Capitulo 17 Quem, Juliete realmente é?

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Um capitulo adiantado para vocês, amores. Está um pouco tenso no começo, mas teremos uma cena bem linda no final. Espero que gostem. 

~~Nathan

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~~Nathan

Suspirei na tentativa de acalmar meu coração que batia de forma descompassada. Não funcionou, ele ainda estava acelerado, era de se esperar que se passasse isso com meu corpo, já que o que eu iria fazer agora exigiria um grande esforço de mim.

Estávamos eu e a criada pessoal de Juliete na carruagem a caminho da casa de ninguém menos que Nathan, e todas as vezes que pensava nisso, era invadida por uma ansiedade que fazia minhas mãos suarem e me deixava muito, muito desconfortável.

Preciso que me faça um favor... As palavras de Juliete da noite que encontrara Nathan pela primeira vez dançavam em minha mente. Se você o fizer, se deixar bem claro que eu não o amo, então ele desistirá de mim, e seguirá em frente com sua vida.

Não parecia ser a coisa certa a se fazer, mas ela implorara e parecia tão desesperada... A verdade é que eu não havia aceitado fazer isso só porque ela me dera mais três semanas aqui, com Ethan, eu havia gostado disso, mas no final eu só queria retribuí tudo que ela estava fazendo por mim, eu devia isso a Juliete, e embora não concordasse que ela abrisse mão de Nathan para casar com Mayson sabe-se lá porque, eu o faria por ela, acabaria com todas as chances que Nathan achou ter, só esperava que Juliete não se arrependesse, um dia.

— Nós chegamos, senhorita — a criada anunciou e o cocheiro logo em seguida abriu a carruagem me oferecendo a mão e esperando que eu descesse — quer que eu a acompanhe? — ela se ofereceu vendo meu aparente nervosismo.

Meneei a cabeça sem olhar para ela. Eu o estava evitando fazer por vergonha, Juliete havia dito que da única vez que viera a casa de Nathan, ela não a tinha acompanhado, mas era uma criada muito discreta, não fazia perguntas comprometedoras, não comentava com mais ninguém que a irmã de um conde, noiva de um duque estava em lugar de Canterbury onde ela aparentemente não conhecia ninguém, ou ao menos não deveria. Esse não parecia ser uns dos bairros mais nobres de Canterbury. Pensei depois de dá uma boa olhada a minha volta quando coloquei meus pés para fora da carruagem, haviam algumas pessoas pelas ruas, rostos os quais eu nunca tinha visto, elas olhavam curiosa para a carruagem que chamava atenção, tanto pelo brasão como pela beleza, parecia ser a única coisa de belo naquele lugar.

— Não irei me demorar — disse para o cocheiro e segui para a pequena escada. Antes mesmo que eu cogitasse bater à porta foi aberta e um rapaz que parecia ter a minha idade sorriu ao me ver.

— Juliete! Quase não acreditei quando vi que era você — ele falou com um sorriso acolhedor.

Esse devia ser Davis, um dos irmãos de Nathan. Juliete não falou muito sobre ele, na verdade ela não falou quase nada sobre ninguém, foi bem objetiva no que queria que eu fizesse.

— Nathan ficará muito feliz quando a ver — ele continuou esperando que eu entrasse. Quando o fiz um rosto muito parecido com o de Davis nos fitou, mas diferente dele não estava feliz, nem alegre em me ver. — veja quem veio nos visitar, irmã.

Aurora era a última irmã de Nathan, a mais nova, dezessete anos, talvez. Ambos tinham os cabelos em castanho claro, olhos cor avelã que se destacavam diante da palidez que todos pareciam ter em Canterbury, enquanto que Davis era alto, Aurora era pequena, tinha um ar muito delicado, mas eu desconfiei que essa delicadeza era só na aparência pela forma que me fitou, havia desprezo e ódio no seu olhar.

— Uma triste infelicidade, eu imagino — Aurora proferiu com arrogância.

— Aurora... — Davis a repreendeu com o olhar que ela fez questão de ignorar.

— Saia da minha casa! — rosnou com irritação — você não tem nada o que fazer aqui.

— Eu vim falar com o Nathan. — Declarei — e não sairei enquanto não o fizer.

— Já não o fez sofrer o suficiente — ela falou com ódio — meu irmão não precisa de você, retire -se! Imediatamente.

— Já chega, Aurora. — Uma voz grave soou um pouco distante — contenha-se, irmã. — Nathan disse assim que me viu.

— Eu não tenho nada que me conter, essa...

— Aurora! — ele a repreendeu com autoridade de um irmão mais velho — deixe nos sozinho.

Davis foi o primeiro a sair, Aurora o acompanhou, mas antes me soltou um olhar mortal que me deixou com um pouco de medo.

— Juliete... — Nathan se aproximou assim que ficamos sozinhos, imediatamente eu dei alguns passos para trás, embora eu não estivesse de acordo, tinha que fazer isso da forma correta, e iria exigir um grande esforço de mim.

Engolindo um seco eu voltei o olha para seu rosto que parecia angustiado. Agora eu poderia vê-lo com mais nitidez que na outra noite. A única coisa que tinha em comum com os irmãos era a cor dos olhos, que pareciam muito tristes, os cabelos pretos estavam desgrenhados e a barba precisava ser feita, mas apesar de tudo isso podia se notar o quanto ele era bonito, e que realmente amava, quem estava vendo.

— Eu vim — disse tentando soar calma e contida — porque precisamos conversar, uma última vez.

Vamos lá, faça isso... Repeti em minha mente.

Elevei o olhar até ele com arrogância.

— Você não pode vim falar comigo todas as vezes que me ver em um baile, não pode nunca mais dirigir a palavra a mim, entendeu bem?

Nathan se retraiu, e eu soube no mesmo instante que o havia ferido.

Me desculpe.

— Achei que havia deixado isso bem claro quando falei que não deveríamos nos ver mais — disse com a voz terrivelmente controlada e fria.

— Juliete — ele falou com um suspiro passando a mão pelos cabelos — como você acha que me sinto todas as vezes que vejo você com o Graien, ou todas as vezes que alguém menciona esse maldito casamento? Acha que é fácil para mim? — sua voz se elevou um pouco assustando me — fizemos planos, você terminaria o noivado e ficaria comigo, mas terminou tudo comigo e nem ao menos me deu uma desculpa plausível...

Nathan suspirou tentando se acalmar.

— Estive os últimos três meses procurando você em todos os bailes em Caterbury e quando finalmente a encontro você foge de mim...

Eu fitei o chão tentando me controlar, não poderia demostrar a pena que estava sentindo dele nesse momento.

— Eu a amo — ele declarou frustrado e cansado — a amo e não suporto vê-la nos braços de outro.

Fiquei perplexa ao constatar o quanto isso o magoava. Por um instante fez-se um silencio terrivelmente desagradável.

Diga a ele, use exatamente essas palavras que estou falando... A voz de Juliete dançava em minha mente.

— Você acha mesmo que isso iria funcionar? — perguntei com a voz baixa — olhe ao seu redor, eu nunca me adequaria a esse lugar...

Juliete tem certeza que quer que eu diga isso?

Sim, será mais fácil para Nathan me esquecer se ele me odiar...

— Você nunca poderia me dar o que eu estou acostumada, o que Mayson irar me dar...

Eu serei uma duquesa, e o que eu poderia ser ao seu lado...

Juliete...

— Eu serei uma duquesa, a duquesa de Graien, e o que eu poderia ser ao seu lado?

Os cantos da boca de Nathan se enrijeceram, não parecia zangado, só triste e desapontado.

— Não posso... Não posso acreditar que todas as juras de amor feita por você era fingimento.

Se depois de tudo isso ele não acreditar diga que...

— Foi uma diversão, uma aventura, agora eu não preciso mais de você.

Nathan ficou em silencio por alguns segundo depois disse:

— Me recuso a acreditar, sei que o que você sente por mim é real, irei mostrar — ele acabou com o espaço que tinha entre nós dois e de forma surpreendentemente rápida me agarrou pela cintura.

Aquilo me assustou.

— Não toque em mim! — bradei com fúria me libertando de seus braços — nunca, jamais ponha as suas mãos em mim.

— Eu... Desculpe, não foi minha intenção — ele disse mostrando arrependimento por ter feito o que fez.

Ergui a vista com um suspiro.

— Existem poucas pessoas nesse mundo pelas quais eu daria a vida, tudo o que tenho e até mais, você não é uma delas — disse disparando pela porta querendo saí dali o mais rápido possível.

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