Chapter Twelve

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Por um tolo momento, eu acreditei que aceitar as correntes que me prendiam iriam me aliviar da dor de ser forçada a fazer o que sentia não ser o certo para mim. E nesse embalo me deixei seduzir pelo mistério daquele rapaz desconhecido que foi condenado pelos seus pecados e se transformava todas as noites na sua pior face, seu castigo, sem perdão. E no meio desse embalo de está seduzida no misterioso e vendo um pouco do novo, eu acabei não notando que havia outras correntes em mim e essas doeram em mim também e como meu copo de mágoas já estava transbordando, uma gota a mais iria me fazer enlouquecer e o que aconteceu não foi uma gota a mais, mas sim, ficar com o copo embaixo de uma tempestade com ventos e trovões,mais do que aguentaria. Eu transbordei e o desejo de fugir que já era grande em mim, se tornou imenso e não ligando aos castigos de Tharwa, aqui estou, andando sem rumo racional para fora da cidade das mesmas riquezas infinitas. Uma falsa glória de impérios. Estaria me livrando, de um lugar cheio de tentações e vazios. Tharwa pode seduzir pelas suas riquezas, mas é um buraco ou um teste. A balança que compra seu desejo, eu fui vendida pelo meu pai essa é a verdade, como um mero tecido, eu fui vendida mas esse tecido pode se transformar em um tecido voador e fugir e mesmo se os castigos de Tharwa me levem a morrer estaria livre de um lugar onde as pessoas mais ambiciosas habitam e não ligam em sacrificar seus desejos mais sinceros para que se encham de riquezas repetidas, mas, infinitas. Tharwa é cidade da fartura mas também é a cidade da ganância e eu não sou assim.

Meus pés começaram a cansar e meu corpo já sentia a exaustão, ainda me recuperava de feridas físicas, então não poderia exigir demais de meu corpo apesar da alma está ansiosa em enfrentar o que há por trás dessas montanhas. Então, compreendendo minha necessidade de descansar, eu me sento debaixo de uma árvore e respiro fundo. Olho para cima, a árvore me protegia da forte chuva, mas não do frio, eu retiro da bolsa de couro uma manta que não me protegia totalmente do frio mas me ajudava, envolve meu corpo nela e pego a garrafa com água, bebendo.

Em seguida, eu me deito, fazendo a bolsa de couro de travesseiro e por fim durmo.

⚜⚜⚜

Acordo assustada, escutando o barulho de um galho caindo próximo de mim. Esfrego meus olhos, sonolenta e olha para cima vendo um macaco bege em cima da árvore, ele me olhava de volta com seus olhos imensos e castanhos, mas rapidamente ele volta a andar e de costas para mim, eu vejo suas asas de morcego e então ele voa para longe. Eu me sento e abro a bolsa, eu pego um pedaço do bolo que havia pegado da cozinha e como, em seguida bebo mais água e assim retorno a andar. E, eu andei por toda a manhã e finalmente, por uma trilha entre as montanhas, como um portão de entrada e saída, eu saio de Tharwa. A luz não muda, monstros não me devoram mas o silêncio me assusta e a imensidão que se escondia atrás de Tharwa me encanta, uma floresta gigantesca e úmida, muito diferente do que se encontra em Tharwa que na maior parte dos dias é quente e árido demais. Eu respiro fundo e fecho meus olhos, o sol era forte,pois estava no meio do céu,mas o vento soprava e amenizava tudo e me fazia sentir um pouco da essência do mundo. Um mundo maravilhoso lá fora que estou curiosa para conhecer e que talvez eu conheça mesmo.

Sem nenhuma interferência de monstros que imaginei que teriam, eu me senti confiante de que estava tudo indo certo, uma confiança que ofuscou meus sentidos e logo uma empolgação de conhecer o mundo, também ofuscou minha desconfiança e com um isso, me atirei para um enorme risco.

Logo, estava dentro de uma floresta, minha melhor opção, eu fugi da fúria do sol, mas logo notei que o mesmo macaco que vi ao acordar, o animal pulava de galho em galho, por árvore em árvore me seguindo. Aquele macaco começou a me incomodar. Eu, enfim, paro e olho cruzando os meus braços.

— O que quer?! -Pergunto e obviamente não obtenho nenhuma resposta daquele primata. Ele fica parado me olhando e leva a boca alguma pequena fruta. Reviro meus olhos e volto a andar mas rapidamente paro pois o macaco permanecia a me seguir, como um piolho em meu cabelo.

The Beast || H.S || CompleteOnde histórias criam vida. Descubra agora