Irmã?

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Eu estava sem idéia do que fazer, na tentativa de salvar Fernando eu acabei matando ele, pode isso? Parece até um pesadelo, mas isso é a vida real, eu matei a pessoa que eu amo. Minha cabeça doía muito, toda vez que olhava ele ali naquele sofá desacordado, começava a chorar, eu fui o culpado daquilo, eu deveria ter tirado ele da cadeia de outra forma, mas isso não aconteceu, como eu fui burro, Fátima tinha avisado que isso era perigoso, mas eu não dei ouvidos, eu só queria tirar Fernando logo. Fátima ficava andando pra lá e pra cá, sem parar, eu estava aflito, as horas estavam passando tão rápido. Fomos para a cozinha e fiquei sentado a mesa, Fátima preparava um sanduíche para mim, eu estava meio sem fome, mas ficar assim não vai trazer Fernando de volta.

- Acho que errei feio dessa vez. - Falei olhando para ela com os olhos cheios de lágrimas.

- Você não tem culpa, suas intenções eram boas. - Ela colocava o sanduíche em um prato.

- Se eu soubesse que isso ia acontecer, eu deixava ele lá preso. - Baixei a cabeça.

- Come esse sanduíche, agora temos que dar um jeito naquele corpo. - Ela fala meio triste.

- Eu não sei se tenho coragem.

- Precisamos enterrar ele, ou você pode ir preso por assassinato. - Sim, aquela situação estava piorando.

- Você me ajuda? - Olhei desanimado.

- Claro meu amor, estou com você nessa. - Ela sorri.

- Onde iremos enterrar ele? - Perguntei.

Ela fica me olhando um pouco pensativa.

- Vocês vão enterrar quem? - Escuto uma voz vir por trás de mim.

- Fernando. - Respondi.

- Vitor, olha para trás. - Fátima sorria.

- Você vai me enterrar? - Ele estava confuso.

Olhei para trás, levei um susto ao ver ele ali parado me olhando.

- Você está vivo? - Dei um pulo em cima dele.

- Estou. - Ele ri.

- Graças a Deus. - Eu o abraçava.

Fernando estava um pouco confuso, ele não entendia nada do que estava acontecendo.

- Depois te explicamos - Fátima fala feliz.

Eu estava muito aliviado de ver Fernando vivo, ainda não tinha uma explicação de porque o efeito daquela erva demorou tanto para passar, era só pra me deixar mais nervoso ainda, e se eu enterrasse ele vivo? Eu queria ficar pensando nessas coisas agora.

- Perai, como eu vim parar aqui? - Fernando estava muito confuso.

- Sente-se Fernando. - Falei.

Ele se sentou na mesa, Fátima e eu nos olhamos e sentamos também, acho que deveríamos explicar.

- Então... - Começo - Sabe aquela erva que te entreguei e pedi para você colocar em um copo d'água e beber?

- Eu lembro, aliás a última coisa que eu lembro é de beber esse chá, depois não lembro de mais nada até agora.

- Calma Fernando, então, ela parou o seu coração por mais ou menos umas quatro horas. - Tentei mostrar confiança, afinal ele estava bem.

- Como assim? Ainda não entendi, como eu saí de lá de dentro - Ele queria explicações e merecia elas.

- Então, assim que você tomou esse chá, seu coração parou, os guardas e médicos da prisão acharam que você tinha morrido de infarto, eles te colocaram dentro de uma ambulância para levar ao hospital, e eu estava dirigindo essa ambulância. - Sorri - Daí te trouxe pra cá, aqui é uma Fazenda de meus pais, eles nunca vêem aqui.

Amor Bandido (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora