18 - Coração Partido

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Akira

Davi já tinha posto a mesa do jantar e eu já estava sentada junto dele, mas simplesmente não toquei na comida. A idéia de querer ou saber como é ter um namorado, não saiu da minha cabeça. Todas adolescentes de hoje tem namorados, não que eu seja Maria vai com as outras, mas seria muito bom a sensação de saber que alguém gosta de mim e quer cuidar de mim, dividir segredos, alegria e triste.


- Ainsa está pensando sobre... - Davi pergunta me tirando dos meus pensamentos.

- Não... Não é isso! - Afirmo e volto a olhar para a comida.

- Quer conversar sobre? - Pergunta é sei que esta me olhando.

- Não sei! Talvez seja melhor conversar com alguém do sexo feminino. - Falo e olho.

- Ah Akira! Vamos lá, sabe que tudo que faço é para o seu bem. - Fala pegando minha mão por cima da mesa.

- Hum... Tudo bem então! - Resmungo e ele volta a comer prestando atenção em mim. - Eu quero namorar! - Afirmo e posso ouvir em seguida Davi se levantando e tendo um ataque de torce.  - Davi, você está bem? - Pergunto me levantando.

- Preciso de cachaça! - Fala e vira as costas saindo da cozinha.

- Coco.- Praguejo e volto a me sentar.

Depois de alguns minutos vejo Davi voltando, e sentando onde estava.

- As vezes cachaça é bom pra muita coisa! - Afirma e me olha. - Onde paramos? - Pergunta e se remexe na cadeira.

- Eu quero um namorado!

- E porque isso agora? Minha mãe colocou isso na sua cabeça? - Pergunta e chega sua cadeira para mais perto da minha.


- Claro que não Davi! Eu quero namorar, saber como é. Ter alguém pra cuidar de mim e eu cuidar dele, dá carinho. Amor. - Falo e vejo Davi por a mão no queixo e ficar pensando.

- Eu faço isso por você, então não precisa namorar. - Fala animado.

- Davi, eu quero amor! Amar e ser amada, entende?

- Entendo, eu também quero! - Fala me olhando nos olhos.

- É mesmo? - Pergunto num sussurro.

- É mesmo! - Afirma.

- E que garota não quer ser amada por você? - Pergunto rindo, porém me sinto estranha.

- A que está na minha frente! - Afirma e eu olho pra trás, mas aí percebo que ele está falando de mim.

- Hum.. Sou eu? - Pergunto baixinho. E ele confirma. - Então você quer me namorar? - Pergunto me levantando rapidamente.

- Sim...

- Nossa! Então foi por isso que sua mãe comprou peças íntimas pra mim, me levou em vários lugares para... Ah você quer me namorar, isso é estranho!

- Porque estanho? Somos duas pessoas, podemos nos relacionar. - Fala chegando perto.

- Mas não sei Davi, já pensou eu beijar você? Depois ficaria com vergonha. - Confesso envergonhada.

- Seria a mesma coisa com seu namorado, mas seu namorado será eu. - Fala pegando em minha mão. Sua mão é quente e macia.

- Preciso pensar, tá? - Pergunto e ele me olha assintindo logo em seguida.

Saiu da cozinha e sigo para  quarto, Davi quer ser meu namorado. - Penso animada.


                         ☆☆☆



Davi saiu falando que ia resolver alguns problemas pessoais, e agora, 03h da manhã, ele não voltou. Estou começando a ficar preocupada! Faço um chocolate quente e me sento  no sofá encolhendo, Davi tem chegar logo. Será uma boa ligar para dona Inês e informar? Me levanto rápidamente e pego meu celular, mandando uma mensagem. E volto para o sofá. Já tentei diversas vezes ligar pra ele, mas ele não atende. Que inferno!

Ouço a campainha tocar e me assusto, me levantando rapidamente e vou até a porta abrindo.

- Oi, alguma notícias? - Dona Inês pergunta entrando feito um furacão.

- Não! Nada ainda! - Murmuro fechando a porta.

Fiz um chá quente para dona Inês e ficamos sentadas conversando, uma distraindo a outra. A porta abre em um baque me fazendo pular de susto, o mesmo com dona Inês. Olho para porta e vejo Davi passar pela porta rapidamente, indo em direção ao quarto.

- Fique aqui, vou falar com ele! - Dona Inês fala e saí antes mesmo deu falar algo.

Fiquei andando de um lado para o outro até começar ouvir Davi gritar, me assustando, eu nunca vi ele tão agressivo assim, Ronan ficava assim quando... Davi se usou droga?

Saiu da sala correndo e chego na porta do quarto a tempo de ouvir Davi grita para mãe ir embora, e assim ela faz, passando por mim feito uma bala.

- Davi...

- eu quero saber, porque ligou pra ela? - pergunta com raiva.

- Você saiu desde cedo, e não me falou onde ia, fiquei preocupada!- Confesso me sentindo triste pelo seu olhar de ódio.


- Não é porque você está aqui, você tem que ligar pra minha mãe quando eu passo umas horinhas fora. - grita furioso - Sai daqui!- Manda aos berros.

Sinto meu olhos inundar e saiu dali com o coração partido.

Akira Onde histórias criam vida. Descubra agora