AkiraAnoiteceu e eu olhei pela janela, tendo a vista maravilhosa, aqui do apartamento de Davi da pra ver case toda a cidade, e é maravilhoso. Como Davi falou, eu só cozinhei e quando tentei fazer outra coisa, o mesmo não deixou. Falou que estou aqui só para cozinhar. Quando estava anoitecendo, o mesmo falou que iria na rua e não iria demorar, já passam das 22h, e infelizmente não posso ir pra casa sozinha, apesar de morar em Nova Iorque, eu não sei andar aqui, até porque meu padrasto nunca me deixou sair pra outros lugares, sem ser perto de casa, onde todos me conhecem. Desde quando coloque os olho na Empire State Building eu me encantei, apesar de ser algo 'simples', eu nunca tinha visto. Meu padrasto jamais me deixaria sair para ver pontos turísticos. Isto me irrita muito, eu tenho dezesseis, gostaria de sair, conhecer novas pessoas, novos sentimentos, a não ser medo, dor.
A porta do apartamento se abre e eu me assusto, afastando meus pensamentos.
- Me desculpa pela demora. - Fala assim que me vê aparecendo na sua frente.
- Está tudo bem! - Minto, sei que chegar em casa terei que pagar por isso.
Infelizmente fui obrigada a falar o horário que entrava e o horário que saia.
- Quer comer algo antes de ir? - Pergunta e eu penso.
Talvez vai ser bom, corro o risco de ficar sem comer em casa, então seria bom.
- Vai descontar do meu salário? - Pergunto desconfortável.
- Não! Claro não! - Gargalha me fazendo sentir vergonha. - Vem, vamos comer! - Fala me puxando pela mão.
Ainda não me acostumei com Davi pegando em minha mão, mas é tão bom.
- Comprei alguns hambúrguer na rua, Sente-se! - Manda e eu me sento. - Suco ou refrigerante?
- Refrigerante. - Respondo rapidamente, a coisa mais rara que tem na vida é eu beber refrigerante.
- Então me fale da sua família. - Pede se sentando.
- Não tem muito que falar. Minha mãe morreu, eu moro com meu padrasto. - Falo desconfortável.
- Você não conhece nenhum outro parente? - Pergunta colocando refrigerante no copo.
- Não! - Falo e pego o copo de refrigerante, bebendo rapidamente. Isso queima! - Nossa.
- Meu Deus. Você é louca? - Davi pergunta gargalhando.
- Me desculpe. - Resmungo.
- Vamos comer, ainda tenho que te levar em casa. - Fala pegando um hambúrguer.
Acho que poderia viver comendo isso, e ainda existem pessoas que não gostam, como pode?
- Isso é muito bom! - Confirmo acabando de comer meu hambúrguer.
- Você nunca comeu?- Pergunta me olhando de forma estranha.
- Não! Meu padrasto não compra isso. - Falo acabando de beber refrigerante.
Davi me olha intensamente e se levanta.
- Vou te levar, já está ficando tarde.
- Tenho que lavar isso. - Falo pegando os pratos.
- Deixe isso aí. - Falo pegando os pratos da minha mão.
- Obrigada. - Sussurra e vou para sala, pegando minha mochila.
Amanhã preciso arrumar uma roupa mais comportada, não que essa daqui me encomendou, mas sinto que é desrespeito trabalhar assim.
.
Abro a porta lentamente e tento no máximo não fazer barulho, Davi me deixou na praça depois de eu ter implorado muito. O mesmo queria me deixar em casa, se meu padrasto ouvisse barulho de carro iria brigar, e se visse que é um homem que estava dirigindo, ele nunca mas me deixaria sair de casa.
- Onde estava até essa hora? - Me assusta ao ouvir a voz de Ronan.
- E-eu estava trabalhando. - Murmuro amedrontada.
Antes mesmo de ascender a luz, sinto um soco no meu nariz me fazendo bater na parede. Grito em horror e coloco a mão no nariz, o mesmo sangra muito.
A luz se acende e eu posso ver Ronan, o mesmo esta sem blusa, apenas com um calça e um tênis.- Eu estava trabalhando. - Falo chorando, sentindo meu nariz pulsar fortemente.
Sinto sua mão puxar meu cabelo e agarro sua mão.
- Estava trabalhando o que sua vadia?- Grita puxando meu cabelo.
- Eu sou doméstica!- Grito chorando.
- Cala boca. - Fala e da um tapa no meu rosto.
- Por favor, não me bata. Eles vão perceber que tem algo de errado. - Imploro amedrontada.
- Piranha. - Grita me jogando no chão e chutando minha barriga.
Arfo e perto a respiração por alguns segundos.
- Vá para eu o seu quarto. Só saia dela amanhã, para trabalhar. - Grita irritado.
Me levanto com dificuldade e subo para o meu pequeno quarto, pego algodão e álcool e vou para frente do espelho. Meu nariz está inchado e sangue por volta. Me olho no espelho e me pergunto: Quando irei parar de sofrer?
☆☆☆
Procurei, procurei e procurei, alguém que pudesse ser o Ronan, mas -infelizmente- não encontrei. Se alguém souber de algum, comente por favor. O que acharam do capítulo?
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Akira
Teen FictionSinopse: A mãe de Akira morreu no parto, deixando sua filha com o padrasto. Que começou a maltrata-la. Akira mora em Nova Orleães, cidade na Luisiana. Nunca conheceu nenhum de seus parentes ou familiares, isso se ela tiver um. A mesma com 16 anos, e...