Nada é o que parece.

Capítulo 2.3

Luna e Antony já estavam se encontrando fazia um mês, todos os dias ela ia até uma casa alugada por ele para que pudessem ficar juntos. 
- Você precisa largar Jeff logo
- Você não entenderia meu amor, não é tão simples se separar de alguém assim, ele não irá aceitar facilmente e terei de dar um bom motivo
- Então vamos fugir
- Você está louco? Você tem seus negócios aqui, tem sua filha e ainda é casado com Caterine
- Caterine e eu não vivemos como marido e mulher tem muito tempo, desde que conheci você não consigo estar com ela, acabei pegando repulsa dela
- Tony, não funciona assim, para todos vocês ainda estão casados, inclusive na igreja
-Mera formalidade, não nos relacionamos tem alguns meses, você não faz ideia de como me sinto com ela, não acredito em quem ela se tornou. Quando nos casamos ela era doce, sensível, não parecia em nada como é hoje, mas ela mudou e se tornou alguém repulsivo, mesquinha, egoísta, sem um pingo de compaixão até mesmo pela filha. Graças a Deus não tivemos outro filho.
- Mas não importa, Antony. Vocês ainda são casados. 

Naquele mesmo dia Antony foi até seu advogado e pediu que entrasse com o divórcio. 

- Onde você vai com essas malas, Antony
- Vou sair dessa casa, Caterine
- Você vai o quê? 
- Exatamente o que você ouviu, sair dessa casa
- Vai deixar sua mulher e filha para trás?
- Não, vou deixar minha futura ex-mulher, minha filha se quiser pode vir comigo
- Eu não estou acreditando, ex? Vai me largar? É isso? Depois de todos esse anos juntos
- Caterine, eu não sei qual é o seu problema. Todos já sabem que tenho outra mulher e que não amo você tem muito tempo.
Caterine surtou quando ouviu Antony, jogou um vaso em sua direção e por pouco não o acertou
- Você está louca! Cada vez mais louca - Gritou Antony
- Você vai me pagar, Antony.  Vai me pagar por tudo o que eu passo por sua causa, por todos esses anos me traindo naquele prostíbulo maldito, eu amaldiçoo seu filho, sua vida e você.
 Nesse momento, Antony perdeu o controle e deu um tapa no rosto de Caterine
- Você me bateu seu desgraçado, você vai me pagar muito caro. 

Antony saiu da casa atordoado, não achava certo ter batido em Caterine mas ela simplesmente o tirou do sério quando falou absurdos sobre seu filho.  Sabia que ela ficaria bem, afinal ela sempre ficava bem.
Tomou uma decisão, sabia que o que sua mulher queria era apenas o seu dinheiro. Sentou-se em sua escrivaninha próximo a janela, estava uma noite quente, a brisa entrava no cômodo e fazia os cabelos ralos de Antony balançarem, ele nunca havia reparado em como era gostosa aquela sensação. Então ligou para seu advogado
-  Adam tenho um pedido a lhe fazer
- Pode dizer, Tony
- Quero mudar meu testamento.

- Como assim você e o papai vão se separar?
- Isso mesmo, Ester, seu pai está me traindo há muito tempo e tem agora uma família nova. A amante dele está grávida, ele vai nos abandonar
- Não mamãe, ele não fez isso. Não há amante alguma, nem bebê... me diz que é mentira
- Gostaria muito minha filha, mas não há o que dizer, seu pai está se mudando para uma nova casa onde viverá com a sua amante e seu filho
- Ele não pode nos abandonar, não pode!
- Mas vai, aliás, já abandonou. Seu pai saiu hoje de casa com suas malas
- E nós duas? Como ficaremos?
- Vamos embora também, minha querida. Vou vender a casa e iremos embora juntas para algum lugar bem longe dele e de sua nova família, você ainda terá direito ao seu dinheiro e eu também por ter sido casada tantos anos com ele.

Na manhã seguinte Ester estava em seu quarto quando a empregada entrou em seu quarto
- Ester, posso falar com você?
- Pode sim, do que se trata?
- Há alguns policiais lá embaixo, querem falar com sua mãe mas ela saiu um pouco mais cedo, estão sérios, não sei do que se trata mas imagino ser alguma coisa muito importante, poderia ir até la?
- Ah, claro que sim. Talvez seja sobre o acidente semana passada, bati o carro em uma árvore e parece que matei algum animal, pode ser que tenha dado algum problema. Já vou lá.
Se arrumou e desceu as escadas, lá estavam os policiais Paul e Richard. Os dois eram altos e muito fortes, Ester olhou para Richard e percebeu os olhos maravilhosamente azuis dele fixados em seu decote.

- Bom dia, posso ajudar?
- Bom dia Senhorita Ester, eu sou Paul e esse é meu colega Richard, fomos enviados para lhes informar o ocorrido com seu pai
- Meu pai? Como assim? O que houve com ele?
- Foi encontrado morto esta manhã na casa em que alugou faz um mês
- Como assim? - Disse Ester se sentando no sofá, estava pálida e prestes a desmaiar
- Não foi descoberta a causa ainda, mas acreditamos em suicídio, não há rastros de violência ou brigas na casa, está tudo como deveria estar e ele não está machucado
- Não posso acreditar, não consigo imaginar tal situação, papai jamais se mataria
- Nós gostaríamos  de acreditar nisso, Senhorita Ester, mas por hora é o que temos...apenas um palpite.

Os policiais foram embora e Ester subiu as escadas, entrou em seu banheiro, encheu a banheira e tirou suas vestes, foi o banho mais longo de sua vida, não sabia se o que escorria em seu rosto era água da torneira da banheira ou lágrimas pela morte de seu pai.