— O que está fazendo aqui? -O homem de olhos azuis pergunta e eu o olho, pela suas vestimentas deveria ser alguém que trabalha aqui. Eu mordo meus lábios e escuto o rugido mais uma vez.
— O que é isso? -Pergunto e pela luz do fogo consigo ver o pesar nos seus olhos azuis, ele segura meu braço com firmeza mas sem me machucar.
— Não devia está aqui a essa hora, Senhora. -Fala e começa a me puxar.
— O que é isso? Na verdade... Quem está fazendo esse barulho? -Pergunto enquanto o deixo me guiar, subindo as escadas e sua respiração pesada invade o ambiente, assim como o rugido, dessa vez mais fraco, mais rouco, talvez essa fera ou seja lá o que for esteja mais cansado. Talvez esteja preso.
— Senhora, deveria estar dormindo. -O homem se desvia da minha pergunta e suspiro.
— Nuha, me chame de Nuha. Agora me diga, o que é isso? -Pergunto e ele para me olhando.
— Não está óbvio que é uma fera?! -Fala impaciente e arqueia as sobrancelhas. Solto um suspiro.
— E o que uma fera faz aqui? Onde está meu marido? -Retorno minhas perguntas e novamente o som de sua respiração pesada e agora mais impaciente soa no ambiente. O homem para de frente ao meu quarto e me olha.
— São perguntas que não cabem a mim responder, Nuha. Agora descanse. -Fala abrindo a porta de meu quarto e eu suspiro frustrada entrando. Ele fecha a porta e caminho até minha cama me deitando e sem ter muito sono, eu mantenho meus olhos abertos observando a noite, o vento continuava movendo a cortina da janela, assim como as folhas que continuavam a seguir aquela dança natural, uma dança selvagem. Agora, quase não se via mais estrelas, o vento estava puxando as nuvens carregadas e pesadas por conta da água para cá e os clarões indicavam que a chuva chegaria logo. Uma tempestade, selvagem como todo o resto, selvagem como o vento, o movimento das folhas e os rugidos desse castelo.
Os trovejos ficavam mais intensos. Os rugidos mais fracos ou talvez os barulhos tenham se confundidos em meus ouvidos e ao meio dos bocejos. No meio de toda essa selvageria, eu acabo sendo vencida pelo sono eu adormeço.
⚜⚜⚜
Acordo com o sol batendo fraco em meu rosto, no entanto seu calor foi forte o suficiente para me despertar. Sentia perto de mim um outro tipo de calor, então viro meu rosto e tiro o meu cabelo do rosto vendo Harry.
Respiro fundo, ele dormia calmamente com a respiração lenta e eu não me lembro de ver ele chegando e se deitando ao meu lado. Eu me levanto devagar sem a intenção de acordá-lo se eu não conseguir notar quando ele chegou, provavelmente foi bem mais tarde do que possa imaginar já que eu própria acabei dormindo tarde, por causa do rugido que aliás é um dos assuntos que eu preciso falar com ele hoje.
Coloco um vestido verde claro com alguns desenhos de flores dourados. O vestido é longo e leve, ele não tinha nenhum decote e sua manga é longa. Resolvi não colocar meu hijab e deixei meu cabelo cacheado preso em um coque, sem paciência ou vaidade para arrumar ele, no momento minha barriga apenas roncava e eu só gostaria de comer algo.
Desço as escadas, vejo algumas pessoas, então o castelo não parecia tão solitário assim. Talvez, meu marido tenha mandando essas pessoas para casa para dá um pouco mais de privacidade para nós, ou elas estavam em outro lugar. De qualquer forma, esse parece um lugar um pouco mais diferente do que o de ontem, no entanto, continua sinistro.
— Bom dia, Senhora. -A mesma mulher que me guiou ao meu quarto ontem fala e sorri para mim.
— Pode me chamar de Nuha e eu ainda não sei seu nome. -Falo.
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The Beast || H.S || Complete
Short Story"Era uma vez há muito tempo atrás um belo príncipe casado com uma bela princesa. Ela o amava no entanto ele a desprezava. Possessivo e ciumento com sua bela princesa, ele a trancou numa torre a impedindo de amar alguém a não ser ele. A impedindo de...