Dezesseis - Quem sabe uma bruxa possa ajudar

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Quando abro os olhos, me encontro de frente para o teto da casa. Me assusto e quase caio, mas consigo me controlar antes de chegar perto do chão. Olho para Serena e Stevan, e os encontro olhando para mim assustados. Fico de pé, ainda flutuando, e vou em direção aos dois. Stevan me olha com um sorriso e me abraça, enquanto Serena procura um relógio pela casa, quando encontra, nos grita as horas e eu percebo que demorei mais do que achava para fazer o feitiço. Uma hora, para poder tentar flutuar. Para mim, tinham se passado apenas alguns minutos.

Saímos de casa, com Stevan com um braço em minha cintura e Serena segurando uma das minhas mãos. Comecei a leva-los para cima, cada vez mais rápido, até atravessarmos a borda do oceano e subir para superfície. Sinto mais uma vez o aroma da cidade e o vento pulsante de Paris em meu rosto e afundamos de novo nas águas. Nós três nadamos um ao lado do outro, olhando para acidade abaixo de nós. Serena ri como uma criança e vai dando várias voltas acima da cidade. Ela nada com muita velocidade e acaba soltando minha mão e começa a cair. Me desespero e tento nadar até ela, mas nem minhas costas, nem Stevan e nem o feitiço me deixam afundar.

Serena para, um pouco antes de cair em cima do telhado de uma casa e começa a nadar em nossa direção.

_Por que você fez isso? Quase me matou. – Digo, olhando para ela com reprovação.

_Você parece minha mãe falando assim. – Começamos a rir. – Eu tive que fazer isso para saber onde está à casa de Carolina. Se eu não caísse, nunca saberia. Então, acha que consegue nadar até lá?

_Só se vocês me segurarem, pois o feitiço não me permite afundar.

_Ótimo. Stevan, você segura ela de um lado e eu a seguro do outro.

Stevan concorda com a cabeça e vem para o meu lado, colocando uma mão na minha cintura, enquanto Serena faz o mesmo.

Eles me carregam até a pequena casa e atravessamos o portão. Serena e eu entramos no pátio, mas Stevan não passou pelo portão, ficou parado do lado de fora.

_Venha Stevan. – Sussurro, para que ninguém nos ouça.

_Não quero, vou voltar para casa.

_Tudo bem. Mas quando eu chegar nós vamos conversar. – Digo com autoridade forçada. Ele da um sorriso, e eu devolvo.

Ele se vira e nada para o centro da cidade. Serena me carrega para dentro da pequena casa, que como sempre, se transforma em um castelo. Chegamos a grande sala de treinamento, e encontramos Carolina sentada em seu trono.

Ela nos vê, e se levanta. Começa andar em nossa direção, e quando chega, me da um abraço forte e um olhar de raiva para Serena. Ela passa um braço pelos meus ombros e me carrega até o centro da sala.

_Então, o que quer aprender? – Ela me pergunta, olhando o grande salão.

_Um feitiço de cura. – Respondo.

_Mas que tipo de cura?

_Ossos quebrados.

_E como você conseguiu ter ossos quebrados?

_Um pequeno incidente no castelo. Nada de mais.

_Fácil. Repita comigo: Curius instant, e coloque as duas mãos nos ossos. – Faço o que ela manda, e depois de alguns longos minutos, sinto minhas costas revigoradas.

Retiro o feitiço que me faz flutuar e alongo minhas costas. Me sinto como se fosse nova.

_Sinto muito, mas hoje não vou poder atendê-las com mais um feitiço. Tenho coisas para fazer, e logo já vou. Tudo bem para você Serena?

O Encanto da Sereia (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora