Capítulo 18 Uma visita ao visconde e a viscondessa.

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~~Freya

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~~Freya


— Onde exatamente eles moram? — Perguntei ao Mayson, segurando mais forte o seu braço enquanto andávamos pelas ruas de Canterbury.

— Um pouco depois da minha casa, não está muito longe, não se preocupe.

Assenti sentindo a brisa cálida da manhã em meu rosto. Estava nublado, como quase sempre estava, mas eu não me importava com o dia assim, com tanto que não chovesse.

— Como tem sido os últimos dias? — Mayson perguntou distraído.

— Normais — para não dizer ótimos, desde que conversara com Nathan a três dias atrás não o tinha visto mais, Juliete continuava em sua bolha de frieza, falava de tudo menos dele, quanto a Mayson, não havíamos nos visto nos últimos dias, ele alegara está muito ocupado, e embora esse fosse o meu desejo desde o começo, eu talvez houvesse sentindo sua falta, talvez... Mas a sua ausência me dera muito mais tempo com Ethan, o que poderia se classificar como dias ótimos para mim. — E quanto aos seus?

— Muito cansativos — ele disse com uma careta — pretendo desfrutar o final de semana ao seu lado, todo ele. — Mayson sorriu para mim de forma doce.

— Então será um final de semana muito agradável — afirmei retribuído o sorriso.

E de fato realmente seria. Eu estava aprendendo a gostar da sua companhia, a verdade é que Mayson parecia ser uma ótima pessoa. Qual fora mesmo as palavras que Juliete usara? Talvez a melhor pessoa que exista nesse mundo. Bom, se ele não fosse, estava perto de ser. Quando voltasse, seria uns dos quais eu sentiria falta... Só de pensar que eu teria que voltar para aquele lugar, para aquela vida, sentia-me triste, era difícil me acostumar a ideia de viver sozinha novamente, depois de todos esses dias ao lado de pessoas tão agradáveis, que de fato me amavam...

Meneei a cabeça.

Não, sua boba. Eles amam a Juliete, só te tratam dessa forma porque pensam que você é ela, tudo seria bem diferente se descobrissem, com todos, inclusive com Ethan... Mas e com você? Pensei voltando o olhar para Mayson. Outro dia ele dissera algo sobre eu está diferente, e que gostava mais de mim assim, talvez, só talvez ele gostasse de mim, como eu, como Freya...

— O que foi? — ele perguntou quando percebeu que eu o fitava.

— Nada, só estou feliz por estar aqui.

Mayson me lançou um sorriso e algo se agitou dentro de mim.

— Também estou feliz por estar ao seu lado. — disse e neste exato momento chegamos à residência.

Fomos recepcionados pelo mordomo que nos encaminhou por um longo corredor até nos depararmos com uma grande e espaçosa sala de visita. O visconde e sua esposa já nos esperavam, mas assim que nos viram foram ao nosso encontro.

— Graien — Eliot cumprimentou Mayson e logo depois a mim — senhorita Dclair — ele nos fitou com alegria.

— É tão bom que tenham podido vim — Doraty falou com um sorriso que passou de Mayson a mim — ficamos muito felizes com a presença de vocês.

Eu retribuí o sorriso. O casal me parecia boas pessoas, imaginei que seria uma manhã agradável ao lado deles. Conversamos bastante sobre várias coisas, no final, Mayson e Eliot se retiraram para o escritório e eu e Doraty partimos para seu jardim pessoal.

— Eu mesmo faço questão de supervisionar os cuidados que ele recebe — ela dizia enquanto caminhávamos por um lindo jardim — embora não esteja em Canterbury com frequência, faço o possível para que os lacaios deem o seu melhor no cuidado com ele.

Assenti um pouco admirada. Era de fato um belo jardim.

— O duque comentou certa vez que gosta muito de flores e que você mesmo cuida do seu jardim pessoal.

— Sim, embora já não tenha mais tanto tempo como antes.

— Os preparativos de um casamento realmente tomam bastante tempo.

— Se fossem só os preparativos — insinuei com um sorrisinho que ela logo retribuiu.

— Eu sei, as pessoas podem ser bem inconvenientes e insuportáveis as vezes.

Nós duas sorrimos, mais uma vez.

— A quanto tempo está casada, milady?

— Apenas, Doraty, assim me sentirei confortável para chamá-la de Juliete, se for do seu agrado, é claro.

Assenti gostando da maneira intima com que ela falava. Seria bom fazer uma amiga.

— Eu e Eliot nos casamos a pouco mais de um ano, em Londres.

— Imagino que deve ter sido uma festa glamourosa.

— Oh, sim. Com toda a pompa que se faz necessário no casamento de um visconde — Doraty continuou empolgada — foi tudo muito cheio de vida e alegria, mas alegria maior tivemos quando descobrimos que eu estava esperando um bebê... — então ela se calou, de repente e toda a empolgação com que falava se esvaiu dando lugar a um olhar e semblante bem triste.

— Eu sinto muito, Doraty. — Proferi com suavidade — pela perda que você e seu marido passaram.

Doraty ergueu o olhar até mim e me esboçou um sorriso débil.

— Você já perdeu alguém, Juliete, alguém muito próximo, alguém que amava muito?

Suspirei com tristeza.

Mais do que tudo, eu o amava mais do que tudo.

— Sim, eu já perdi.

— Então você compreende, como essa dor te despedaça de dentro pra fora. Não parece insuportável?

— Sim — repeti mais uma vez — parece que não iremos aguentar.

— É horrível. — Doraty disse com o olhar perdido. — Mas o Eliot é ótimo — ela prosseguiu tentando parecer mais animada — ele é um bom marido, temos cuidado um do outro.

— No final é o que temos, nossa família. — Falei com convicção. Ou ao menos era assim que deveria ser.

Ela sorriu um pouco.

— Falemos de coisas mais alegres — ela disse tentando retomar a animação — como seu casamento, a quanto tempo você e o milorde se conhecem?

— Ah... É, bom desde a infância — franzi os lábios com indecisão, não estava certa se era isso mesmo — nossas famílias sempre foram amigas.

— Ele parece tão apaixonado — comentou consigo mesmo — sempre que fala de você é com grande alegria.

— Mayson é muito gentil — falei com um leve sorriso.

— Você também parece muito apaixonada...

— Quem parece apaixonada? — Eliot perguntou se juntando a nós na caminhada junto com Mayson.

— Estava falando a senhorita Dclair de como ela e o milorde formam um belo casal, que sem dúvida estão muito apaixonados. — A viscondessa falou com um sorriso quando seu marido se colocou ao lado dela.

Mayson me destinou um olhar orgulhoso e eu fui obrigada a desviar. Tinha quase certeza que estava vermelha como um tomate.

***

— Você quer entrar? — Perguntei quando chegamos a entrada principal da casa Dclair.

— Gostaria, mas disse que voltaria a tempo de praticar montaria com Enéias.

— Ah, certo — concordei um pouco desapontada — diga a Enéias que estou com saudades.

— Eu direi, gostei muito de passar a manhã com você — Mayson disse segurando minha mão e depositando um beijo delicado nela.

Meu coração acelerou pela proximidade.

— Eu também gostei, foi uma manhã agradável — falei me sentindo mais calma quando ele se afastou — espero que se repita — acrescentei um pouco espantada com minha sinceridade.

— É o que espero também — Mayson afirmou com um sorriso gentil, se aproximou mais um pouco e me deu um beijo casto na fronte — nos vemos amanhã, Juliete — sussurrou antes de se afastar e seguir seu caminho.

Suspirei tentando me acalmar. Não era nada sensato que toda vez que ele se aproximasse eu sentisse esse reboliço no meu coração. Na verdade, era bem ridículo! Ridículo, Freya. Afinal eu não estava aqui para viver um amor impossível. Isso acontecia em livros, só em livros. Eu estava aqui para passar e aproveitar todo o tempo com Ethan, e era isso que iria fazer. Pensei subindo as pequenas escadas adentrando na casa e seguindo para o escritório de Ethan.

— Irmão — falei entrando, Ethan estava sentando a mesa com toda a concentração voltada para alguns documentos.

— Ju, não a vi chegar — ele me fitou com um sorriso.

— Estava tão concentrado — murmurei me aproximando — não quis interromper, só achei que você iria querer fazer algo, um piquenique, talvez.

Ethan abriu um sorriso bastante satisfeito.

— Uma ideia esplendida sem dúvida — ele levantou com a alegria de uma criança — você informou a tia Sophia? Talvez ela queira ir conosco.

— Não, eu pensei que poderíamos ir só nós dois...

— Como nos velhos tempos? — os olhos dele me fitaram com um brilho diferente.

— Como nos velhos tempos — afirmei com um sorrisinho.

***

— Tardes como está me fazem lembrar dos piqueniques que fazíamos quando éramos criança — Ethan falou depois de alguns minutos sentindo a brisa suave em nossos rostos.

Estava um lindo dia, umas das raras tardes que não chovia e Canterbury embora ainda estivesse um pouco nublado. O jardim da propriedade Dclair era muito grande, a relva verde e as flores encantadoramente espalhavam seu perfume pelo ambiente. O sol já começava a se por, estava uma bela vista. Concluí enquanto Ethan espalhava a grande manta para nos sentarmos.

— Você lembra quando éramos crianças? Como mamãe e papai adoravam fazer isso conosco?

— Ah... Não, não lembro — disse mais uma vez tentando ser sincera, era em raros momentos como esse que queria contar a ele que eu não era Juliete, não era a irmã dele, mas o amava como se fosse.

Ethan suspirou com satisfação.

— Você era muito pequena, é de se esperar. Eles adoravam nos levar para passear pela tarde. — Murmurou fitando o céu com uma expressão triste.

— Sente muito a falta deles, não sente? — perguntei baixinho fitando a mesma nuvem que ele.

— Sim, muita. Mas eu tenho você, enquanto tivermos um ao outro, estaremos bem.

Sorri um pouco. Juliete sem dúvida sempre estaria bem, com você ao lado dela.

- Ethan... – Me virei para olhá-lo – você me ama?

Ethan sorriu alto.

- Que pergunta é essa assim do nada?

Dei de ombros.

- Quero ouvi-lo dizer.

Ethan se iluminou, com o amplo sorriso deixando seus olhos azuis ainda mais calorosos.

- É claro que eu te amo. – Ele me fitou atentamente – se você pegasse todas as palavras do mundo nem assim conseguiria descrever o quanto eu te amo. E se pudesse juntar todas essas palavras, ainda não descreveria o que eu sinto por você, o que eu sinto por você é mais do que tudo. Eu te amo mais do que tudo.

- Isso foi muito bonito. – Falei com os olhos cheios de lágrimas.

- Obrigada. Eu li em algum livro um dia desse.

Sorri.

Eles se pareciam tanto.



***

— Ah, os famosos piqueniques — Juliete comentou enquanto penteava os cabelos se fitando na penteadeira. — Ethan sempre amou fazer esse tipo de coisa.

— Eu percebi — falei sentando na cama — onde você vai toda produzida? — perguntei dando uma boa analisada nela. Estava com uma blusa preta e uma saia de cintura alta que descia até os joelhos. Linda como sempre, mas era estranho, não lembrava de já ter visto essa roupa.

— Um presentinho que ganhei da Agnes — ela disse respondendo meus pensamentos.

Estava explicado.

— Nós vamos sair hoje, vamos a um jantar beneficiário, entre mães e filhas.

— Ela obrigou você? Sinto muito por isso.

— Oh, não sinta. — Juliete abriu um sorriso — temos saído nos últimos dias e tem sido muito bom, eu estou desfrutando.

Minha boca se abriu em espanto.

— Sendo assim... Divirta-se. — disse por não saber bem o que falar, não achava que alguém poderia se divertir ao lado de Agnes, mas as duas se pareciam em muito, devia ser por isso que se davam tão bem. — Tenho certeza que ela... — meus lábios pararam de se mover assim que percebi que faltava algo, a pulseira que Noah me dera não estava em seu braço, não...

— Eu não perdi — ela disse assim que seguiu meu olhar.

No lugar da pulseira estava um relógio, um espalhafatoso relógio que havia ganhado de Agnes a algum tempo. Nunca tinha usado porque não combinava comigo. Chamava muita atenção, ele só servia para esbanjar o tanto de dinheiro que uma pessoa poderia ter. Um acessório fútil, para pessoas fúteis. Eu não era assim.

— Só não combinava com a roupa por isso tirei a pulseira, mas estar guardada, muita bem guardada, não se preocupe.

— Certo — baixei o tom de voz para um sussurro gelado — você deveria ficar com ele, com o relógio. Combina com você.




 

~~Juliete

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~~Juliete.

Olá, Olá pessoas lindas. :)

Gostaria de me desculpar pelas semanas sem postar, minha vida estava uma bagunça com o começo das aulas e mudança de cidade, mas emfim aí está mais um novo capitulo. Espero que gostem. Beijos.

1818Onde histórias criam vida. Descubra agora