Capítulo 3.0 - Uma nova vida.

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Depois de perder os pais e toda sua herança, Ester descobriu que o fundo do poço  realmente existia. A menina estava só, nem mesmo os empregados da casa quiseram ficar, mas também como poderiam? eles não receberiam um centavo que fosse pelo seu trabalho pois ela havia ficado sem nada. 
Mas mesmo se o destino é um túnel, sempre haverá uma luz no final. 

Philip era irmão mais velho de Antony, embora os dois não fossem muito chegados pois Philip sempre fora grosseiro e bruto enquanto Antony era calmo e doce. Com 1,85 de altura, Philip se encaixava perfeitamente na descrição de "Bonito mas ordinário" tinha os cabelos um pouco grisalhos e olhos verdes que chegavam a cegar quem os olhasse, o corpo malhado não deixava ele aparentar a idade que tinha, aos 50 anos ele era mais atraente que muito menino de 20 e poucos. Não sendo só a beleza, Philip ainda era milionário, havia construído ao longo dos anos um império no ramo da medicina, dono de uma empresa de fármacos ele conseguia juntar mais dinheiro em um mês do que um país todo em um ano. Havia deixado a carreira de médico ha dois ou três anos, pois ele gostava mesmo era de ganhar dinheiro sem trabalhar e com seu negócio crescendo cada vez mais se viu diante da oportunidade para tal sonho. 
Ester poucas vezes o viu em casa e das poucas que foram ela ainda era criança, lembrava que gostava dele, mas que ele cada vez que ia em sua casa estava com uma mulher diferente.
Sendo a última pessoa que Ester conhecia de sua família ainda viva, decidiu ir morar com ele, talvez ele ainda lembrasse da menina. 
Pegou carona com um viajante na estrada e com suas poucas malas se pôs a ir de encontro ao inesperado.
 Três horas depois Ester estava na casa de seu tio, era incrivelmente suntuosa, nem mesmo a casa dela era tão grande e bonita como a de Philip. O jardim na frente era enorme, tinha pelo menos cinco quilômetros de grama, árvores e arbustos antes de chegar na casa, quando se chegava nela, a porta da frente era grande também, assim como tudo naquela casa, de madeira envelhecida e com maçanetas de ouro era a porta mais bonita que Ester ja havia visto
- Meu Deus, pra quê uma maçaneta de ouro, é só pra por a mão, esse titio é meio louco - Pensou Ester antes de bater na porta.
TOC TOC 
TOC TOC

Ninguém atendia a menina, que pensou então em ir embora.
Quando Ester estava virando as costas para a porta ouviu a mesma abrindo e uma doce voz mas ao mesmo tempo ofegante e acelerada dizer 
- Boa tarde, em que posso ajudar?
- Oh! Oi, eu... bem... gostaria de ver meu tio Philip, ele se encontra?
- Tio? Bom, o Sr.Philip se encontra sim, entre que levarei você até ele
Ao entrar na sala Ester viu o interior extremamente detalhado que era a casa. As paredes eram de mármore, por isso a casa era tão gelada, havia uma sala cheia de sofás e com duas lareiras, ela nem imaginava pra que ele usava tantas lareiras, embora achasse que era pelo fato da casa ser praticamente um iglu de tão fria.

Quando olhou para a frente ela viu seu tio. Ela não lembrava em qual momento de sua vida ele havia ficado tão atraente.  A recíproca era verdadeira.
- Ester, minha querida olhe só para você, está uma moça
- Olá Tio Philip, você também cresceu

- Pros lados, né minha querida?

- Que nada, titio, você está mais forte do que antes

- É, aquela barriga de gravidez minha já foi embora

- Você continua engraçado, Titio
- E você continua linda, venha, vamos comer alguma coisa.
Eles foram para o fundo da casa onde havia um quintal enorme com flores e árvores por todo canto, havia também casinhas para pássaros e muito deles voando pelo local, mais adiante havia uma piscina incrível, a água era azul como as praias do Caribe, havia uma cachoeira linda que caía diretamente dentro dela. Se sentaram próximos a piscina em uma mesa de vidro redonda, havia um guarda sol para que os dois não ficassem expostos. 
Dona Gioconda, a empregada mais fiel á Philip trouxe a eles o almoço, eram aspargos temperados com azeite, sal e limão, dois tipos de carnes grelhadas, arroz, batatas fritas e saladas, Philip adorava a simplicidade dos pratos, embora fosse rico e muitas vezes gostasse de mostrar isso, ao comer ele era simples, gostava das refeições que lembravam sua infância quando sua mãe e avó cozinhavam para ele e seu irmão.

- Sinto muito pela sua perda, Ester, não pude ir ao velório pois não me encontrava no país, você saiba que terá todo  o meu apoio e poderá morar aqui até quando desejar, não tenho esposa e nem filhos então ficará com a casa pra você enquanto eu não estiver. Preciso mesmo de companhia de alguém. 

- Obrigada Titio, embora poucas vezes na vida tenhamos nos encontrado quero dizer que sempre gostei muito de você, obrigada por me acolher, você agora é tudo o que eu tenho.


Ester não imaginava o quanto sua vida mudaria daquele dia em diante, mais do que mudou até então. A partir de agora começa uma outra história para ela, mas nem toda luz no fim do túnel é uma luz de salvação.

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