46 - Desespero

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Akira


Eu já estava fraca e cansada, eu não sabia quanto tempo estava aqui junto com a minha mãe. Tanto eu, como ela, estamos sem comer. Ronan não aparece a um bom tempo, e o garoto que estava com ele também não. Eu só queria sair daqui com a minha mãe e voltar para o Davi e a dona Inês, voltar para a minha família, voltar com a minha mãe. Poder fazer coisas de mãe e filha, que nunca fizemos.

— O cara que você namora, como ele é? —Minha mãe pergunta segurando minha mãe.

— Ele é lindo, não só por fora. Ele quem me ajudou contra Ronan, eu comecei a trabalhar pra ele, mas ele não gostava que eu me esforçava. No início, ele me jogava piadas, confesso que não gostava muito. — Fala e riu ao me lembrar. — Mas eu falei com ele e ele me obedeceu, e parou! Ele viu as marcas que Ronan fazia em mim, e me ajudou! A mãe dele é advogada.— Falo lembrando de dona Inês, a mãe que eu nunca tive.

— Fico tão feliz por você ter encontro pessoas com o coração bom, que te ajudou! — Vejo ela sorri com os olhos marejados.

Nos abraçamos e nos assustamos quando a porta foi aberta em um baque. Ronan entrou com o rosto todo machucado e raivoso.

— Está olhando de que sua vagabunda? — Perguntou quando eu o encarei.

Engulo seco e vejo ele sair daquele cômodo e ir para o outro. Acompanho seus passos e vejo que ele deixou a porta aberta.

— Akira, não! — Minha mãe sussurra negando desesperadamente.

Ela me puxa pela mão e eu caiu encima dela, quando Ronan aparece e me olha desconfiado.

— Se tenta fugir, eu mato as duas! — Fala e vejo ele pegar uma arma na mão.

— Não vamos fugir. — Angela fala séria.

— Espero mesmo! Mas tarde aquele inútil irá trazer suas refeições, aproveitem, pode ser a última! — Fala passando a mão pela cabeça.

— Como assim a última? Você vai nos abandonar aqui? — Pergunto desesperada.

— Deixar vocês aqui, eu nunca queria! Vocês são minhas prioridades, mas aconteceu um emprevisto! — Fala apontando com o dedo para o rosto.

— Tira a gente daqui, você nem sabe quando vai voltar. — Imploro com lágrimas nos olhos.

— Não sei quando, mas voltarei! — Fala e senta em uma cadeira ali perto.— Faz o curativo! - Fala jogando uma maleta perto do pé da minha mãe, que apenas se levanta e vai.

×××

— Já tem três dias, e eles não dão um passo a frente! — Grito raivoso.

— é o trabalho deles! — Minha mãe grita séria. — Queremos achar ela logo, mas não adianta achar um e perder outro. — Fala me olhando nos olhos.

— Aquele garoto sabia de alguma coisa. — Falo me sentando no sofá.

— Você já o viu alguma vez? — Pergunta e eu nego. — Vamos encontrar ela, mas você precisa deixar a polícia fazer o trabalho dela, eu estou acompanhando tudo. Do que adianta encontrar Akira e perder você? Precisa pensar!

— Eu estou pensando, nela! — Falo e me levanto, indo até o nosso quarto.

Me jogo na cama e choro, eu fui na casa, e não tinha nada, nem ninguém. A não ser por aquele garoto que estava lá na frente, me vigiando, eu vou encontrá-lo, e se eu encontrar Ronan, eu vou matá-lo, algo que eu tinha que ter feito a muito tempo. Seco meu rosto e me levanto, pegando meu celular. Pego a chave do carro e saiu sem minha mãe ver.

Chego no bairro onde Akira morou, onde nos conhecemos e vejo os garotos sentado na praça, chego perto deles e eles sorri.

— Quem é vivo sempre aparece, veio comprar um? — Pergunta sorrindo.

— Quero falar com ele! — Falo e vejo ele para de sorrir e se levantar.

— Vou ver se ele libera! — Fala pegando um rádinho.

Passo a mão pela cabeça e vejo ele se afastar, falando no radinho e logo desliga me chamando com a mão.

— Bora lá! — Fala e faz um sinal para eu segui-lo.

Sigo ele e vejo começar a entrar em várias ruas, até chegar em uma casa, quem vê assim, parece ser casa de uma família. Ele abre a porta e eu entro, logo vendo ele sentado com um charuto na mão.

— Koé sumido. — Fala se levantando e me comprimentando.

— Preciso da sua ajuda! — Falo rapidamente.

Ele me analisa e enfia o charuto na boca, sorrindo fraco.

— Qual foi? — Pergunta sério.

— Minha namorada foi sequestrada, pelo padrasto. — Falo e vejo ele jogar o cigarro longe.

— Tu quer que eu faça o que? — Pergunta seriamente, passando a mão, uma na outra.

— Eu preciso que alguns de seus garotos me ajude, ele conhecem tudo! — Falo e vejo que ele analisa minha resposta — Eu pago o que for — Falo ganhando sua atenção.

— I ala, qual foi? Vou separar uns moleques, isso porque tu é firmeza. Quem é a garota?

— Akira, ela morava aqui no bairro, ela morava com o padrasto, Ronan. — Falo e vejo ele se levantar em um pulo.

— Ronan aquele filha da puta? — Pergunta e vejo ele com raiva. — Ontem dei uma surra naquele filha da puta. — Fala e sorri. — Vou mandarem caçar sua minha, eu conheço ela — Fala e eu o olho. — De vista! — Eu afirmo.

Passo algunas informações sobre Akira e deixo uma foto dela.

— Mina gata! Mas do que antes... — Fala e eu o olho sério — Fica com ciúmes não, eu já tenho a minha. — Fala rindo.

Saiu dali e me sento na pracinha, lembrando de como nos conhecemos....


***

"Ele"

Akira Onde histórias criam vida. Descubra agora