Capítulo 3.3

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Com os olhos brilhando feito duas pedras preciosas ele a olhava como um animal olha sua presa, tomando cuidado para não ser descoberto.

Clauss Hetfield, filho do conde Tenor Hetfield, um dos homens mais ricos que já se ouviu falar, construiu a fortuna escravizando outros seres humanos em sua fábrica de jóias, um homem grosseiro, daqueles que dá asco só de chegar perto, para ele o que realmente importava nessa vida era apenas o dinheiro.
Clauss lembrava o pai em alguns aspectos fisionômicos, tinha os mesmos olhos verdes e cabelo tão preto quanto um carvão, mas diferente do pai, ele tinha quase 1,90 de altura, era forte e tinha um sorriso bonito.

Dizem que as gerações se aprimoram, mas vejam só, nenhum fruto cai muito longe de sua árvore.
Clauss foi casado com Germania Sanchéz, uma top model mexicana que era apaixonada por ele, infelizmente ela sumiu sem mais nem menos, nunca mais deu notícias pra ninguém, inclusive ele.

O contato visual dos dois foi fulminante, nenhum deles conseguiu explicar o que houve mas ambos sentiram a eletricidade correr pelos seus corpos, ele a achou incrivelmente linda, ela o achou atraente, mas estava se contendo, era seu primeiro baile depois de muitos anos vivendo na escuridão, queria apenas desfrutar da noite sozinha então foi para o segundo andar ficar na janela observando as estrelas enquanto tomava champanhe, infelizmente Clauss não desistiria fácil de conhece-la.

Subiu as escadas e a viu sentada na sacada do quarto, os cabelos ao vento e o perfume doce que deixou Clauss mais interessado ainda. 

- O que faz aqui?
- Te vi subir e não pude me conter, tentei me aproximar de você a noite toda 
- Porém acho que não percebeu que não estou interessada, não é?

- Ora, não precisa ser mal educada, eu só quero conhecer você
- Como se eu fosse uma menina boba que não soubesse o que homens como você buscam comigo
- Não vou lhe responder. Meu nome é Clauss, você é ..?
- Ester, pronto, já nos conhecemos
- Você realmente parece ser daquelas pessoas difíceis de lidar, seus pais estão aqui? vou conversar com eles sobre educação

- Não, eles estão mortos, mas fique a vontade para encontrar um médium e se comunicar com eles
- Me perdoe, não quis ofender e nem ser tão desprezível, com quem está aqui hoje?

- Tudo bem, não ofendeu. Estou com meu tio Philip
- Ah! Philip Ruppert?
- Sim
- Conheço seu tio, já nos encontramos em algumas festas como essa no passado, tem quantos anos, Ester?

-Vinte e um, por que tantas perguntas sobre mim?
- Ora, só estou tentando te conhecer, acho que você é a pessoa mais próxima da minha idade por aqui

- Ah! você acha? é visivelmente mais velho que eu
- Você que pensa, tenho apenas 39 anos minha querida
- E ainda diz que sou próxima da sua idade? Eu preciso de mais bebida, com licença
Ester desceu as escadas novamente e pediu ao garçom mais champanhe, sentou-se novamente ao lado do piano e ficou lá por alguns minutos, quando viu em sua frente Clauss passando de mãos entrelaçadas com uma jovem que parecia ter seus 25 anos, ficou furiosa imaginando que ele fosse casado e que estivesse sendo muito canalha ao dar em cima dela, mas ao mesmo tempo sentiu ciúme e inveja, ela havia gostado dele.

No caminho pra casa a menina não abriu a boca pra dizer uma só palavra que fosse. Quando chegou, subiu pro quarto e lá ficou em sua cama, com vestido de festa, jóias e maquiagem:
-Ester, está tudo bem?
- Sim titio
- Por que não conversou comigo durante todo o trajeto?
- Só estou chateada, amanhã conversamos, ok?

- Tudo bem, durma com Deus meu amor
- Você também titio
- Nunca vou entender os jovens, nunca - Dizia Philip para si mesmo enquanto ia ao seu quarto

Philip deitou em sua cama e deixou alguns pensamentos virem a tona, lembranças que ele não gostaria que voltassem vieram em sua mente como um trem desgovernado e ele começou a chorar.

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- Nós não podemos manter este caso por mais tempo meu amor, você terá de contar ao seu marido, ele precisa saber, largue dele e fiquemos juntos de vez
- Você acha que largaria Antony, você realmente acha que eu o largaria?
- Não faz sentido você ficar com alguém sendo que não o ama, Caterine
- Eu amo Tony, amo mesmo

- Mas e quanto a mim? Estamos juntos a tanto tempo, acho que não me lembro de um dia que não tenha pensado em você desde que casou com meu irmão

- Você é, sempre foi e sempre será somente diversão, Philip! Eu não posso e nem quero estar casada com você, olhe só pra você, é um sem vergonha que sai toda noite em busca de alguma mulher sem pudor para te satisfazer, sou mais que isso

- Você me tem apenas como seu brinquedo, é isso?
- Pense assim querido, você é o meu escape do mundo tedioso em que vivo com Antony.
- Você não passa de uma vagabunda, Caterine
- Me chame do que quiser, mas não sou eu quem está rastejando aos seus pés.


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-Oh! Cat, se soubesse o quanto eu amava você, o quanto a queria comigo, não queria que tivesse me deixado e nem deixado sua filha, poderíamos ter vivido tanto tempo juntos, tão felizes, cuidarei sua filha como se fosse minha, eu a amo. Que Deus nos perdoe pelo o que fizemos meu amor, que tenha piedade de sua alma e a receba de braços abertos quando terminar de pagar pelos seus pecados  - Dizia Philip enquanto chorava deitado em sua cama.


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