Alice e o Chapeleiro (Em Revisão)

O vôo e o Lago

Alice estava tão feliz voando com Guilhermo de mãos dadas, que acabava voando alto sem querer e ele tinha que puxá-la para baixo com frequência.

- Você quer congelar?

- Você me aquece de novo. - Ela respondeu voando até ele e o beijando.

Guilhermo sorriu de lado.

- Interessante. Sim, vamos voar mais alto.

Ela gargalhou e ao passar sozinha por um grande pico rochoso, ficou presa em uma rede.
Alice se debateu soltando gritinhos mas a rede não lhe permitia se soltar.

- Guilhermo! - Ela exclamou olhando para baixo e vendo o quão alto estava.

Guilhermo passou por ela fugindo de um ser com asas e corpo de fogo. O mesmo que o atacou uma vez.

- Alice! Eu vou lhe salvar!

Mas Guilhermo levou um golpe sendo lançado em outra rocha.

- GUILHERMO! ORDENO QUE SE CURE!

Ela exclamou e Guilhermo que caía, voltou a voar.

- ORDENO QUE AS REDES SE SOLTEM!

- ORDEM DESFEITA! - A voz da Rainha Vermelha ecoou no céu e finalmente Alice a viu.

Ela vinha montada em seu dragão vermelho e lançava um olhar de ódio à Alice.

- Já chega de mandar e desmandar no meu mundo! Você vai morrer, garota repugnante!

Guilhermo acertou o ser de fogo com sua espada mas não surtiu efeito. O dragão vermelho, o mesmo que ele enfiou sua espada antes, estava vivo.No fundo ele sempre soube que esse dragão, assim como o de sua mãe, se regenerava de qualquer corte.
Ele olhou com medo para a Rainha Vermelha que sorriu para ele.

- O passarinho fujão quer voltar para a gaiola? Bem, aqui está a sua gaiola.

O dragão abriu sua boca lançando fogo em Guilhermo, que desviou indo até Alice e cortando a rede que a prendia.
Ela voou para baixo depressa e procurou por ele que usava sua espada contra as garras do dragão que o perseguia.

- Para o lago! - ele exclamou e Alice procurou pelo lago, o encontrando mais à frente. - Vai!

- Não sem você! - Ela olhava para trás em pânico, e Guilhermo grunhiu ao sentir as costas queimarem com o fogo. Sua asa esquerda estava queimando. - Ordeno que...

Mas Alice caiu no lago sentindo o impacto do frio cortante, e seus olhos se fecharam.

Arrastada.
Alice se sentiu sendo arrastada para fora de um lugar gelado e frio, que logo descobriu ser o lago.
Ela gemeu de dor e olhou para cima.
O Chapeleiro a puxava e caiu ao lado dela com os olhos cheios de preocupação.

- Minha Vida, o que houve?

- Onde ele está?

Ela sentou com dificuldade e olhou ao redor.
Não, Guilhermo não estava lá.

- Eu preciso voltar. - Alice choramingou se levantando trêmula. - Ordeno que as minhas asas se refaçam.

As asas de Alice se refizeram mas elas eram fracas e doloridas. Ela soluçou não conseguindo voar, as penas caíam pela neve e o Chapeleiro a segurou antes que ela caísse.

- Você está muito fraca. Não sei o que houve mas, você não conseguirá grandes feitos sem antes descansar.

- Guilhermo foi capturado pela Rainha Vermelha. - Ela se contorceu em agonia. - Se ele morrer...

O Chapeleiro sentiu seu coração partir mais uma vez ao ver o quanto Alice amava Guilhermo, mas também porque não conseguia suportar vê-la sofrendo.

- Nós vamos encontrá-lo, eu prometo. Venha, a Rainha Branca saberá o que fazer.

Guilhermo foi jogado nas masmorras do castelo vermelho e ele tentou correr antes que a porta se fechasse, mas não conseguiu chegar à tempo.

- Por que ela não me mata de uma vez?!

- Nós vamos pescar uma Alice. - Uma carta respondeu e fechou a janelinha da porta, o deixando transtornado.

A Rainha Vermelha surgiu em sua varanda sorridente e um grande grupo de cartas e criaturas se aglomerou para ouvi-la.

- OUÇAM TODOS E REPASSEM A MINHA MENSAGEM POR TODO O PAÍS DAS MARAVILHAS! A PASSAGEM DA ESCURIDÃO SE APROXIMA E NELA TEREMOS UMA GRANDE FESTA! PREPAREM-SE PARA VER A CABEÇA DAQUELE QUE LHES METEU MEDO, ROLAR PELO CHÃO! GUILHERMO DO CASTELO DE GELO SERÁ DESTRUÍDO!

Todos exclamaram em euforia e correram para todos os lados contando a notícia.

Quando Alice se recuperou,  sentada na mesa de chá da Rainha, ela olhou no fundo dos olhos da mulher chorosa à sua frente.

- Me diga o que fazer e eu farei sem pensar duas vezes.

Bianca soluçou num choro frio e sobressaltou ao ouvir a porta se abrir com um estrondo. O Chapeleiro entrou acompanhado de Maise.

- Temos más notícias. - Ele disse com o rosto contorcido de angonia. - Haverá uma festa na próxima passagem da escuridão. Arracarão sua cabeça.

- Não! - Alice exclamou e derrubou a xícara no chão. A Rainha se levantou depressa mas suas pernas cederam e ela foi ao chão também. - Me diga o que fazer! - Alice foi até ela desesperada. - Por favor! Eu sei que podemos fazer alguma coisa!

- Sim... - Bianca conseguiu falar e olhou para ela pálida. - Há uma esperança para ele, mas haverá também uma dor sem fim. Ele terá que aceitar, é para o seu próprio bem. - Alice franziu o cenho e Bianca se agarrou à ela. - Seja a soberana deste mundo, derrube-a de seu trono e salve a vida do meu filho.
Case-se com o Chapeleiro.