O Encanto da Sereia (Completo)

Sete - O reino de Andrews

Serena me acordou para olhar o nascer do sol na varanda. Sempre amei o pôr do sol quando visto da Terra, mas do fundo do mar, nunca havia pensado em ver. E confesso que foi a coisa mais bela que já vi na minha vida. As águas começam a clarear e a mudar de cor, e consegui até ver um arco-íris. Depois do show de luzes, o oceano se torna de um azul claro que eu nunca havia visto.

Depois de ver o espetáculo do mar, já era hora de dar início ao meu plano. Me preparei para ir ao castelo quando Serena me chamou.

_A vida no castelo pode parecer ser muito bonita e confortável, mas com o tempo, você vai percebendo que existem muitos riscos envoltos dessa beleza. – Diz Serena, com uma expressão muito séria, o que me deixou confusa.

_O que você quer dizer com isso?

_A realeza é envolta de ganância. Você é a sereia mais bela que eu já vi na minha vida. E olha que eu conheço sereias belíssimas. Então, eles vão querer, e vão pedir, para ter você ao lado.

_Ainda não estou te entendendo.

_Um tritão da realeza que tem uma bela sereia como você, que também é da realeza, é considerado um homem de alto nível. E como eu já disse, a realeza é envolta da ganância. Eles vão querer você, vão pagar muito por você, mas você precisa me prometer que não vai aceitar.

_Eu te prometo. Não vou aceitar nada. E você precisa me prometer que não vai me deixar sozinha. Toda noite vou vir visitar você.

_Eu prometo. Agora você precisa ir. Com certeza ele vai deixar você morar lá. Te espero amanhã a noite, pois provavelmente vai ser difícil de você vir hoje. Adeus minha amiga, minha prima, minha irmã.

_Adeus. Não vou me esquecer de você nem da sua mãe. Vou cumprir o que nasci para cumprir.

Dou um ultimo abraço em Serena e prometo a ela que iria voltar no dia seguinte.

Sigo nadando pela praça principal e vejo muitos olhares invejosos de sereias e olhares diferentes de tritões. Sinto-me diferente por isso, pois em todos os olhares, percebo que eles notam que tenho sangue da realeza em mim.

Chego em frente ao castelo que brilha em azul e prata. Quando chego aos portões, os guardas os abrem imediatamente, como se me esperassem ali. Não acho estranho, pois esse detalhe só me ajudará no meu plano.

Chego em frente aos grandes portões do palácio e eles se abrem ao me ver. No final do grande salão de bailes, dois grandes tronos estão dispostos para o salão. No trono à direita, estava assentado o rei Tritão com sua grande coroa brilhando com as mesmas cores dos meus cabelos.

Ele olha para mim e vejo que não esta surpreso em me ver. Ele estala os dedos e dois guardas trazem para trás de mim um grande assento, mas quando olho para trás, vejo que é como um trono em tamanho menor. Sento-me o mais natural possível e espero o rei ter a primeira iniciativa de conversa.

Depois de um longo tempo nos encarando, perdi as esperanças de que ele fosse falar alguma coisa, então comecei a me preparar para agir, quando ele se levanta e começa a vir em minha direção.

_Então, ao que me deve a honra da sua presença? – Diz, em tom galanteador.

_Não seja tão formal, vovô. Vim aqui com um pedido de trégua.

_E por que me chama de avô? Não foi você mesma que me disse que eu nunca seria seu avô?

_Pensei bem a respeito, e decidi que você não tem culpa de nada. Então, vim lhe fazer um pedido.