Sem ter pra onde ir e com medo da rejeição dos pais por estar grávida de um homem casado, Luna acabou voltando pra rua onde mal tinha o que comer e onde dormir. Foram semanas jogada ao relento sem que ninguém a estendesse a mão.
Até que Jeff apareceu em sua vida.
Filho de costureira e de dono de boticario ele sempre frequentava a casa de dona Mary Ann mas por saber que Luna era a garota de Antony, nunca ousou chegar perto dela, mesmo que sempre ficasse sozinho.
Jeff não negava os belos traços da moça, mas mesmo assim ainda se sentia preso ao seu verdadeiro ser.
Ele a encontrou suja, sentada em uma calçada encolhida de frio. Era uma das noites mais frias daquele ano e ela estava apenas com um cobertor e suas vestes.
Jeff se abaixou e olhou de perto o rosto da moça- Luna?
Ela quase sem forças para levantar se quer seu rosto, olho para cima como quem clama por misericórdia divina
- Eu mesma - Disse Luna tão baixinho que quase não se escutou
- Meu Deus! Moça, o que faz jogada ao vento nessa noite tão fria?
- Não tenho para onde ir, Madame Mary Ann me jogou na rua- Me lembro que costurava, e muito bem! Venha, vou te levar pra casa e lá você terá comida e um banho.
Luna normalmente não aceitaria ajuda, era orgulhosa demais mas nesse momento ela sabia que estando ali poderia acabar morrendo ou perdendo seu bebê. Jeff a levantou e com muita dificuldade conseguiu leva-la para casa, quando chegou sua mãe indagou
- Jeff Watson o que é isso?
- Mamãe, essa é Luna. Ela estava na rua, no frio e sente fome, muita fome. Pensei em ajudarmos a moça nessa noite pelo menos
A mãe de Jeff se chamava Rose, uma senhora de 50 e poucos anos baixinha e rechonchuda, o cabelo era quase todo branco e a pele já começava dar sinais de tanto tempo de trabalho, costureira desde os 8 anos, Rose trabalhara muito pra conquistar tudo o que tinha hoje e se havia algo que ela praticara desde que conseguiu seu primeiro dinheiro foi praticar a compaixão.
- Oh meu deus! O que houve com você mocinha? - Disse Rose passando a mão no rosto de Luna
- Mamãe, te contarei daqui uns minutos, pode dar banho nela?- Claro, vou encher a banheira agora mesmo.
Rosa deu banho em Luna e não pode deixar de reparar em sua barriga, afinal Luna já estava grávida ha dois meses.
Desceram as escadas e foi servido o jantar, Luna há muito tempo que não comida algo, chorou quando colocou a primeira colher de sopa em sua boca
- Muito obrigada Sra Rose, eu nunca comi algo tão bom em minha vida- Ora minha criança, não diga bobagens. É só uma sopa de legumes, nada mais que isso
A verdade era que Luna mal lembrava da última vez que havia comido. Sentiu sua barriga ficar quentinha, era quase como um aviso do bebe dizendo estar bem.
Dois meses se passaram e Luna parecia estar grávida de oito meses embora fosse apenas quatro. A barriga era enorme e cada dia que passa, Sra Rose se apegava mais e mais no bebê que nem nome tinha ainda.
- Um dia terei de ir embora, Sra Rose
- Você sempre dizendo bobagens não é mesmo?- Mas a senhora sabe que não posso ficar aqui pra sempre
- Não pode ir embora com uma criança no colo, ficará aqui até que possa arrumar um lugar melhor que este para vocês dois, caso contrário não sairá daqui e você não precisa se mudar pois aqui é o seu lar
- Mas e o que vão falar? Uma jovem grávida na casa de uma família de respeito.. e bem.. a senhora sabe do meu passado, sabe que nunca conseguirei algo melhor porque para ter algo melhor eu deveria me casar. Ninguém se casa com uma dançarina de cabaré grávida.
- De fato isso é verdade mocinha, mas vamos dar um jeito. Eu sempre dou jeito em tudo, agora vamos voltar a costurar.Rose estava tão apegada a menina que não queria que a mesma fosse embora, sentia por ela um carinho enorme, Luna se tornou sua filha, sua linda filha que jamais tivera.
Foi quando teve a grande ideia.
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Nada é o que parece.
Mystery / ThrillerEster sempre teve uma vida regada de luxo e maravilhas, mas quando seu pai começa a trair sua mãe e acaba tendo outro filho com a amante deixando tudo o que tinha para ela antes de sua morte, Ester tem sua vida totalmente mudada. O que será da pobre...