele me olhou uma última vez e então se foi.
Você conseguiu Juliete, conseguiu acabar com uma coisa bonita que alguém sentia por você.
***
— Então ele vai embora? — Juliete perguntou sem esconder sua tristeza, depois que lhe contei tudo.
— Sim — respondi sentando ao lado dela — você conseguiu, conseguiu. Feliz agora?
Juliete se encolheu com a frieza da minha voz.
— Você não aprova o que eu faço — afirmou sem fitar.
— Não poderia, Mayson a ama...
Aquela afirmação doeu mais do que eu imaginei que doeria.
Ele a amava.
— Não merece isso.
Juliete franziu os lábios e eu compreendi que a havia abalado.
— Eu tenho chance? De lhe convencer que esse casamento é um erro? — Perguntei com esperança.
— Nenhuma! — afirmou com veemência — eu iriei me casar.
Suspirei. Outra afirmação que doía.
Não seja tola Freya, mesmo que ela não se case não chance de você e Mayson ficarem juntos. Ele a ama e você não é desse tempo.
Uma voz irritante dançou em meus pensamentos.
Eu sei...
— O que me faz lembrar — Juliete deu um suspiro ainda mais longo — que tenho uma coisa para você.
Ela tirou algo do bolso e estendeu para meu campo de visão.
Uma fotografia...
Minha e de Noah nos tempos de escola.
Eu a peguei com muito cuidado e analisei cada traço. Lembrava-me daquele dia, tínhamos tido uma caminhada e minha sala se juntara a dele, paramos uns instantes para descansar eu me sentara em uma das mesas do jardim da escola e Lily tirara aquela foto...
— Onde você a encontrou? Agnes não trouxe nenhuma fotografia do Noah para Canterbury — sussurrei muito abalada.
— Eu encontrei essa nas coisas dela.
Olhei para ela surpreendida.
— Você vai perceber quando voltar que algumas coisas mudaram em sua casa, Freya. Tive uma conversa interessante com Agnes e sei que quando você voltar perceberá a diferença.
Suspirei. Não queria falar disso, não agora.
— Ela não culpa mais você... — Juliete continuou com muito cuidado. — Pela morte do Noah...
Meu coração pareceu-me que parou por alguns segundos.
— Não importa — disse com a voz embargada — você sabe como ele morreu?
Ela assentiu.
— Freya...
—Tentando me salvar, então não importa o que Agnes ou Charles pensem porque eu sei... — Parei por alguns segundo tentando controlar a onda de choro que vinha e o embrulho no estomago — meu irmão estaria vivo se não fosse por mim — sussurrei baixinho.
Eu sinto muito Noah. Olhei para foto novamente com a vista embaçada por conta das lagrimas. Sinto muito irmão.
~~ A foto
E estamos quase, quase lá. Reta final se aproxima pessoas.
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1818
RomanceFreya Dclair, sempre teve tudo o que queria, e o mundo ao seus pés. Simpática, extrovertida, dona de uma beleza que geralmente despertava inveja de alguns e desejo em outros. Sua família era muito influente na sociedade Londrina e fazia questão de p...