13 - Humilhada.

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Akira

Entro com Davi no restaurante e observo todo mundo me olhando, olhares me olhando com nojo. Pessoas da alta sociedade, sempre olhando os outros por baixo, pessoas que nem nojo só porque são mais pobres que elas.

- Vamos? - Davi pergunta e eu o olho. - Não ligue para esses olhares, sempre levante a cabeça. Nunca deixe alguém te humilhar. - Fala e eu afirmo.

Balanço a cabeça, e sinto Davi pegar minha mãos. Vamos para uma mesa no fundo, e eu me sento, assim como Davi.

- Você tem alergia a alguma coisa? - Pergunta e eu nego.

- Não que eu saiba! - Sussurro.

- Já comeu camarão? - Pergunta  e eu nego. - Quer escolher seu prato ou eu escolho? - Pergunta e eu penso.

Eu nunca comi essas comida de rico, eu nem saberia e nem sei o que é.

- Acho melhor você escolher. - Falo me sentindo envergonhada, e Davi me encara por alguns segundos. - Tá tudo bem? - Pergunto e ele apenas confirma.

Observo a garçonete vindo até nossa mesa e para olhando para Davi, que faz nosso pedido, a momento nenhum ela me olha, é como se não estivesse me vendo ali. Como se eu fosse invisível, ou ela está me vendo e me ignorando com sucesso. Aperto o pano da mesa e sinto todo meu rosto arder, assim como o nariz. Será que sempre vou ser ignorada?

- Davi... Preciso ir ao banheiro. - Sussurro baixinho.

- Posso leva-lá. - A garçonete fala e eu olho-a.

- Tudo bem! - Sussurro me levantando.

A garçonete - que não sei o nome - , vai andando na frente e a sigo. Vejo a porta do banheiro e entro na mesma, vou até a cabine do banheiro e me seguro fortemente para as lágrimas não caírem. E peço a Deus para me dar forças.

- Querida, está tudo bem? - Ouço a voz da garçonete, e posso dizer que ela foi irônica ao me chamar de querida.

- Sim. - Respiro fundo e saiu da cabine do banheiro, dando de cara com a garçonete.

- Pensei que tinha morrido ali dentro. - Fala e eu olho-a séria.

- Estou bem. - Falo indo até a torneira e lavando minha mãe.

- Você é namorada do Davi? - Pergunta e eu a olha através do espelho.

- Não... - Sussurro.

- Imaginei, ele não gosta de loiras. - Gargalha. - Minha amiga já ficou com ele, e falou que ele é muito bom de cama. Pena que você nunca vai saber,ele não gosta de loira, e você, pelo que vejo, é pobre. - Fala e eu sinto meus olhos marejados.

- Você não sabe de nada!

- Claro que sei, ele ficou dois meses com minha amiga, esse foi o máximo que ele ficou com uma mulher. E eu nunca vi ele com uma loira, e você é uma pirralha. - Fala e chega perto. - Não dou algumas semanas pra Davi te largar.- Fala mexendo em meu cabelo, tiro sua mão , logo em seguida saindo do banheiro.

Ao chegar na mesa, pego minha mochila e saiu do restaurante, ouço Davi me chamando mas continuo andando, eu não mereço isso. Vim no mundo para ser humilhada, para sofrer?

- Akira. - Davi me chama pegando em meu braço.

- Me deixa em paz, Davi. - Sussurro baixinho.

- Porque você está chorando? O que aconteceu? - Pergunta preocupado.

- Eu não quero ficar lá. - Falo me abraçando a ele.

Mesmo a garçonete falando que Davi iria me deixar, eu não consigo acreditar nisso. Davi prometeu não me deixar, e eu acredito nele.

- Me fale, o que aconteceu? - Pergunta secando minha lágrimas.

- Em todo lugar que vou, eu sou  humilhada.- Falo entre soluços.

- Foi a garçonete? - Pergunta e eu confirmo com a cabeça. - Anjo o que eu te falei? Não abaixe a cabeça para ninguém. - Fala e eu o olho. - Eu vou pedir nossa comida, fique dentro do carro, eu já volto - Pede beijando minha testa.

Entro no carro e vejo Davi se afastar, será que eu fiz certo em contar? Solto um suspiro e me abraço, esperando Davi.

☆☆☆

Davi

Entre no restaurante possesso de raiva e observo a garçonete que da em direção ao banheiro. Ando raivosamente até ela é a puxo pelo braço, batendo sua costa na parede.

- Preste bem atenção no que eu vou falar com você. - Rosno segurando seu pescoço. - Nunca mas trate minha garota mal como você a tratou, eu sou capaz de fazer você ficar sem emprego pela sua vida toda, e no final eu te mato. Ouço falar um pio pra ela, e você vai se arrepender. - Grito e ela me olha assustada.

- Eu não queria ofende-lá.

- Calada! Não importa o que você fala, eu quero que você nunca mas abre a boca para falar com minha garota. - Solto ela que cai no chão chorando, sem ligar, saiu do restaurante como se nada tivesse acontecido.

Vagabunda! Vai achando ela que vai humilhar minha garota e ficar impune.


☆☆☆

Akira Onde histórias criam vida. Descubra agora